Crítica: Better Call Saul – 3ª Temporada (2017, Vince Gilligan e Peter Gould)


Em 2015 fomos presenteados com um spin-off de uma das
melhores (e para muitos a melhor) séries de todos os tempos (Breaking Bad). No ano passado esse
spin-off nos presenteou com uma das melhores temporadas do ano. E, em 2017 esse
mesmo spin-off retorna, com uma temporada que não só brilha, como dá aula.

A terceira temporada segue as reviravoltas da conversão de
Jimmy McGill (Bob Odenkirk) em direção a Saul Goodman, de Breaking Bad – o mais notório advogado criminalista de Albuquerque.
À medida que a nova temporada começa, as repercussões do esquema de Chuck
(Michael McKean) a testar Jimmy e práticas da Kim (Rhea Seehorn) como advogada
solo – e seu romance – colidem como nunca antes. Esta iminente ameaça
existencial pressiona a moral vacilante de Jimmy até o limite. Enquanto isso,
Mike (Jonathan Banks) procura um misterioso adversário que parece saber quase
tudo sobre seu negócio.


Construções e desenvolvimentos excepcionais de personagem e
enredo definem o roteiro dessa obra. É incrível, seja pelas sutilezas,
diálogos, timings e referências à sua
série mãe (Breaking Bad). Tudo bem
calculado e minuciosamente colocado em cena, a obra em sua totalidade,
simplesmente dáuma aula, e por ser um drama baseado em diálogos, convívios e
evoluções de personagens mostra que todo peso em si é realmente bem
distribuído.

Mas, por ser uma série baseada em roteiros não quer dizer
que vai ser apenas isso, e por isso, Better
Call Saul
não é só digno de atenção, como se destaca. A direção e
cinematografia são simplesmente grandiosas. Começando com tomadas em
perspectivas de personagem e espectador, planos sequências sutis, – mas
excepcionais – focos extremamente bem utilizados, perspectivas de cenários.
PERSPECTIVAS, essa série dá uma aula disso. Cada take é simplesmente belíssimo.


E claro, como dito, graças à cinematografia também.
Cinematografia que dispõe de uma fotografia estonteante, edição e montagem
dando total sentido à obra, além de adicionar tons e ritmos – o que é algo
maravilhoso por isso ser feito por apenas junções de cenas no momento certo.
Além de uma trilha sonora leve, sutil, quase que despercebida, mas que
enriquece a cena, tanto de tramas como de sub-tramas.

Mas, quando esses 3 pilares da série se juntam, formam algo
que é pouco utilizado atualmente, mas quando utilizado é estonteante, e eis que
falo dos silêncios. Que fique claro que ele não existe a todo momento da série,
mas quando é colocado… Fiquei fascinado com toda beleza nos silêncios
proporcionados aqui, dando um up em
roteiro, direção, atuações e etc. Mostrando que nem sempre pra certos tons e
ritmos de cena é necessário algo audível, principalmente em tensões.


Tensões que são lecionadas com perfeição pela direção, mas
claro e evidente que pelos atores também. Bob Odenkirk dá uma aula em seu personagem,
traz o que já mostrava nos anos anteriores, porém com ingredientes a mais
(seria a sua tão chegada transformação em Saul Goodman?). Michael McKean (Tudo Pode Dar Certo) faz um espetáculo
(o que ele faz nessa série é realmente excepcional, principalmente na Season Finale), aliás, atuação digna de Emmy. Jonathan Banks (Breaking Bad), Rhea Seehorn e Michael
Mando (Homem-Aranha: De Volta ao Lar)
também merecem ser citados, por mais que já tenham lugar em cena pelos seus
pesos em trama, fazem o que se tem de melhor proposto.

Por fim, Better Call
Saul
brilha em seu 3º ano. Não é uma série pra todo mundo, como dito, ela é
baseada praticamente em roteiro, e por isso não tem algo de diferente de muitas
séries, faz praticamente o básico da TV/cinema/audiovisual, mas faz o básico
tão bem que chega a ser genial! Melhor temporada da série até agora, e com
certeza uma das melhores do ano. 

Criadores: Vince Gilligan e Peter Gould

Elenco: Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Michael McKean, Rhea Seehorn, Michael Mando, Patrick Fabian, Giancarlo Esposito.

Sinopse: A terceira temporada segue as reviravoltas da conversão de Jimmy McGill em direção a Saul Goodman, de Breaking Bad – o mais notório advogado criminalista de Albuquerque. À medida que a nova temporada começa, as repercussões do esquema de Chuck a testar Jimmy e práticas da Kim como advogada solo – e seu romance – colidem nunca antes. Esta iminente ameaça existencial pressiona a moral vacilante de Jimmy até ao limite. Enquanto isso, Mike procura um misterioso adversário que parece saber quase tudo sobre seu negócio. À medida que a temporada avança, novos personagens são introduzidos e as histórias anteriores são mais iluminadas com assentimentos significativos para o universo de Breaking Bad.

Trailer:



E você, o que achou da 3ª temporada de BCS? Gostou? Não? Achou a crítica legal? Comente sua opinião! 😀

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