Crítica: O Assassino: O Primeiro Alvo (2017, de Michael Cuesta)


Filme de ação genérico de espiões entretêm.



O Assassino: O Primeiro Alvo é a tentativa de Hollywood de se alavancar uma nova franquia do gênero ação espionagem envolvendo a CIA.  Tenta-se aqui promover o ator Dylan O’ Brien, relativamente conhecido pela série Teen Wolf e os filmes da franquia Maze Runner, a herói de ação, com o auxílio do veterano Michael Keaton. Nestes termos, o diretor Michael Cuesta entrega  uma produção formulaica, cheia de clichês, mas que diverte o espectador menos exigente.


A história começa com o personagem de O’Brien, Mitch Rapp, pedindo sua namorada em casamento em uma praia paradisíaca, quando esta é invadida por terroristas islâmicos que atiram com fuzis nos turistas, causando uma imensa matança, sendo uma das vítimas a sua namorada que morre aos seus pés. Rapp sobrevive, e após um longo período, está obcecado em obter vingança, se preparando fisicamente e adquirindo habilidades, com desejo de se infiltrar em uma célula islâmica e matar seu algoz. Em certo ponto é abordado e recrutado pela CIA devido a ter objetivos em comum. Para isso deverá passar por um intenso treinamento com o veterano da agência Stan Hurley ( Michael Keaton), um oficial linha dura que está na cola de terroristas e de um ex-aluno rebelde, conhecido como Ghost, interpretado por Taylor Kitsch.

A produção traz bastante elementos conhecidos do público de ação. Logo no começo, somos surpreendidos por rajadas de balas, e sangue voando para todo lado. A história do mocinho que busca vingança então começa a se engrenar, dentro de um contexto político atual, o do terrorismo islâmico. O filme é um retrato da era Trump, e a busca incessante de se parar as constantes ameaças terroristas que ocorrem contra o ocidente, além de se retratar a crueldade desses ataques. 


Logo então, somos apresentados a um ótimo Michael Keaton como agente da velha guarda que tem como tarefa preparar Rapp para agir na linha de ação. Bom ver Keaton em novos filmes, sendo designado para papéis de certo peso, mesmo que seja em filmes mais comerciais. Sua presença dá peso ao filme, e o ator se destaca na pele do rigoroso e impetuoso Hurley.

As cenas de treinamento são divertidas, com destaque a cena dos hologramas, mas logo depois o filme vai se arrastando e ficando cada vez mais cansativo. Os clichês começam a surgir, apesar da narrativa seguir uma linha até interessante, tudo acaba acontecendo para justificar os tiroteios e pancadarias. Ao menos, temos bastantes dessas cenas, e todas surgem muitas vezes de maneira imprevisível. Michael Cuesta aposta em muita violência gráfica, e não polpa o espectador de algumas cenas de violência explícitas. O diretor porém, até que tenta, mas não consegue fugir do lugar comum dos filmes de ação mais rasos, culpa talvez do roteiro muito formulístico. Temos ali tiros que não atingem o protagonista, roubo a carros, lutas a quais já esperamos o resultado etc. Já a fotografia do filme é fria, transmitindo a sensação de vazio que o personagem principal sente, além da frieza da organização CIA.


O’Brien surge como um sujeito atípico para o papel. O ator não possui o físico definido nem o jeito canastrão de um James Bond ou Tom Cruise, mas convence como agente. Temos também Taylor Kitsch fazendo o vilão do filme, ator que geralmente faz protagonistas mocinhos, aqui surge como um ex-agente que age por conta própria contra sua ex-organização. Kitsch não convence muito como vilão, e sua semelhança física com O’Brien podem confundir o espectador menos atento.

No último ato, o filme vai se tornando cada vez mais absurdo, com direito a tortura gráfica, bomba com timer e uma explosão atômica em pleno mar. Apesar de parecer inacreditável, o ritmo do filme se torna frenético e tende a prender um pouco a atenção do espectador. No fim, terminamos com um filme que segue fórmulas já conhecidas, sobre uma nova roupagem, nada demais. Com muito sangue, conspirações, tiros e lutas, o filme tende a agradar o espectador que só quer passar o tempo. Porém, no final, tende a ser apenas mais do mesmo, não inova, segue um caminho conhecido, e se torna genérico. Referente ao filme se tornar uma franquia, caberá aos números das bilheterias para responder se haverá ou não uma sequência.

Título Original: American Assassin



Direção: Michael Cuesta


Elenco: Dylan O’Brien, Michael Keaton, Taylor Kitsch, Sanaa Lathan


Sinopse: Stan Hurley (Michael Keaton), veterano da Guerra Fria, recebe sua tarefa mais complexa enquanto agente de treinamento da CIA quando o seu superior ordena que Hurley treine um ex-soldado das forças especiais, cujo estado psicológico está devastado após a morte de sua noiva.

Trailer:



Galeria de Imagens:






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