Crítica: A Melhor Escolha (2017, de Richard Linklater)

Linklater é um diretor e roteirista bastante singular. Sua particular visão sobre o processo de maturidade é o que mais se destaca em suas obras, e aqui podemos citar os belíssimos Antes do Amanhecer, Antes do Pôr-do-Sol e Antes da Meia-Noite, que para quem não assistiu, são três filmes com o mesmo casal protagonista filmados em 1995, 2004 e 2013 respectivamente. Também não podemos deixar de citar Boyhood – Da Infância à Juventude, gravado ao longo de 12 anos para mostrar a evolução da Infância à Juventude de fato.

Em seu novo longa, A Melhor Escolha, Linklater não abandona as raízes de fazer um filme voltado para as relações pessoais e o impacto destas nas vidas das pessoas, entretanto, com uma dinâmica diferente. Isso em parte é um problema, visto que em determinados momentos do filme, notamos que existe uma pré-disposição para discutir o 11 de setembro, Saddam Hussein e outras questões (importante lembrar que o filme se passa em 2003).


Inclusive, o fato do filme se passar em 2003, faz Linklater brilhar naquilo que ele sabe fazer de melhor, tratar ambientes e as relações como elas eram na época. Ele reproduz bem o clima tenso presente pós ataque das torres gêmeas e morte de Saddam, o advento das tecnologias e de como elas tinham a missão de encurtar distâncias entre outras.

Outro ponto de destaque no filme é a presença sempre próxima, ou a direta, que Sal (Bryan Cranston) tem em relação a Larry Doc (Steve Carell), demonstrando que este é a emoção, enquanto o reverendo Richard (Laurence Fishburne) se mantém sempre a distância ou a esquerda de Larry Doc, representando a razão.


Temos que enaltecer inclusive a química deste trio de respeito. É tão natural, que realmente nos convence e faz analisar os personagens em sua individualidade e nas reações ao estar em um grupo.

Por fim, ainda assim, não é um filme que brilha ou encanta, mas, que serve como um bom entretenimento, ancorado principalmente por atores talentosíssimos, que assim, entrega bons momentos (a passagem de Cicely Tyson é incrível!).


Título Original: Last Flag Flying

Direção: Richard Linklater

Elenco: Steve Carell, Bryan Cranston, Laurence Fishburne, Kate Easton e Cicely Tyson.

Sinopse: Trinta anos após servirem juntos no Vietnã, o ex-marinheiro Larry Doc Shepherd se reúne com seus velhos amigos, Sal Nealon e o reverendo Richard Mueller, para enterrar seu filho, um jovem marinheiro morto na guerra do Iraque.

Trailer:



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