ESPECIAL OSCAR 2013 – “Mini Críticas”: FRANKENWEENIE/ A GUERRA INVISÍVEL

Victor é um menino que conduz um experimento científico para trazer de volta à vida seu amado cão Sparky, apenas para enfrentar, por vezes, consequências monstruosas.
Tim Burton dirige e produz essa obra curtíssima (1h27m, mas quando ignoramos os créditos finais, 1h15m de filme) que tem, em cada segundo, o estilo visual e ar de suas obras anteriores. Não tem como não comparar esses personagens em stop motion com os do seu filme de animação anterior A Noiva Cadáver, por exemplo.
Na minha humilde opinião, esse é o seu melhor trabalho desde Sweeney Todd (2007) e seria justo se tivesse rendido, por fim, seu primeiro Oscar como foi indicado a melhor animação.

Para mim, é muito curisoso avaliar Frankenweenie, porque quando terminei de assistir senti que é um daqueles filmes que tem todas as imprescindíveis qualidades… Pela metade! Tem momentos engraçadinhos, mas nunca é hilariante. Tem passagens emocionantes, mas nunca aquece nossos corações por completo. Tem sequências  que entretêm, mas nunca uma com espírito de aventura eletrizante. Não se pode negar a apaixonante execução de todas as inspiradas referências e homenagens ao clássico filme de horror de 1931, Frankenstein, no entanto. Toda a atmosfera dos filmes de ficção/ horror antigos (até mesmo na duração curta) e o preto e branco que já é considerado uma alternativa corajosa para um filme live action hoje em dia, quanto mais para uma animação!
Eu destaco a edição que simplesmente considero a melhor em um filme (em geral) em muitos anos e a personagem da menininha bizarra com olhos gigantes com seu gatinho igualmente estranho. Impossível ser mais “Tim Burton”. Não é maravilhosamente bom, de dar vontade de soltar fogos como eu imaginava. Também não chega nem perto de ser uma tentativa falha (um pouquinho na bilheteria talvez, tendo custado $39 milhões e arrecadado $35 milhões nos EUA). É bom.
NOTA: 8
Senhora Frankenstien: “Quando você perde alguém que você ama, ela se muda para um lugar especial no seu coração.”
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Um documentário investigativo sobre a epidemia de estupros de soldadas dentro do exército americano. Esse é o alvo do documentário indicado ao prêmio da Academia, A Guerra Invisível (The Invisible War). 
Mesmo antes de tê-lo assistido eu já torcia para que ele levasse o prêmio, porque só o que lia dos críticos eram coisas como “o filme mais importante do ano” e “poderoso, necessário”. E agora que assisti posso afirmar que sim, é tudo isso. Assistam. É preciso que todos assistam.
Por 1h30m contemplamos os depoimentos de várias soldadas, de diferentes partes dos EUA, relatando os abusos que sofreram e pior, vemos como as autoridades do exército tentam arduamente encobrir tudo. Sindicâncias são abertas, apenas para serem encerradas sem solução poucos dias depois. Algumas dessas mulheres violentadas simplesmente levam a culpa!
O corajoso documentário (que tristemente teve bilheteria de apenas míseros $72 mil dólares) nos apresenta a rotina dessas mulheres que tentam seguir com suas vidas depois do grande trauma. Algumas tiveram sequelas físicas (uma não pode mais andar normalmente após ter tido as pernas violentamente atadas durante o ato abusivo), algumas tiveram sequelas psicológicas (uma narra como sua mandíbula “trava” por vezes e diz isso enquanto mostra a inacreditável quantidade de potes de remédios sobre a pia da sua cozinha que precisa tomar. Entre antidepressivos e afins). 
Próximo dos primeiros 20 minutos de duração temos o depoimento desse pai que também trabalha no exército, sobre quando sua filha veio até ele contando que havia sido estuprada pelo próprio colega recruta. Sua emoção é honesta e as lágrimas aparecem, assim como as minhas quase apareceram também. Perto do fim, a soldada abusada e seu companheiro, sentados no sofá, choram igualmente durante o depoimento e a esse ponto eu só me sentia despedaçado e envolvido demais por todo esse tópico que me revoltou e sensibilizou.
Beira à perfeição. Apenas como todos os documentários flerta com o “enfadonho” ao exagerar na exposição de estatísticas aqui e ali, mas isso é perdoável quando nos damos conta de que trata de algo que é tão vital que tenha a atenção mundial. Pela iniciativa eu aplaudo infinitamente de pé.

NOTA: 9,5

Frases finais: Torne-se parte da campanha para proteger aqueles que nos protegem. Deixe que eles saibam que não são… Invisíveis.


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