Crítica: Eu Não Sou um Serial Killer (2016, de Billy O’Brien)

Um dos temas mais frequentes em filmes de terror são os retratos da psicopatia/sociopatia humana, e não é para menos, o assunto é deveras fascinante e já rendeu diversos personagens memoráveis no cinema como Hannibal Lecter e Norman Bates.



Em Eu não Sou um Serial Killer o assunto é tratado de forma um tanto peculiar. Em um primeiro momento somos apresentados a John Wayne (Max Records), um adolescente que sofre por ter tendências sociopatas. O filme se desenvolve a partir dessa premissa, no qual vamos conhecendo aos poucos a rotina e a cabeça de John.

Por tal situação John se torna uma pessoa fria, com poucas (ou nenhuma) ligações emocionais. Para tentar ajudá-lo ele conta sempre com supervisão do seu terapeuta Dr. Neblin (Geary) e de sua mãe April (Fraser). Seu dia a dia acaba se resumindo em ir para a escola, onde sofre bullying e ajudar sua mãe e tia em um necrotério local. Entretanto, essa aparente tranquilidade é desfeita quando uma série de assassinatos brutais começam a acontecer. John logo se vê tentado a descobrir os mistérios em volta desses acontecimentos, que podem agravar ainda mais sua condição.

O longa consegue ser bastante envolvente em seu início e logo estamos completamente imersos na trama. O personagem de Max Records é sem dúvidas o mais complexo, e seu desenvolvimento é muito competente, assim como a performance do ator. Entretanto, com o passar dos acontecimentos a trama perde o foco e adiciona algumas subtramas desnecessárias e isso aliado a um ritmo bastante lento, faz com que experiência seja um tanto maçante.  

Outro fator que também não ajuda é a falta de uma ligação emocional entre o personagem principal e o vilão. O jogo psicológico presente não é suficiente para nos deixar apreensivos.  O desfecho também nos deixa com aquele gosto amargo da decepção, não pela revelação do  que é o assassino, que aliás é muito chocante (!!!), mas sim pelo seu destino que é muito, mais muito sem graça, além de tudo terminar fácil demais.
Enfim, Eu não Sou um Serial Killer pode não ser aquele filme que te deixará num estado de reflexão por dias. Infelizmente seu potencial é desperdiçado, mas no geral o filme agrada, principalmente pelo ótimo início e pelas boas atuações. No final a história acaba ficando perdida, sendo concluída de forma broxante, no entanto, apesar de todos esses contras ainda recomendo para quem gosta de produções indie que tragam aquele terror com uma pegada mais dramática.
Título Original: I Am Not A Serial Killer
Direção: Billy O’Brien

Elenco: Christopher Lloyd, Laura Fraser, Max Records, Karl Geary, Morgan Rysso, Matt Roy, Bruce Bohne, Elizabeth Belfiori, Molly Gearen, Lucy Lawton, Christina Baldwin, Raymond Brandstrom, William Todd-Jones, Dee Noah.

Sinopse: John Wayne é um jovem de 16 anos perigoso, e ele sabe disso. Ele é obcecado por assassinos em série, mas não deseja se tornar um. Ele procura controlar seus terhríveis e tentadores impulsos, portanto, vive sobre rígidas regras para o seu próprio bem e a segurança das pessoas ao redor. Mas quando um verdadeiro monstro aparece na sua cidade, ele precisa deixar o seu lado obscuro sair para proteger o local.


TRAILER:


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