Crítica: Os Suspeitos (2013, de Denis Villeneuve)

Há quanto tempo não vemos um filme investigativo bem elaborado como “O Silêncio dos Inocentes”, hein? Um roteiro bem feito, bem bolado, com cada acontecimento em seu lugar, seguido de uma trama envolvente. Pois bem, “Os Suspeitos” chega bem perto disso, apesar de não ser tão grandioso quanto o anteriormente citado. Contando com um forte elenco e a direção de Denis Villeneuve (diretor do filme “Incêndios”, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2011), ele consegue ser consistente, lógico e eletrizante.

As primeiras cenas já mostram o pivô de toda a trama que decorrerá. Keller Dover, interpretado por Hugh Jackman (Os Miseráveis), e sua esposa Grace, vivida por Maria Bello (Marcas da Violência), vão passar o dia de Ação de Graças na casa dos amigos, Franklin e Nancy Birch, interpretados por Terrence Howard (Crash – No Limite) e Viola Davis (Histórias Cruzadas), respectivamente. Cada casal tem dois filhos, um adolescente e uma criança e, num descuido, as menores saem de casa e desaparecem quase sem deixar vestígios para trás, a não ser pistas muito rasas sobre um veículo visto pelos irmãos. É a partir daí que começa o pesadelo na vida dessas duas famílias.
Responsável pelas buscas e investigação, o detetive Loki, vivido por Jake Gyllenhaal (Amor e Outras Drogas), tem em suas mãos o caso mais complexo de sua carreira, tendo que enfrentar a astúcia do sequestrador e o sentimento de desespero das famílias, que cresce a cada instante que passa. Esse desespero explosivo afeta muito Keller, que não consegue ficar de braços cruzados aguardando notícias e decide tentar fazer justiça com as próprias mãos, seguindo suas próprias pistas. Logo, Loki e Keller não se dão bem, já que o detetive deve seguir as leis e ser um bom profissional e o outro, desesperado, quebra as regras seguindo seu próprio instinto de pai.
O filme se desenvolve de maneira clara e tensa e, como um bom thriller de investigação, segue com a descoberta de pistas, tortura em troca de informação e, claro, boas surpresas no enredo. Por mais que não consiga ser genial, a fita é bastante interessante e faz o tipo inteligente “quebra-cabeça”, onde as pistas aparecem e tudo vai se encaixando ao tempo em que a tensão também aumenta. As performances são ótimas e o enredo ajuda bastante. Jackman e Gyllenhaal estão excelentes, com destaque para o primeiro que sabe muito bem fazer um papel de ‘louco desesperado e quase psicótico’. Os demais estão muito bem e nada compromete o filme, que tem muitos personagens envolvidos. Um detalhe interessante que me chamou a atenção foi o corte de cena. Por se tratar de um filme policial (que traz uma veracidade/realidade), algumas cenas óbvias acabam ficando para trás deixando a trama mais interessante. 
O filme é longo e, por vezes, pode parecer arrastado, mas não o julgue por isso; muitas cenas compõem um cenário que mixa ação e drama de uma maneira convincente e interessante, levando-nos à uma sequência final um tanto inesperada envolvendo a personagem vivida por Melissa Leo (O Vencedor). Ao final, um simples objeto causador de toda a situação serve para encerrar o filme de forma não muito estupenda, mas interessante e que se utiliza do corte de cena comentado, desagradando alguns, mas chamando atenção positivamente de outros.
Título Original: Prisoners

Direção: Denis Villeneuve

Elenco: Jake Gyllenhaal, Hugh Jackmann, Paul Dano, Maria Bello, Melissa Leo, Viola Davis, Terrence Howard, Dylan Minnette, David Dastmalchian, Erin Gerasimovich, Kyla Drew Simmons, Wayne Duvall, Zoe Soul, Len Cariou, Brad James, Robert C. Treveiler, Victoria Staleym Anthony Reynolds, Katrina Despain, Sandra Ellis Lafferty, Todd Truley, J. Omar Castro, John Atwood, Kevin L. Johnson, Jeff Pope.

Sinopse: Boston, Estados Unidos. Keller Dover (Hugh Jackman) leva uma vida feliz ao lado da esposa Grace (Maria Bello) e os filhos Ralph (Dylan Minnette) e Anna (Erin Gerasimovich). Um dia, a família visita a casa de Franklin (Terrence Howard) e Nancy Birch (Viola Davis), seus grandes amigos. Sem que eles percebam, a pequena Anna e Joy (Kyla Drew Simmons), filha dos Birch, desaparecem. Desesperadas, as famílias apelam à polícia e logo o caso cai nas mãos do detetive Loki (Jake Gyllenhaal). Não demora muito para que ele prenda Alex (Paul Dano), que fica apenas 48 horas preso devido à ausência de provas contra ele. Alex na verdade tem o QI de uma criança de 10 anos e, por isso, a polícia não acredita que ele esteja envolvido com o desaparecimento. Entretanto, Keller está convicto de que ele tem culpa no cartório e resolve sequestrá-lo para arrancar a verdade dele, custe o que custar.

Trailer:

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