Especial: filmes fracassados e rejeitados, mas que eu gosto.





Feriado e fim de semana, clima de feriadão e a preguiça toma conta. Vou fazer aqui uma matéria direta ao ponto. Gosto é gosto e há quem diga que não se discute. Todo ano temos um certo número de filmes que fracassam em crítica, bilheteria ou ambos. Muitas vezes me parece que a crítica e o público é “maria vai com as outras”, não mantendo uma opinião própria. Entre filmes simplesmente esquecidos ou até mesmo odiados, vou aqui defender alguns títulos que conseguiram me agradar. Por mais estranho que pareça, minha opinião é esta e defendo tais filmes. Vamos lá:




Os remakes de Piranhas (2010 e 2012)


Se é pra apelar, já vou começar confessando pecados (risos). A verdade é que tenho vergonha de dizer que adoro o remake de Piranhas, lançado em 2010. O filme é assumidamente trash, um humor negro genuíno e tem uma horrenda e exagerada cena de matança no final. Além de extrapolar os limites do 3D e lançar vômito, peitos, membros, restos de piranhas e até um pênis nesta moda da terceira dimensão. O elenco é bacana e com nomes conhecidos, além de ser dirigido pelo competente francês Alexandre Aja (de Alta Tensão, Viagem Maldita e Espelhos do Medo). Irônico é que o título piranhas serve tanto para os animais em si, como para as pornstars e seus corpos nus presentes no filme. É quase um pornô, se não fosse o sangue e a comédia. Bem dirigido e estilizado, é daqueles filmes podres mas divertidíssimos de se assistir. Mas apenas quem gosta de trash’s movie gostará da obra. A continuação intitulada Piranhas 3DD foi uma das grandes bombas do ano de 2012, mas mesmo assim tenho vergonha de dizer que algo no filme me fez rir muito. No segundo filme não há terror e não é tão bem dirigido, o que é uma pena. Mesmo assim eu ri muito com algumas piadas bobas e nojentas (creio ter sido o único, isto me qualifica como doente? RSRS).







Conan – O Bárbaro (remake 2011)



Outro que vai gerar polêmica. Este remake do clássico Conan vem sido odiado pelo mundo. E confesso: está longe de ser um grande filme. Mas o que eu tenho a dizer é que ele não é tão diferente dos 2 filmes originais. Assista a eles e verá que há um clima um tanto trash nos filmes, as roupas de couro preto e metal parecem ter saído de algum pornô hardcore. Não estou detonando os antigos, pelo contrário; eles tem sua magia e são melhores que o remake. Só estou afirmando que o remake não é tão diferente, as roupas por exemplo são mais realistas (pele de animais e tecidos), o diretor é o competente alemão Marcus Nispel (dos bos remakes de O Massacre da Serra Elétrica em 2003 e Sexta-Feira 13 em 2009) e Jason Momoa não é dos piores atores. Ele inclusive tem mais versatilidade do que o austríaco Arnold Schwarzenegger (não me destruam, gosto do Arnold, mas ele não é exemplo de ótima atuação, apenas seus filmes são bons, e só). Para completar, este remake é sangrento e bem mais mágico, lembrando melhor as HQ’s do Conan. É um remake abaixo da média, mas não tão horrível como pintam. Detalhe: Marcus Nispel dirigiu o épico Desbravadores, que talvez seja mais parecido com Conan do que todos os 3 filmes feitos até agora.





Eu Sou o Número 4 (2011)


Está aí um filme que gostaria de ver continuação. Mas dificilmente ocorrerá, uma pena. Vou logo dizer que gostei do filme. O diretor D.J. Caruso (dos ótimos Paranoia, Controle Absoluto e Roubando Vidas) entrega uma aventura juvenil bacana. Não é nenhum clássico moderno, mas o elenco se sai bem, os efeitos especiais são bons, boa trilha sonora e um final eletrizante e com cenas de ação bem coreografadas. Ele usa os clichês de maneira correta. Foi uma boa mistura de aliens e ficção científica, super heróis e romance sobrenatural. Vale a olhada e é um filme com carisma se comparado com bombas feitas para adolescentes.





A Hora do Espanto (remake 2011)

Nunca chegará perto do original e nem de sua boa continuação. Os 2 primeiros são clássicos absolutos dos dourados anos 80. Mas em tempos em que os vampiros negam beber o sangue e possuir mulheres, além de brilhar no sol como diamantes (WTF?), este filme aqui resgata o bom e velho vampiro. O ótimo Colin Farrell faz um vampiro à moda antiga: seduz as mulheres, suga tudo sem dó e mata com crueldade. É irônico, engraçado e em certos momentos chegamos a torcer por ele! Não é um clássico, mas é um dos poucos filmes de vampiro moderno que consegue divertir em parte.





John Carter – Entre Dois Mundos (2012)


Inexplicavelmente o maior fracasso da história da Disney. Teve um orçamento colossal (perto de Avatar), foi o primeiro filme da Pixar com atores “de carne e osso” por assim dizer e em vários momentos relembra bons clássicos de fantasia. Há um herói bacana, uma princesa estonteante (a tal princesa que o título do livro fala: A Princesa de Marte), cenas de ação incríveis, uma parte técnica invejável. O povo de Marte e seu visual lembra muito uma mistura de egípcios e persas (daí o filme lembra A Múmia e O Príncipe da Pérsia). Há a parte na terra que lembra a época do velho oeste e até da guerra civil americana e Abraham Lincoln. Há uma boa cena de ação em uma arena que lembra Star Wars Episódio II- O Ataque dos Clones. Enfim, o filme funciona como uma referência a vários bons filmes pipoca. Não está nem perto de ser um dos piores do ano passado como muitos indicaram. Este eu defendo sem pestanejar…





Homem Aranha 3, Motoqueiro Fantasma, Demolidor, Elektra e Cowboys e Aliens

Estou pisando em território perigoso (RSRS). Gosto destes filmes em questão. Realmente não são as melhores adaptações de HQ’s já feitas e em alguns detalhes deixam a desejar. Mas não são horríveis ou desprezíveis como já li e ouvi por aí. Motoqueiro Fantasma tem seu lado assombrado legal. Demolidor tem ótima ação e trilha sonora. Elektra tem, tem… Elektra; com aquela roupinha apertada e sexy (morro de paixão por ela). Cowboys e Aliens mistura as duas mitologias de faroeste e aliens com estilo e tem seus momentos. Homem Aranha 3 pode ser menos bom que os dois primeiros, mas bate na trave. Venom é diferente do da HQ, mas assusta. Sam Raimi brigou muito para ter liberdade criativa, mas a Sony foi implacável. Mesmo assim o filme tem seus momentos complexos, o drama de Peter é bom e a cena final (que muitos desprezam) é bonita. Após tanta tragédia e tantos problemas e discussões; a cena final não tem diálogos. Apenas há o olhar, o abraço, a redenção e a dança. Poético, gostei e fugiu dos padrões.














































Superman – O Retorno (2006)


Muita gente reclama deste filme. Realmente ele é longo e tem pouca ação. Mas é um filme de carga dramática forte, Brandon Routh dá conta como Superman e o vilão Lex Luthor é magistralmente interpretado pelo genial Kevin Spacey. As cenas finais de Superman levantando um novo continente até o espaço são soberbas. Um grande filme irreconhecido. Defendo-o com fervor. E a cena do menino tocando piano é genial e reveladora. “O filho se torna o pai. E o pai se torna o filho”.





Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008)


Sucesso mundial de bilheteria, fracassou em crítica e concorreu ao Framboesa de Ouro (prêmio no estilo Oscar, porém é para os piores do ano). Pode não ser melhor que os antigos, mas o talento para a confusão de Indi está de volta. Excelentes efeitos especiais, cenas de ação mirabolantes e insanas (como o mestre Spielberg gosta de fazer) e com o talentoso Shia LaBeouf como filho do herói. É divertidíssimo e traz de volta algumas lendas como a caveira de Akator (ela está em A Casa do Espanto 2) e alienígenas influenciando civilizações antigas. Considero um bom entretenimento pipoca.





A Viagem (2012)


Inexplicável é o fracasso deste filme. Alguns críticos chamaram de ridículo. Infelizmente terei que pegar pesado e dizer que quem detonou o filme é preguiçoso mentalmente. Esta superprodução traz 6 eras diferentes no passado, presente e futuro; criando uma trama reflexiva sobre amor, ódio, vida, morte, nascimento, redenção, espiritualidade e escolhas. Maquiagem perfeita e um poder lírico bacana. Vou logo dizendo que é um filme para poucos. Tem 3 horas de duração, é desconexo e complexo. Mas para poucos como eu, é justamente na  complexidade e desconexão que se encontra o sentido. Um filme grandioso e injustiçado!





Imortais (2011)


Este pode não fazer jus aos clássicos de mitologia grega (como A Odisseia). Mas o filme é melhor que os atuais Fúria de Titãs. Visualmente bonito e excêntrico, traz os deuses gregos com estilo e a ação é bem coreografada e estilizada. Chega perto de 300, não vai mas chega perto. É bem violento e traz de forma mais fiel a luta entre deuses, homens e titãs. Além de ter uma originalidade criativa no qual o diretor não teve medo de ousar.








O Vingador do Futuro (remake 2012)


Realmente o original é ótimo e melhor. Mas este remake trouxe as mais explosivas cenas de ação de 2012. Tem um ritmo incessante e muita pancadaria. Algumas cenas de luta são de tirar o fôlego. Destaque para a briga entre as duronas e maravilhosas Kate Beckinsale e Jessica Biel. O visual é chocante e o jogo de luzes e iluminação que o diretor usa é de doer nos olhos, hipnotizante. Ação e efeitos especias. Nada além disso, mas às vezes é o que precisamos para nos desligar do mundo real.





De Olhos Bem Fechados (1998)


O último trabalho do mestre do cinema Stanley Kubrick. Engraçado que o filme só vem sido reconhecido após a morte do cara. Na época de lançamento foi considerado fraco. O filme vem a ser um retrato de 2 assuntos: a vida conjugal e o sexo. Com cenas fortes, fetiches, diálogos estranhos e um visual perturbador e bizarro, o drama aos poucos vira um suspense, ao longo de 2 horas e meia. Um filme forte, para pessoas mais velhas. É polêmico e tem uma certa depravação, mesmo que esta depravação seja mostrada como algo natural (e não é?). Altamente recomendado como um dos melhores filmes filosóficos que já assisti!




































O Último Mestre do Ar (2010)


Não sou fã de animes e mangás, mas até hoje não engoli o porquê este filme ser odiado. Seria puro racismo da crítica por odiar o diretor M.Night Shyamalan? O cara que surpreendeu com O sexto Sentido, com o tempo passou a ser menosprezado. E seu ápice foi este filme. Acho este filme bacana, com uma mitologia oriental bonita, cenas poéticas e uma certa mensagem espiritual. Tecnicamente os efeitos especiais são perfeitos. Naquele mesmo ano o remake de Alice no País das Maravilhas arrebatou o mundo, e até agora não vi muita diferença de um para o outro. Gosto sim do filme e tem certa poesia lírica e espiritualista envolvendo um Oásis, onde estão os Espíritos da Lua e do Mar disfarçados de peixes.





Fim dos Tempos (2008)


Outro filme do M.Night Shyamalan. Embora lá pelo final caia na rotina, a ideia básica é ótima. Um surto faz com que o fim dos tempos seja feito através de suicídio em massa. Todo mundo começa a se matar com o que estiver em mãos: pente, arma, cortador de grama, carro, janela. Tem várias cenas chocantes e o ponto alto é a trilha sonora impactante. Um filme muito pouco lembrado, mas que recomendo de verdade. É  a vingança da natureza, cansada de ser destruída pelo homem.





Os filmes de Michael Bay


Aqui eu confesso: gosto dos filmes do Michael Bay. Embora sejam megalomaníacos, ele faz filmes divertidos como ninguém. Ele não usa storyboards (algo que é ousado e arriscado). Ele simplesmente coloca uma história básica e na hora improvisa cenas de ação mirabolantes e insanas. Muita pancadaria e destruição, onde o caos reina. Ele explode tudo como ninguém no cinema sabe fazer. É chamado por muitos como o pior diretor da atualidade. Parece que estas pessoas nunca viram um filme de Uwe Boll (RSRS). Michael Bay é um eterno moleque, que faz o que ama: filmes para garotos. E aposto que tem muita garota que também gosta, estou errado? Mesmo com roteiros horrendos, seus filmes são muito caros, arrecadam muita grana e sempre trazem adrenalina ao máximo. Sinceramente sou apaixonado por Transformers e Armageddon, entre outros.






































Prometheus (2012)


Não entendi o que esperavam deste filme. Muita gente usou a batida e sem graça piada: “Prometheus e não cumpriu.” Cumprir o que? O filme é uma obra fria típica do cineasta inglês Ridley Scott. Uma obra sensacional, que lança algumas questões filosóficas apenas como base da busca do conhecimento. É nessa que o grupo espacial embarca, chegando em um planeta alienígena onde uma série de tragédias irá culminar no nascimento de uma das maiores lendas do cinema: os aliens. Simples assim, além de ter efeitos especiais ótimos e cenas de tensão sufocantes. Um de meus favoritos!





Sucker Punch – Mundo Surreal (2011)


Outro que até agora não entendi o fracasso. Um filme literalmente surreal, onde a verdade é destorcida pela mente humana (ou não?) para poder superar limites e sobreviver diante uma situação difícil. Há algo de A Origem e algo de Matrix no filme. Além disso a obra do ótimo diretor Zack Snyder (de 300) é um elogio à cultura pop. Faz referência às HQ’s, ao rock’n roll, aos videoclips, aos games e a diversos tipos de filmes: de samurais, zumbis, de guerra, de robôs, de dragões, épicos, futuristas, etc. E sem deixar de ter como mote central um suspense que lança algumas polêmicas. Um grandioso filme, cheio de ação e efeitos especiais incríveis, menosprezado por muitos. Também favoritei este.





Matrix Reloaded e Matrix Revolutions (2003)

Finalmente chegamos em Matrix. O primeiro filme de 1999 é um dos melhores filmes de todos os tempos. Mas a segunda e terceira parte (ambas de 2003) foram massacradas. Uma das maiores reclamações foi a falta de esclarecimento. Lamentável isto! Não há o que esclarecer em Matrix. A trilogia  toda é uma mistura de conceitos e filosofias. É uma junção de cultura oriental, cultura pop, animes e mangás, ficção científica, estilo cyberpunk e uma inteligentíssima linguagem virtual e de programação. Tudo faz parte de uma metáfora grandiosa: seria tudo religião, a vida de Cristo e a libertação? Seria tudo um processo de reboot de computador, uma realidade virtual, com seus vírus, drivers e programas? Seria uma literal luta contra máquinas? Poucos compreendem que Matrix é tudo isto. E não é nada. É filme de ação e efeitos especiais, com suas complexidades e filosofias; onde tudo é relativo (ou não). Genial… Tudo é cinema, é ilusionismo, é mágica e estas são minhas opiniões. Até a próxima matéria.



































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