Análise: O Duplo – Entendendo ou não


O Duplo é um filme baseado livremente no livro homônimo de Fiódor Dostoievski, e com certeza te dará alguns nós na cabeça. Se você não assistiu o filme, prepare-se para os spoilers. 

O Duplo conta a história de Simon James (Jesse Eisenberg, o eterno Mark Zucherberg de A Rede Social). Simon, tem uma vida monótona e uma vida ciclíca e sem graça. Todos os ambientes do filme são altamente claustrofóbicos.





Quando você acaba de assistir o filme, se sente desesperadamente irritado ou sufocado, então, neste quesito, o diretor Richard Ayoade consegue acertar de primeira.


Simon, trabalha em uma empresa e, dia após dia, é devorado pelo ambiente apertado, que o lembra celas. Ademais, ele é um ser tão insignificante que, apesar de tentar se esforçar ao máximo, ninguém parece se lembrar dele ou de seu mérito.


O único suspiro de luz que ele tem neste emaranhado de desespero, é sua paixão platônica por Hannah, (Mia Wasikowska), que aliás, onde ela aparece, são os melhores momentos na trama, porque até a tela se ilumina.
Em meio à sua vida sem graça, o Personagem principal, tentando se destacar no seu trabalho, acaba por conhecer um sósia, no qual ninguém parece achar que sejam tão parecido com ele.
Seu Duplo, chamado James Simons, começa a trabalhar junto com ele, mas diferentemente dele que é retraído e sem graça, James Simons começa a dominar o ambiente e todos passam a notar e gostar dele.



Apesar de várias interpretações do roteiro, como o Ego e Super Ego do personagem que são representados pelos duplos, vemos também a representação de quanto duplicados podemos ser. Nossas atitudes podem ser extremamente opostas nem que sejam apenas em pensamentos. 
Todos temos duplos internos em nossas mentes e personalidades.

No caso de Simon, além de seu outro “Eu” conseguir conquistar a garota de seus sonhos, ele se vê em um dilema moral de que seu outro “Eu” não é ele, e sim um personagem.




Muitas vezes em início dos relacionamentos, demora um pouco para que ambos se conheçam de verdade, pois, inicialmente conhece-se os “Personagens” que ambos desenvolveram, mas quando passam a ver os realmente seu parceiro, com as qualidades e defeitos, se decepcionam.






O Duplo também refere-se à quanto você pode crescer e ver qual das suas personagens pode ser verdadeira.




Apesar de instigante, poderia ter sido melhor trabalhado, pois há muitos pontos que ficam faltando esclarecimentos, além de cenas que poderiam ter sido melhor aproveitadas.

A fotografia com tons quentes também consegue deixar os ambientes do filme sufocantes.




Não é um filme com desenvoltura lenta, porém, pela paleta de cores igualmente cansativa como em O Homem Duplicado deixa a experiência angustiante.

Aliás, se você já assistiu o genial O Homem Duplicado, perceberá várias falhas no roteiro, apesar de certa familiaridade entre ambos. Então, recomendo assistir O Duplo antes dele.

Assista e decida se você prefere o James Simons ou o Simon James!

Título Original: The Double.
Direção: Richard Ayoade
Elenco: Jesse Eisenberg, Mia Wasikowska, Cathy Moriarty, Chris O’Dowd

Sinopse: Simon (Jesse Eisenberg) é um jovem e neurótico rapaz, que certo dia, tem um grande choque ao se deparar com seu novo colega de trabalho, um sujeito com a mesma aparência física que a sua, porém, personalidade exatamente oposta, chamado James. Além de aguentar as humilhações constantes de seu chefe (Wallace Shawn), agora, Simon descobre que seu sósia ocupa seu cargo pouco importante na empresa e tem que lidar com esse novo colega, que é tudo que ele não é: confiante, charmoso, bem sucedido e superficial.




Trailer:

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5 thoughts on “Análise: O Duplo – Entendendo ou não”

  1. Olá amigos.
    No final do texto, vocês colocaram a sinopse e informações técnicas do filme "Happy Death Day".
    Espero ter ajudado.
    Abraços.

  2. O filme fala sobre a manipulação da massa, e o poder da sugestão.

    Pelo que vejo é um tema bem real como a análise de dados do usuário

    Fala sobre pessoas que possuem bons valores como respeito e obediência às regras e possuem boas ideias sempre vão ficar pra trás daquelas que possuem em sua essência a malandragem e esperteza.
    O duplo é retratado com o msm personagem mas e uma metáfora da oportunidade que todos possuem mas sem certas capacidades da essência da pessoa ela nunca vai conseguir seus sonhos.

    Análise de regressão, análise de dados e o poder da sugestão como no caso do primeiro suicidio os agentes plantam a informação na cabeça do ator que ao longo do filme recebe inúmeros insight que ele deveria se suicidar.
    No final vcs percebem que era um tipo de estudo e que tiverem êxito pois ele se suicidou.
    Acontece a msm coisa hoje com os cookies que ficam plantando informação no subconsciente das pessoas
    No final não pode existir pessoas diferentes , notem que a maioria das pessoas é sem graça e padrão e só serve para alimentar o sistema.
    Tanto Simon quanto seu duplo sao diferentes em formas opostas e não devem existir pois fogem o padrão.

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