Crítica: A Leoa (2016, de Vibeke Idsøe)

Antes mesmo de eu começar a assistir esse filme, apenas pelo trailer, para ser mais exata, já me vi imersa em várias reflexões, uma delas é: até quando  as pessoas serão julgadas e discriminadas, principalmente por aspectos intrínsecos ao seu próprio ser, como sua cor, sua cultura, seu sexo, sua doença… Até quando vamos atacar uma pessoa e fazê-la se sentir miserável apenas porque algo nela não nos agrada?

A Leoa, embora lançado em 2016, tem seu plano de fundo na Europa nos anos de 1912 (e seguintes), e nos traz a emocionante história de Eva, uma garota que nasceu com hipertricose, uma doença extremamente rara que causa o excesso de pelos por todo o corpo. Sua mãe morreu em seu parto e a única pessoa da família que lhe restou foi seu pai, que além de ter que lidar com a morte da esposa, teve se que se manter forte – a medida que pode – para lidar com toda uma sociedade por conta da doença da filha.

Lidar com uma sociedade preconceituosa e agressiva era a parte mais difícil dessa doença, e isso fazia com que o pai de Eva, Gustav, a proibisse de levar uma vida normal, para poupá-la da ignorância dos outros e evitar que não se sentisse anormal. Isso fazia com que Eva escondesse de seu pai as agressões que sofria na rua para que ele não a proibisse de sair, pois poucas vezes fora flexível com a filha. Em contrapartida, Gustav se mostrou um pai cheio de amor, e que só fez o que fez para proteger a filha, pois ele tinha para com ela um carinho e cuidado muito grande.

Outra pessoa que não pode deixar de ser mencionada, é Hannah, mulher que fora ama de leite de Eva desde seus primeiros dias de vida, e que, desde sempre, nunca mostrou nenhuma estranheza por conta da doença da garota, pelo contrário, sempre fora muito amável e a defendia do pai quando este estava por ser protetor e severo demais com a filha.

Diante de toda essa angústia, vemos Eva se sujeitando a ir em direção aos caminhos mais convenientes para os preconceituosos, por achar que não tinha outras opções, por achar que não tinha espaço no mundo. E eu só posso dizer mais uma coisa: você vai querer ver esse filme para vê-la decidindo parar de viver em tamanha humilhação, principalmente porque temos um elenco que é fenomenal em suas atuações, sem exceção, além de acompanharmos por uma tela onde imagem e som te proporcionam imersões profundas em toda essa bela e emocionante história de superação.


Título Original: Løvekvinnen

Direção: Vibeke Idsøe

Elenco: Rolf Lassgard, Kjersti Tveteras, Rolf Jristian Larsen, Ole Johan Skjelbred-Knutsen, Karen-Lise Mynster, Ida Ursin-Holm, Lisa Loven Kongsli, Connie Nielsen, Henrik Mestad, Kare Conradi, Mathilde Thomine Storm.

Sinopse:  Esta é a história de Eva (Mathilde Thomine Storm), uma mulher que nasceu com uma rara condição genética que faz com que pelos nasçam em grandes quantidades por todo seu corpo. Ela, então, precisou e ainda precisa superar o preconceito da sociedade e os desafios impostos por sua condição.
Trailer:




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