Crítica: Megatubarão (2018, de Jon Turteltaub)

Em 1975, Steven Spielberg trouxe ao mundo dos cinemas Tubarão, clássico filme cult, que abocanhou (desculpe o trocadilho) três estatuetas do Oscar, em 1976. De lá pra cá, o predador mais temido dos oceanos passou a ser mais explorado em algumas tramas, como Do Fundo do Mar, Medo Profundo e Terror na Água, e até mesmo em franquias, como (o péssimo) Sharknado. Eis que, com a volta de grandes “monstros” aos cinemas, a Warner Bros. traz esse ano Megatubarão, um filme que entrega aquilo que promete: ação, suspense, sustos e uma pitada de humor e isso tudo com Jason Statham liderando toda a trama sem precisar trabalhar outros possíveis arcos.

Não quer dizer, no entanto, que Megatubarão seja magno em seu roteiro, que até entrega bem uma primeira impressão, colocando Jonas Taylor (Jason Statham) no centro das atenções, um mergulhador com a missão de resgatar tripulantes presos nas profundezas do oceano. Após um acidente com uma equipe de exploradores de oceano, que ultrapassam a termoclina para descobrir novos seres marítimos, Jonas tem a missão de resgatá-los. No meio disso tudo, os traumas do passado, mais precisamente de cinco anos, voltam a amedrontar o nosso protagonista na descoberta de Megalodon, um tubarão considerado extinto por mais de 2 milhões de anos, que vive nas profundezas do oceano e consegue atravessar a barreira  existente atingindo a superfície do mar.

Diante disso, o roteiro caminha suas atenções para o astro principal do filme, Meg (nome original) e deixa de trabalhar no núcleo de personagens mais profundmente. Isso até ajuda a entender as escolhas que os roteiristas Dean Georgaris (Sob o Domínio do Mal), Jon Hoeber (Battleship) e Erich Hoeber (Red – Aposentados e Perigosos) de irem diretamente ao ponto da proposta do filme, que é o tubarão e as consequências que estão por vir. Contudo, as escolhas não são equilibradas, consistem em criar arcos desprezíveis que não agregam em absolutamente nada para o apoio, os saturando demasiadamente, salvado-se apenas nos tons cômicos que brindam a trama nos tempos necessários.

Jason Statham faz mais do mesmo de todos os papéis propostos para si. Mas aqui, o ator consegue criar um lado mais humano do personagem “brucutu” até mesmo pelo fato de contracenar com uma criança, Sophia Cai (Somewhere Only We Know), uma grata e notável surpresa do filme, que ajuda a deixar Statham mais carismático e confiante de suas ações. Ambos criam excelentes diálogos em diferentes momentos e servem até mesmo de ponte para um flerte da mãe, interpretada por Bingbing Li (Transformes: A Era da Extinção), com Jonas, uma química que rendeu bons momentos no filme demonstrando uma capacidade na atuação coerente e linear para sua personagem, que foi extremamente exigida em certos pontos da película.

Em contraponto ao elenco, as cenas de ação não ludibriam o expectador, são um espetáculo à parte, uma forma digna, até certo ponto, de homenagear Steve Spielberg e entender os conceitos do diretor. O suspense é algo inquietante a todo momento em que Meg submerge no oceano e se perde no meio da cena nos fazendo pensar que algo sempre vai acontecer, nos preparando a todo instante para os jumpscares. A forma de montagem nesse aspecto é grandiosa, clichê em certas ocasiões, mas nada que comprometa o raciocínio de entendimento do filme, necessário para tal, ponderando até um certo plot twist na narrativa dos fatos.


Megatubarão entrega uma trama rodeada de muita adrenalina para os fãs do gênero, formaliza aquilo que propôs e acerta nas suas decisões de apresentar o Megalodon, com algo crivelmente assustador, sendo fielmente honesto com a história, mas o capricho com o restante do elenco poderia ser algo trabalhado  com maior profundidade e dar mais dinamismo científico dessa desbravada aventura nos oceanos aos atores em cena; dar um pitada aguçada para eles. Entretanto, o seguimento da direção é certeiro e traz uma obra sólida e positivamente boa para esse esteriótipo de filme.

Título Original: The Meg

Direção: Jon Turteltaub

Elenco: Jason Statham, Bingbing Li, Rainn Wilson, Ruby Rose, Cliff Curtis, Winston Chao, Page Kennedy, Robert Taylor III, Jessica McNamee, Ólafur Darri Ólafsson, Sophia Cai e Massi Oka

Sinopse: Na fossa mais profunda do Oceano Pacífico, a tripulação de um submarino fica presa dentro do local após ser atacada por uma criatura pré-histórica que se achava estar extinta, um tubarão de mais de 20 metros de comprimento, o Megalodon. Para salvá-los, oceanógrafo chinês (Winston Chao) contrata Jonas Taylor (Jason Statham), um mergulhador especializado em resgates em água profundas que já encontrou com a criatura anteriormente.

Trailer:





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