O Melhor Filme – Edição 1: Argo (2012, de Ben Affleck)

Temos novidades! Começa hoje uma nova série de postagens no blog, e digamos que é bem especial. O prêmio máximo do cinema é o Oscar, assim como a categoria máxima é o de Melhor Filme. Começa hoje esta série de críticas sobre os grandes vencedores de melhor filme. Será na ordem decrescente, então começamos com o ótimo ‘Argo’, grande vencedor deste ano de 2013. Vou apenas reutilizar a crítica que já havia no blog. Mas estou ansioso por esta iniciativa que criei, já que de agora em diante começarei a rever os grandes vencedores de cada ano. Conforme for me distanciando, clássicos e filmes nunca vistos por mim serão desenterrados. Não terá um cronograma exato, portanto pode demorar ou não até sair uma nova postagem desta modalidade ‘O Melhor Filme’. Espero que gostem e nunca deixem de comentar, curtir ou participar. Obrigado.





Direção: Ben Affleck

Elenco: Ben Affleck, John Goodman, Bryan Cranston, Michael Parks, Victor Garber, Kyle Chandler, Clea DuVall, Tom Lenk, Alan Arkin, Rory Cochrane.


Sinopse: A história de Argo se passa em novembro de 1979, quando a revolução iraniana atinge seu ápice e militantes surpreendem a embaixada dos EUA em Teerã, fazendo 52 reféns americanos. Mas, no meio do caos, seis americanos conseguem escapar e encontrar refúgio na casa do embaixador canadense. Sabendo que é apenas uma questão de tempo até os seis serem encontrados e provavelmente mortos, Tony Mendez (Ben Affleck), um especialista em fugas da CIA, sugere um plano arriscado para retirá-los do país em segurança. Um plano tão incrível que só poderia acontecer nos filmes.


Curiosidade:


* George Clooney é um dos produtores do filme. Ben Affleck dirige o filme a partir do roteiro de Chris Terrio, com base em uma seleção de capítulos de Master in Disguise, livro de Antonio Mendez, o verdadeiro oficial da CIA interpretado por Affleck no longa.


Oscar: recebeu 7 indicações, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante com Alan Arkin, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora, Melhor Edição, Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som. Venceu 3 categorias: Melhor Filme, Roteiro Adaptado e Melhor Edição.

Trailer:








Embora Ben Affleck tenha sido um dos queridinhos da América entre os anos 90 e 2000, nunca foi muito bem visto pela crítica (pessoalmente nunca tive nada contra). Altamente massacrado por suas atuações em filmes de ação como Demolidor, o moço sempre se dedicou ao cinema. Começou como produtor de alguns filmes como Triângulo Amoroso e roteirista do ótimo Gênio Indomável. Mas o cara não queria parar. Eis que em 2007 ele lança seu primeiro filme como diretor, o bom ‘Medo da Verdade’; um suspense dramático intenso e polêmico. Em 2010 lança seu longa mais agitado: ‘Atração Perigosa’, onde a moça que sua gangue de assaltantes sequestra, acaba se apaixonando por ele. Um ótimo filme, com ação, romance e uma atuação coadjuvante de respeito por parte de Jeremy Renner. Mas o clímax de sua sólida carreira chegou agora no final de 2012.

É verdade que eu apostava em Lincoln para vencer nas principais categorias, afinal é um filme político, do jeito que a academia gosta. Por favoritismo, torcia para As Aventuras de Pi e/ou Os Miseráveis e/ou Django Livre. Mas entre um e outro havia esta agradável surpresa intitulada Argo. Baseado em um resgate real, o filme brinca com o fator “fazer filmes”. Um grupo de americanos fica preso no Irã, e a única chance de resgate é o agente da CIA fingir ser produtor de cinema e entrar no país com roteiro e propaganda, tudo para enganar e resgatar seus compatriotas. Achei uma pena Ben Affleck não ser indicado a Melhor Diretor, parece que a academia ainda está punindo ele. Mas não devemos deixar de “tirar o chapéu” para o cara, que além de atuar, produzir e roteirizar (em parte); dirige o filme. O filme em si é Ben Affleck, por assim dizer. Ele filma tudo de maneira corretíssima, segura e muito séria. Extrai do elenco seu melhor, ao mesmo tempo que coloca tensão, ação e piadas no exato momento. Isso facilita a ser um filme ágil.


As atuações são boas em todo elenco, ganhando destaque para 2 coadjuvantes: os veteranos Alan Arkin e John Goodman. Além de hilários, suas interpretações são inteligentes. Suas personagens realmente existiram e foram grandes figuras em Hollywood. Alan interpreta Lester Siegel, famoso produtor de cinema das décadas passadas. John Goodman interpreta John Chambers, um dos mais famosos maquiadores de flmes de fantasia e monstros. Ele ganhou Oscar de Melhor Maquiagem pelo seu excelente trabalho no clássico ‘Planeta dos Macacos’, em 1968. Aliás, a ideia de um falso filme surge quando o filho de Tony (Ben Affleck) está assistindo justamente o clássico ‘Planeta dos Macacos’. Outros clássicos são citados constantemente na obra, como ‘Star Wars’, ‘Jornada nas Estrelas’, etc. As ficções científicas estavam em alta na época, e é um filme destes que Tony decide “fazer”.


Era 1979/1980. O cinema vivia uma grande fase, com obras de ficções já citadas acima, além de ‘Duna’, ‘Blade Runner’, ‘Guerreiros de Fogo’, ‘Krull’, entre outros. Filmes espaciais e futurísticos eram constantemente gravados em terras áridas (o próprio ‘Star Wars’). Então uma ficção era a melhor opção para enganar o governo e colocar Tony no local para resgatar os americanos. Nesse quesito o roteiro surpreende a cada minuto, fazendo referências tanto aos clássicos, como à elementos e modismos da época. A série ‘Steve Austin, O Homem de Seis Milhões de Dólares’ também é elogiada. Quando toda a produção do filme começa (roteiro, elenco, criação de cartazes, propaganda, coletiva de imprensa, etc); vários diálogos inteligentíssimos surgem, agradando quem conhece e gosta de saber sobre os bastidores de Hollywood. 


A criação de época,  as cenas de tensão, cada diálogo, a impactante trilha sonora de Alexandre Desplat; tudo é bem colocado. Falando em trilha sonora, temos ótimas músicas de bandas como ‘Sultans of Swing’ do Dire Straits, ‘Dream On’ do Aerosmith, Rolling Stones, Van Halen, Led Zeppelin, etc. Até nisso o filme causa nostalgia. E tudo com classe, colocado no momento certo. O filme em si é certeiro, te capturando por uma história real que aconteceu graças à uma estória de ficção.

Mesmo com minhas preferências, Argo ganhou o cobiçado prêmio de Melhor Filme. Gostei, foi uma agradável surpresa. O filme tem um pouquinho de tensão política, suspense de alto nível, um resgate inusitado, além de fazer muita referência aos bastidores da fábrica dos sonhos que é Hollywood. O filme por trás do filme. Amo esta metalinguagem, que inteligentemente nos transporta para dentro de uma história madura e inteligente. Obrigatório para cinéfilos, Argo traz uma nostalgia impecável. Cinema que salva vidas, nunca imaginei isto! Agora devo confessar que deu vontade de fazer meu próprio filme…

NOTA: 9,5

Bônus: o verdadeiro Tony Mendez



Mais imagens e cartazes do filme:

  

   





  












  








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