Crítica: O Diabo Veste Prada (2006, de David Frankel)



Jaz aqui um filme direto do túnel do tempo (2006), porque filmes bons merecem ser ressuscitados, sempre! Adaptado do livro de mesmo nome, O Diabo Veste Prada foi um enorme sucesso comercial, tendo custado US$35 milhões e arrecadado US$125 milhões, só nos EUA. O livro – igualmente sucesso – foi polêmica pura quando lançado. Claramente se baseia na poderosa figura da moda internacional, Anna Wintour, e a trama a apresenta como um diabo desalmado que faz da vida de suas assistentes um inferno (fortes indícios de que seja tudo verdade), só que, aqui, ela é Miranda Priestly, e a revista onde ela é editora chefe não é a suprema VOGUE, e sim, a fictícia RUNWAY.

Anne Hathaway interpreta a protagonista Andy, que é uma jornalista engajada com matérias de importância social, que à procura de sua primeira grande oportunidade profissional acaba se vendo infiltrada nesse mundo da moda, do qual ela é totalmente indiferente. A sempre excelente, Meryl Streep, interpreta “o diabo”, e ela nunca antes esteve tão fria em cena. Os olhares, a voz sempre baixa e ao mesmo tempo rígida. Inteiramente merecida a sua indicação ao Oscar de melhor atriz, o que para um filme com essa temática (aparentemente outra comédia sem maiores pretensões ambientada no mundo da moda) foi um diferencial e tanto para a premiação. Emily Blunt também coloca sorriso em nossos rostos como a assistente estressada e obstinada. É todo um elenco que se resume apenas a acertos.


O sucesso de um filme é, normalmente, a combinação de ótimo roteiro + ótimo diretor. Mesmo que não haja diálogos profundos aqui ou nada muito inspirado, o bom humor inteligente é vívido e o trabalho do diretor, David Frankel, é feito com dedicação e ritmo. Entrar no tópico “quesitos técnicos do filme” é falar basicamente da trilha sonora incrível e figurinos de primeira. O Diabo Veste Prada talvez seja o filme com a melhor coletânea de músicas da “atualidade”. 

Assim como a indicação de Streep, a indicação do figurino do filme ao Oscar foi inusitada. Uma categoria que sempre dava exclusiva atenção ao guarda-roupa de filmes que continham vestidos enormes do século passado, de repente dar algum crédito a um filme que apresenta jaquetas e botas moderninhas e vestidos de gala da mais recente coleção, é de se admirar. Aplausos também são merecidos para o trabalho musical do compositor Theodoro Shapiro, e ainda para a figurinista Patricia Field (a mesma responsável pela referência eterna de moda, a série Sex And The City). 

Um filme que não é nenhum exercício de “reflexões profundas” ou “novidades”, mas, sim, um verdadeiro editoral de moda em movimento, uma coletânea pra lá de animada de músicas e um passatempo com risadas (mesmo que brandas), salpicado com atuações de primeira, durante 1h45m.

Título Original: The Devil Wears Prada

Direção: David Frankel

Elenco: Meryl Streep, Anne Hathaway, Emily Blunt, Stanley Tucci, Adrian Grenier, Simon Baker, Gisele Bundchen, Tracie Thoms, Daniel Sunjata, Sarah Rafferty e mais.

Sinopse: Andrea Sachs (Anne Hathaway) é uma jovem que conseguiu um emprego na Runaway Magazine, a mais importante revista de moda de Nova York. Ela passa a trabalhar como assistente de Miranda Priestly (Meryl Streep), principal executiva da revista. Apesar da chance que muitos sonhariam em conseguir, logo Andrea nota que trabalhar com Miranda não é tão simples assim.

Trailer:

Crítica escrita pelo membro:
O Mágico de Oz.

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