Crítica: Sense8 – Episódio Final (2018, de Lana Wachowski)

Primeiramente, devemos lembrar que esse episódio foi um gancho do último, onde muita coisa ficou solta no ar. O cancelamento precoce da série pela Netflix deixou muita gente – inclusive quem vos escreve – irritada. Não dar um final é muito pior do que dar um final ruim. E após uma grande pressão na internet, finalmente o último episódio foi ao ar dia 8 de junho. O fim de uma era chegou. Digo isso porque Sense8 era muito mais do que uma série sobre pessoas excepcionais e seus talentos. A série nos ensinou muita coisa da qual vou me aprofundar mais para frente, mas caso você queira dar uma lida na crítica da temporada anterior, clique aqui!

CUIDADO! SPOILERS!
Recapitulando alguns acontecimentos, acredito que o mais importante a se lembrar era que a temporada acaba com Wolfgang (Max Riemelt) sendo preso e sofrendo na mão do governo e, em contrapartida, Sussurros (Terrence Mann) sendo feito de refém pelos Sense8. A Netflix realmente achou que os fãs iam deixar Wolfgang acabar em outro final sem ser o de ‘felizes para sempre’ com a Kala? 

Me poupe, Netflix!
Mesmo tendo duas horas, o episódio pareceu corrido e com um ritmo acelerado em alguns acontecimentos, como a súbita aceitação de Rajan (Purab Kohli) em Kala (Tina Desai) ser uma Sense8 e estar apaixonada por duas pessoas ao mesmo tempo. As explicações governamentais, a origem dos Sense8 e muitas outras coisas que, no contexto poderiam ter sido melhor aproveitadas. Entretanto, a história é coerente, sendo necessário o tom mais direto para poder finalizar todas as questões em aberto. 

Finalmente, depois de muito tempo, temos a resposta concreta para as perguntas: Jonas, amigo ou inimigo? O que realmente motiva a OPB? Em duas horas, aprendemos muito mais sobre a Angélica e toda sua luta do que em duas temporadas. O episódio não perde sua essência. Mostra os pontos fortes de todos os personagens e o porquê cada um é tão importante no contexto. Não economiza em cenas de ação, que são sempre muito bem vindas, e com momentos tensos, que conseguem nos deixar aflitos perante aos acontecimentos. Indo do óbvio para o inesperado. Apesar de alguns personagens aparecerem mais do que outros, todos são inseridos na história e tem seus momentos para brilhar e se despedir da melhor maneira possível.
Eu poderia escrever linhas e linhas sobre a evolução dos personagens, sobre como cada um aprendeu a lidar com os problemas e etc., mas não vou. Porque como eu digo sempre para as pessoas que me perguntam sobre o que é a história, que Sense8 não é sobre pessoas especiais com dons excepcionais. Sense8 é sobre empatia, sobre amor, sobre respeito! Chega a ser poético assistir algo que levou tão a sério e tão a fundo o real significado da palavra EMPATIA! Se colocar no lugar do outro, sentir o que o próximo sente, literalmente. Como o ódio é algo corrosivo e gratuito. Como ele destrói tudo o que toca, aos outros e principalmente a quem o semeia. 

A história abraça todo e qualquer gênero, abraçam o público LGBT como nenhuma outra, quebrando paradigmas e mostram que sim, somos todos iguais! Todos merecedores de amor e respeito. Que temos direitos e que merecemos ser felizes, independente se moramos na Índia, na Suécia ou no Brasil. Ricos, pobres, negros ou brancos. Nos lembrando que, o ser humano é muito mais do que rótulos, do que imposições sociais ou familiares. Como é desnecessário e humilhante o preconceito com aquilo que é considerado diferente, quando na verdade, não é. Talvez seja por isso que tanta gente sente uma necessidade sufocante em por nome em tudo que faz, em tudo que sente, em como tudo deve ser. Uma tentativa de se encaixar na subversiva sociedade em que vivemos, esquecendo do mais importante, que é viver.
Acredito que a liberdade que experimentamos quando aceitamos quem realmente somos, compensa todo o sofrimento e as tentativas falhas de tentar se encaixar no que é “aceito”. 

Seja você mesmo. Seja livre. Ame! Respeite!
Título Original: Sense8

Direção: Lana Wachowshi

Elenco: Jamie Clayton, Max Riemelt, Miguel Ángel Silvestre, Brian J. Smith, Bae Doona, Tina Desai, Tuppence Midleton, Toby Onwumere, Alfonso Herrera, Freema Agyeman, Terrence Mann, Naveen Andrews, Daryl Hannah 

Sinopse: A série conta a história de oito desconhecidos: Will Gorski, Riley Blue, Capheu Onyongo, Sun Bak, Lito Rodriguez, Kala Dandekar, Wolfgang Bogdanow e Nomi Marks. Cada uma dessas pessoas é de uma cultura e um país diferente e descobrem estar mentalmente e emocionalmente ligados um ao outro, sendo capazes de se comunicar, sentir e apoderar-se do conhecimento, linguagem e habilidades alheias. 

Trailer:

Deixo aqui esse hino para vocês:
E aí, o que acharam?

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