Crítica: Borg Vs. McEnroe (2017, de Janus Metz Pedersen)

A rivalidade entre Björn Borg e John McEnroe é, até hoje, uma das maiores rivalidades da história dos esportes. Borg, foi profissional durante 10 anos (1973-1983) e nesse tempo venceu 56 torneios, e, além de ser considerado um dos jogadores que mudou a forma de se jogar tênis, foi considerado o nº 1 do mundo em 1979, após vencer o Wimbledon pela quarta vez. E o recorte do filme, retrata o período de preparação do torneio de Wimbledon de 1980, ao mesmo tempo que apresenta a trajetória de Borg até ser esse jogador frio e sistemático que se sabe hoje, que o apelidou de ‘Iceman’.

A situação inicial do filme é a seguinte: Borg poderia vencer o seu quinto Wimbledon seguido e se tornar o maior vencedor da história do torneio, ao mesmo tempo em que os analistas começavam a dizer que o grande Iceman chegara ao seu limite. Nesse cenário, John McEnroe, um tenista mais novo e que foi vencedor dos dois últimos U.S Open, conhecido até hoje por ser um dos jogadores mais temperamentais da história do tênis, surge como o único jogador possível para impedir Borg de conquistar seu feito e ainda tirá-lo do topo do raking. O desfecho disso, é uma das partidas mais icônicas da história do tênis.



O diferencial aqui, de uma história bem conhecida no mundo do esporte, é que o diretor dinamarquês Janus Metz Pedersen decide fazer uma abordagem biográfica de Björn Borg, mais ao estilo que Danny Boyle imprimiu em Steve Jobs de 2015 (estrelado por Michael Fassbender), onde é explorada mais a relação do protagonista com a imagem que a mídia e os outros jogadores tem dele, do que realmente suas atividades e feitos profissionais.

A semelhança do ator Sverrir Gudnason com o jogador, deixa o filme ainda mais impactante, apesar do ator de 39 anos ter 15 anos a mais que o jogador em 1980, em nenhum momento parece que o ator tem quase 40 anos de idade. O personagem de Shia LaBeouf, também é 10 anos mais novo que ele (John McEnroe tinha 21 anos na época da partida) e ele também está muito bem caracterizado, apesar de não parecer fisicamente com o jogador que ele retrata.

A fotografia de Niels Thastum é excelente, principalmente dentro das partidas de tênis, que sempre são muito aceleradas e passa a emoção de estar dentro das quadras, com uma montagem que intercala cortes muito rápidos quando estão na disputa, e planos demorados quando trata da intimidade de Björn Borg, dando um ritmo único e muito peculiar a essa excelente biografia. 

Mas por explorar uma história tão nichada, quem não conhece, ou não se importa, com a relevância do jogo entre os dois, pode achar a história muito desinteressante. Claro que além de todo o foco no próprio jogo, tem alguns dramas pessoais na vida dos jogadores, como a relação de Borg com seu treinador e sua esposa, ou a relação de McEnroe com seu pai, mas são cenas curtas e pouco profundas em relação ao enredo principal do filme. 

Uma película muito bem executada por um claro amante de tênis, merece muito ser assistida, principalmente pelos fãs de esporte. A sua bilheteria pode ter problema, pois apesar de ter atores conhecidos pelo público como Shia Labeouf e Stellan Skarsgard, não tem elementos para incitar o público médio a preteri-lo em relação a outros filmes em cartaz, o que é uma pena pela qualidade biográfica que apresenta.


Título Original: Borg/McEnroe

Direção: Janus Metz Pedersen

Elenco: Sverrir Gudnasson, Shia LaBeouf, Stellan Skarsgard, Tuva Novotny, Robert Emms, Leo Borg, Jackson Gann, Ian Blackman

Sinopse: O filme recria a inimizade profissional intensa entre o ícone do tênis sueco Bjorn Borg e o ‘enfant terrible’ americano John McEnroe.

A rivalidade Borg-McEnroe tomou proporções cinematográficas, ajudada também pelas distintamente diferentes personalidades: Borg, na quadra, pelo menos, foi controlado e calmo, com McEnroe o contrário, todos os acessos de raiva e emoções visíveis. A partida de 1980, na final do torneio de Wimbledon é amplamente considerada um dos maiores jogos de tênis da história do esporte.






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