CRÍTICA : AMERICAN PIE O REENCONTRO

Elenco: Alyson Hannigan, Chris Owen, Deborah Rush, Jason Biggs, Eugene Levy, Seann William Scott, Thomas Ian Nicholas, Shannon Elizabeth, Tara Reid, Chris Klein, Mena Suvari, Jennifer Coolidge.

Em 1999 nasceu uma lenda cinematográfica adolescente: American Pie – A Primeira Vez é Inesquecível. Esse filme marcou uma geração inteira (no qual me incluo), que naquela época estava crescendo, entrando na escola e tendo seus primeiros amores. Era uma época de descobertas. O mundo também estava em transformação. Os celulares, os computadores e a internet estavam querendo ficar populares, o cinema passava por mudanças e os filmes que ditariam as regras de hoje estavam sendo lançados lá. Outro dia na crítica do filme Segundas Intenções eu já havia falado que 1999 foi um ano incrível para o cinema. O nascimento da franquia American Pie é outra prova disso.


O primeiro American Pie não foi o primeiro filme de comédia adolescente envolvendo sexo. Na década de 80 já existiam os Porky’s que já faziam sucesso. O que American Pie fez foi popularizar a linguagem adolescente, se tornando uma referência pop. Aí vieram o segundo e terceiro filme, também bons. Após isso vieram várias continuações direto em DVD, com outro elenco e situações. Mas esses foram forçados e muito banais. Eis que em 2012 ressurge com o elenco original. Eu estava temeroso que fosse ser mais uma forma de fazer dinheiro, mas apesar disso também influir; na verdade American Pie O Reencontro é uma doce balada nostálgica. Este sim é o “verdadeiro quarto” filme. Eu estava cansado de imitações baratas e sequências fracas. Mas mesmo não indo muito bem de bilheteria, este filme resgata o bom humor bizarro dos adolescentes do final dos anos 90 e início dos 2000.


O roteiro embora não muito original, consegue misturar muito bem as piadinhas pesadas e desmioladas da turma com novos elementos. Agora eles são adultos e devem lidar com problemas de adultos: casamento, filhos, divórcio, trabalho, traição e morte dos pais. Mas por um fim de semana eles esquecem disso e resolvem tocar o ” fo%#$* “. Então diversas situações começam a ocorrer, muito parecidas com as mesmas situações da trilogia inicial. Mas desta vez eles são adultos e terá consequências. Ainda no roteiro há espaço para nostalgia. Todos personagens dos 3 primeiros filmes estão aqui, nem que seja numa participação rápida.


Bem filmado e com piadinhas ágeis e sagazes, esse é um bom filme de comédia. Pega pesado sem apelar muito. Ok, tem algumas cenas tensas como a da tampa da panela. Mas nada grotesco demais. O elenco colabora. Apesar de alguns estarem meio enferrujados e longe das telas a um bom tempo, ao todo o elenco manda bem. Tudo parece uma grande brincadeira. Mas são três os que roubam a cena: Jennifer Coolidge (como a mãe de Stifler), Eugene Levy (como o pai de Jim) e o próprio Stifler vivido pelo irreverente Sean William Scott. Aliás, de todos atores, após o terceiro American pie; Sean William Scott foi o que mais se deu bem no cinema fazendo vários filmes legais (como Bem Vindo À Selva). Stifler é a alma da saga, como ele mesmo diz: Stifodão. Ele é o exemplo perfeito do que deveria ser a saga: humor irreverente, sem limites, como se estivesse numa eterna puberdade. No fundo essa é a proposta da saga. 






Resgatando personagens queridos e situações engraçadas, porém com um roteiro atual (piadas com Facebook e internet toda hora) e maduro, American Pie O Reencontro é uma ótima pedida para ter aquele momento nostálgico (aquele momento em que você revive algo das antigas que te faz sentir muito bem). Não é só um filme, é um elogio a essa tão querida saga de filmes, que influenciou muito na sexualidade, nas tendências e até na cultura dos jovens de hoje. Aposto que todos que tem entre 12 e 25 anos conhecem essa franquia. Até um ano atrás eu ainda estudava e ouvia colegas e outros da escola ou curso falando de American Pie. Foram muitas as vezes em que o assunto de aula foi esses filmes. Até professores participavam. 


American Pie O Reencontro traz o melhor da comédia adolescente, e mesmo que tenha seus momentos absurdos e levados, não deixa de passar seu recado: o tempo passa, a vida nos dá trabalho e problemas. A juventude passa, nossos pais morrem e tudo começa a se complicar. Uma pena que a juventude eterna não exista. Já pensou se a vida fosse uma grande festa estilo Stifler? Realmente o tempo passa, mas isso não quer dizer que não possamos relembrar disso às vezes. É o que American Pie O Reencontro faz: revive as aventuras daqueles amigos; e mais que isso, revive o melhor da comédia do final dos anos 90. Assistir a esse filme foi um momento feliz e único. Nostalgia pura.


NOTA : 9



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