Crítica: Jogador Nº 1 (2018, de Steven Spielberg)

Depois de um enfadonho The Post: A Guerra Secreta, confesso que eu estava um pouco reticente com as novas investidas de Steven Spielberg. Bobo eu! Ele mostrou que tem fôlego – e ideias – de sobra para nos brindar com quantas histórias fantásticas ele ainda quiser.

Em geral, quando assistimos algum argumento futurístico (não necessariamente cyberpunk), temos uma tendência natural a nos questionarmos se enxergamos o mundo daquele jeito no futuro. Após sair da sala de Jogador Nº 1, minha primeira reação foi a de questionamento: quanto tempo passamos hoje na realidade virtual? Quantas pessoas têm mais amigos na rede do que pessoalmente? Quando pensamos nas pessoas que iniciaram a caça aos pokémons influenciados ou não pelo desenho, talvez sejamos levados a pensar no porquê de os jogos de RPG não se popularizam mais…

O filme é baseado em um livro, publicado em 2011, que confesso não ter lido. A premissa do filme é bastante interessante: quais as consequências na nossa vida se passássemos mais tempo na realidade virtual (ainda mais tempo)? Assim, nos é apresentado o Oásis, que funciona como uma fuga da realidade caótica que o mundo esta enfrentando em 2044. Após a morte do seu criador, descobre-se que este deixou 3 easter eggs no jogo e que ao serem encontrados, definirão o novo dono da bilionária companhia.


A partir daí, meus amigos, é saudosismo puro. Referências de toda uma cultura pop dos anos 90. Dá um misto de vontade de vibrar com a de chorar de pura nostalgia. Que homenagem incrível aos games, músicas, desenhos e filmes da época. Inclusive, é interessantíssimo notar a quantidade de vezes que o próprio Spielberg se menciona na obra: Jurassic Park, E.T, De Volta para o Futuro (sendo que deste último ele foi produtor executivo).

Entretanto, a melhor referência do filme fica a cargo de um clássico do terror, e que como não é apresentado no trailer, não irei dar o spoiler aqui, mas vale a conferida. Não tem como não cair na gargalhada ao mesmo tempo em que fica vidrado para saber se os nossos heróis estão seguindo as pistas certas.

Por fim, não mencionei muito dos atores. Temos até alguns nomes conhecidos no elenco, como: Simon Pegg (Star Wars: O Despertar da Força e Missão Impossível) e Mark Rylance (Ponte de Espiões e Dunkirk), mas não é essa a essência do filme; inclusive, é fácil percebermos que qualquer um que estivesse ali deixaria o filme tão bom quanto ele realmente é. E não por demérito de nenhum dos atores, é bom frisar, mas, pela excelente forma de Steven Spielberg à frente da direção.

O diretor mostra que está em uma forma invejável e o melhor de tudo: foi o recado que ele mandou quando questionado do porquê ele não volta a dirigir Jurassic Park: “Hoje eu prefiro temas com maior relevância social” – respondeu, sutilmente. Acertou em cheio Spielberg! Isso foi tão Black Mirror.

Título Original: Ready Player Number One

Direção: Steven Spielberg

Elenco: Tye Sheridan, Olivia Cooke, Ben Mendelsohn, Lena Waithe, Simon Pegg, Mark Rylance, T.J Miller e Hannah John-Kamen.

Sinopse: Num futuro distópico, em 2044, Wade Watts (Tye Sheridan), como o resto da humanidade, prefere a realidade virtual do jogo OASIS ao mundo real. Quando o criador do jogo, o excêntrico James Halliday (Mark Rylance) morre, os jogadores devem descobrir a chave de um quebra-cabeça diabólico para conquistar sua fortuna inestimável. Para vencer, porém, Watts terá de abandonar a existência virtual e ceder a uma vida de amor e realidade da qual sempre tentou fugir.

Trailer:

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