Crítica: G.I. Joe 2 – Retaliação (2013)



Na maioria das vezes que se faz uma crítica, ou você gostou ou não gostou de determinado filme. Mas e quando você simplesmente fica dividido, devido à vários fatos e informações? Aqui no blog eu não sou apenas o editor chefe das matérias. Como crítico, sou o mais “boa praça”. Mesmo tentando ser justo, minha tendência é levar em conta os acertos da obra. Por isso acabo sendo positivo demais em muitos casos (eu mesmo considero isto um defeito e sempre procuro ser mais “mau”). Mas existe o fato de que a arte, o cinema e sobretudo as críticas não são uma ciência exata. Aqui não existe 1+1=2 para todos universalmente. Gostos, opiniões e razões pessoais determinam várias coisas. E falar deste filme pode não ser tão direto devido à alguns fatores que vou cometar ao longo da minha resenha. Eu sempre separo o tipo de filme, a proposta dele e se a alcançou. Exemplo: Transformers promete ação, efeitos especiais e adrenalina. Consegue? Mesmo que tenha roteiro fraco, se conseguir a ideia proposta minha tendencia é aprovar. Sempre fui assim, desde meus 5 anos de idade. Por isso acabei apaixonado por todos tipos de filmes. Começo dizendo que este G.I. Joe – Retaliação é uma superprodução de ação que se saiu bem nas bilheterias e possivelmente teremos um terceiro capítulo. É esperar para ver, enquanto isso vamos degustar um pouco deste?



Ora, estes chamados G.I. Joe foram os brinquedos mais cobiçados da garotada em décadas atrás. Nostalgicamente lembrados como ‘comandos em ação’, a poderosa empresa de brinquedos Hasbro estava em tudo que era lugar, vendendo seus produtos. Com o gigantesco sucesso da trilogia Transformers (também brinquedos da Hasbro), era de se esperar que outros produtos da empresa ganhassem as telas. Foi aí que tivemos estes filmes dos G.I. Joe e Battleship – Batalha dos Mares. Estaria a Hasbro se tornando potência de entretenimento infanto-juvenil? Tenho minhas reservas, mas enfim. Transformers teve um competente primeiro filme e duas continuações “malucas” (embora eu aprecie a saga toda). Battleship – Batalha dos Mares deixou a desejar em certos pontos. Mas a questão aqui é G.I. Joe; então digo que apesar de muito bobo, o primeiro filme de 2009 é uma diversão e tanto. Este humilde cinéfilo aqui admite que gosta de certos filmes bobos e impossíveis, principalmente de certos diretores que gostam de explodir ou detonar tudo. Sempre me diverti com os filmes de Michael Bay (Transformers, Bad Boys, A Ilha, Armageddon), sempre gostei de Roland Emmerich (Independence Day, 2012, Stargate) e sempre fiquei eletrizado pela ação de Stephen Sommers (Tentáculos, A Múmia, O Retorno da Múmia, Van Helsing e G.I. Joe – A Origem de Cobra). São filmes que não tem uma moral, um drama sólido ou são dignos de Oscar. São apenas boas fantasias para nos ajudar a desligar o cérebro do dia-a-dia e dos problemas cotidianos. Se o filme consegue de fato, já ganha minha atenção.



O primeiro G.I. Joe veio na mão do certeiro Stephen Sommers, cara no qual sempre terei gratidão. Eu cresci assistindo A Múmia e O Retorno da Múmia em VHS. Bons tempos, para mim tem um tom nostálgico. E o cara mais uma vez conseguiu divertir num filme totalmente desmiolado. Exagerado em todas consequências, G.I. Joe foi uma das obras mais piradas e eletrizantes de 2009 (ano determinante em vários fatores de minha vida). Mesmo que sem roteiro nenhum, a ação e os efeitos especiais empolgaram e fizeram dele um grande “desenho animado” com pessoas reais. Depois de toda esta introdução, fica nítido que eu tinha esperanças com a continuação. Mas meus temores começaram com as mudanças: problemas na produção desta continuação, diretor diferente e novos personagens em novos rumos. Ao mesmo tempo em que o filme começa de onde terminou seu antecessor, tudo está mudado. Entra o diretor menos experiente Jon M. Chu, que havia trabalhado com músicas e os fracos Ela Dança, Eu Danço 2 e 3, além do documentário Never Say Never; sobre Justin “Eca” Bieber (que as fãs dele me perdoem). 


Mas por um milagre, Jon Chu dá conta do recado, sabendo trabalhar com boas cenas de ação, isto é inegável. Enquanto que o primeiro foi detonado por críticos por ser insano, este aqui é mais “sério”, o que pode contar como positivo se você busca um filme com ação mais ‘pé-no-chão’. Mas como eu busco nostalgia e diversão, senti falta de um pouco mais de ação e efeitos especiais. Não se enganem, o filme tem muita ação e excelentes efeitos especiais! Fiquei procurando defeitos na computação gráfica e não encontrei. A questão aqui é a quantidade. Como li em certa crítica, este é um raro exemplo de filme que se pecasse pelo excesso seria melhor, o “roteiro” permite isso. Aqui tem menos humor também, o que pode tornar tudo um pouco ‘político’ e ‘presidencial ‘demais. Eu realmente preferiria piadas mais escrachadas e exageradas. Mesmo assim o filme até que se sai bem. Me lembro de desistir de ver no cinema. Mas como entretenimento caseiro cumpre bem o papel. Enfim, até aqui já notaram que às vezes é difícil de se ter uma opinião? 

Adrianne Palicki



O elenco é quase todo diferente do primeiro, mas igualmente bom! De volta temos Channing Tatum em pequena participação, o veterano Jonathan Pryce como o presidente e Arnold Vosloo como o vilão central, que toma o rosto e lugar do presidente no final do primeiro filme. E claro que as melhores personagens estão de volta e com maior destaque: os ninjas Storm Shadow (do mal, visual branco e interpretado por Byung Hun Lee) e Snake Eyes (do bem, visual preto e interpretado por Ray Park). Eles e os ninjas novos acrescentados neste segundo capítulo são o maior atrativo da saga. Além de acentuar algumas maneiras e costumes orientais, ambos são os que tem o melhor visual, são melhor bem construídos e mais lutam; criando maior carisma e apreço com quem está vendo os filmes. Entre os novos heróis temos a interessante Elodie Yung (ninja do bem, prima de Storm Shadow e visual vermelho deslumbrante). Temos Dwayne Johnson (o eterno The Rock) como o herói central, Adrianne Palicki (linda, um colírio para os marmanjos), Bruce Willis (como o general Joe, o primeiro deles e motivo do codinome), D.J. Cotrona (o mais fraco do elenco), Ray Stevenson (novo e poderoso vilão) e o rapper RZA (cada vez mais aprofundado no cinema). Praticamente todo elenco tem entrosamento e dá conta do recado. Dwayne Johnson tem carisma e porte pra ação, então fique tranquilo que você irá curtir. Bruce Willis parece que virou um artigo de luxo, já que em seus últimos trabalhos ele tem sido um simples coadjuvante experiente que ajuda e dá lugar aos novos. Ele deixou de ser um ator e virou uma personagem rápida e fixa de filmes de ação. Mas repetindo, o destaque fica mesmo com os ninjas. 





Enquanto que os efeitos especiais são ótimos, os sonoros e a trilha sonora são inexpressivos. Senti falta de algo mais empolgante e menos clichê. A já comentada ação é boa, mesmo que bem inferior que no primeiro filme. Mas calma, tem a comentada cena de ação em uma montanha gelada. Esta cena é de tirar o fôlego e acredite, acaba valendo pelo restante do filme. Nesta cena temos os dois ninjas do bem (Snack Eyes e a linda Jinx) tentando capturar Storm Shadow. Mas o cara tem muitos capangas, incluindo uma senhora curandeira e lutadora muito “motherfucker”. Entre cabos, espadas e tiros, temos uma sincronizada luta aérea, lembrando quase um balé. Fotografia, efeitos em computador, cultura milenar oriental, tensão e adrenalina; tudo perfeito. É como se fosse outro filme. Se fosse um curta-metragem daria um 10! Pena que o filme não seguiu todo neste caminho. Parece que o diretor Jon Chu teve todo um apreço pela parte japonesa do filme, talvez porque ele seja um americano descendente do oriente? Acho que realmente se deve considerar um filme só para Storm Shadow e companhia, será visualmente mais belo e explosivo. Quem sabe o terceiro filme aposte mais nisso.


O roteiro aqui está mais preciso e um pouco mais afiado. Críticas ao momento em que vivemos, com ameaças de bombas, a Coreia, política instável e etc. Consegue pegar bem a carona do momento. Algumas piadas rápidas e uma pancadaria mais sóbria, com uns cortes e mortes a mais. Adrianne Palicki exibe seu belo corpo em um estonteante vestido vermelho. Ao final temos muita pancadaria, o velho Joe (Willis) desenferrujando e um louco tanque de guerra que pula, atira e destrói tudo. Depois de tanto falar, querem saber a parte engraçada? Que mesmo com melhores críticas ou melhor desenvolvido, mesmo que mais sério e atual, G.I. Joe 2 é bem inferior ao primeiro. Porque? Porque até diverte, mas não como o primeiro. Às vezes algo desmiolado, forçado e bobo é tudo de que precisamos. Opinião é pessoal e assim continuará. Gosto de exageros no momento certo. E mesmo que Jon Chu tenha me surpreendido com um bom filme de ação, ele não é Stephen Sommers. Pelo menos aqui teremos sempre Storm Shadow, Snack Eyes, Jinx e outros ninjas, que tornam a grande brincadeira bem mais interessante. Perdoem o texto grande, mas além de uma crítica, este texto foi um desabafo sobre algumas preferências deste humilde cinéfilo, que ama se encantar com a magia da sétima arte.


NOTA: 6






Direção: Jon M. Chu


Elenco: Adrianne Palicki, Arnold Vosloo, Bruce Willis, Byung Hun Lee, Channing Tatum, D.J. Cotrona, Dwayne Johnson, Elodie Yung, Jonathan Pryce, Joseph Mazzello, Lorenzo Lamas, Matt Gerald, Ray Park (I), Ray Stevenson, RZA, Walton Goggins.


Sinopse: das montanhas da Ásia Central aos desertos do Egito, passando pelas ruas lotadas de Paris e por baixo da calota polar do Polo Norte, o grupo de elite de agentes conhecido como G.I. Joe embarca em uma aventura sem fim usando as mais modernas tecnologias de espionagem e equipamento militar para evitar que o comerciante de armas Destro e a crescente ameaça da misteriosa organização Cobra levem o mundo ao caos.


Trailer:





  

  

  

     





A Bela Adrianne Palicki:



A bela Elodie Yung:

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