American Mary : Polêmico, Brutal e Chocante.






Direção: Jen Soska e Sylvia Soska.



Elenco: Katharine Isabelle, Antonio Cupo, Tristan Risk, David Lovgren, Paula Lindberg, Sylvia Soska e Jen Soska.



Sinopse: Mary Mason sempre sonhou em ser uma grande cirurgiã, mas à medida em que avança nos estudos, ela descobre que a realidade da profissão é muito diferente do que ela imaginava. Decepcionada e sem dinheiro, Mary recorre ao submundo das cirurgias estéticas clandestinas. Seus clientes são pessoas fetichistas e perturbadas, dispostas a fazer transformações grotescas e radicais em suas aparências.



Curiosidades:



*American Mary foi o grande vencedor do Screamfest 2012, festival reservado aos filmes de terror. A produção levou cinco prêmios, incluindo melhor filme, melhor atriz e melhor diretor.



Trailer:





American Mary é um dos primeiros filmes de 2013 que vi. Embora tenha sido lançado em festivais de terror no ano passado, ganhou fama entre os downloads na internet agora no início de 2013. Depois de assistir o fraco Evocando os Espíritos 2, eu estava com um pé atrás deste aqui. Mas como o cinema de terror independente sempre faz, acaba surpreendendo e cativando. American Mary já é um dos mais originais e interessantes filmes lançados por aqui este ano.





Parece a Betty Boop

Começando pelo roteiro, ele é ousado e foge de todo tipo de clichê, até o último segundo. Traz doses generosas de tensão e sangue, sem perder um humor negro de revirar o estômago e sem perder o foco: a ambiguidade da personagem Mary. No início conhecemos esta estudante de medicina, que enfrenta problemas financeiros e paga com dificuldade sua faculdade. Logo, meio que por acaso, ela começa a fazer cirurgias clandestinas. Na maioria das vezes relacionadas à estética bizarra. Conhecemos personagens estranhos e assustadores, como uma mulher que tem a aparência da Betty Boop, e outra mulher que sonha em ter a aparência de uma boneca inflável. Para ter tal aparência, Mary faz uma cirurgia onde a sua cliente decide retirar os bicos dos mamilos e a abertura da vagina! Grotesco e ao mesmo tempo um alerta. Pesquisando na internet achei muita cirurgia perturbadora, em nome de um excêntrico gosto de mudanças de visuais. E este filme explora isso, de início. Tudo complica quando os parceiros cirurgiões de Mary a levam em uma festa, e ela acaba estuprada. Então começa uma doentia vingança, sem limites, sem pudor, sem remorsos e sem clichês. 






Na metade final, reviravoltas e metalinguagem é o que não faltam. Um humor negro ácido e eficaz acompanha o filme até o instante final; final este que caminha para um derradeiro banho de sangue. Visceral ao máximo, sem perder um glamour em seu meio. O filme é um dos mais bizarros lançados por último. E mesmo assim, não chega a ser uma festa de torturas como Jogos Mortais. Aqui tudo é mais singelo, na camufla, com direito a música clássica de pano de fundo. Não é um filme com mortes e mortes o tempo todo. Tudo acontece ao “natural”, conforme vai se estabelecendo a história destas bizarras personagens.



Qual o limite para se alcançar o que se quer? Qual o limite do aceitável? Qual o limite para alcançar a beleza que você deseja? Embarque num mundo sombrio e chamativo, onde vale tudo pela estética chocante. Em meio à bares de strip, cirurgiões tarados e mulheres que desejam ser bonecas infláveis; o filme traz certa melancolia desalentadora. Não posso falar mais nada para não estragar as surpresas.



Não é um filme para politicamente corretos, para quem tem sangue frio e para quem está acostumado com filmes de terror simples, como Atividade Paranormal ou Jogos Mortais. American Mary tem mais, muito mais do que aparenta. Faz uma crítica psicológica genial, ao mesmo tempo em que choca e te prende até o último segundo nesta obra de genuíno terror. Originalidade, digna das mentes de suas bizarras personagens.



NOTA: 9,5















































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