A equipe do blog comenta o filme La La Land

O musical La La Land: Cantando Estações é o filme mais badalado desta temporada. Recordista ao ganhar 7 Globos de Ouro nas principais categorias, também é recordista e favorito ao Oscar 2017, com 14 indicações! O filme, queridinho da crítica, tem feito um caminho louvável por também ganhar o público. E mesmo quem não se surpreendeu tanto, admite grandes qualidades no longa. Seguindo a união e originalidade da equipe do blog, os integrantes que já assistiram a esta obra de arte se juntaram para comentar brevemente sobre ele. É o Minha Visão do Cinema inovando e trazendo o melhor do cinema a você, amado leitor. Vem com a gente:



*João Rafael Ferreira:


Partindo mais uma vez de seu amor pela música (como deixa claro em várias de suas entrevistas), Damien Chazelle une as linguagens para reviver um dos gêneros mais bem-sucedidos dos ciclos da era clássica (décadas de 30 a 60) e dos musicais cínicos (décadas de 70 e 80). Juntando todas aquelas referências dignas de uma preparação meticulosamente revisionista, La La Land é o resultado da homenagem a Hollywood com a adição da uma pegada realista agridoce que impede o filme de ser apenas um seco tributo. Seria muito difícil investir a história deste longa sem que houvesse o romance clichê dos amados que buscam reconhecimento artístico em meio a uma indústria extremamente seletiva e injusta.


Mas também é verdade que o roteiro de Chazelle impede que o enredo se torne somente uma cópia ao inserir o espectador numa expectativa clássica para depois brincar com ela de maneira bastante satisfatória. Grande parte dessa imersão se deve à excelente química entre Ryan Gosling e Emma Stone, esta última em uma de suas melhores atuações até hoje. O resultado de La La Land me evidencia dois lados de uma mesma moeda: deixa um pouco evidente que certos aspectos fundamentais de um musical, como a coreografia e o canto, estão um pouco distantes de fazerem jus aos objetos de reverência. Só notar que Gosling e Stone estão muito distantes de Fred Astaire, Ginger Rogers, Gene Kelly, Debbie Reynolds, entre outros. Mesmo que se queira dizer que o filme não pretende alcançar as grandes estrelas, é sim aspecto fundamental do gênero. Por outro lado, o sucesso tremendo do filme e a reação quase unânime às performances do casal, mostram que o musical realmente está esquecido do grande público. Por isso talvez a grande eficácia da excelência técnica da direção de Chazelle e o encanto da história em si tenham pesado tanto para o público desacostumado com o gênero (só ver quantas vezes você já viu a frase “eu não gosto muito de musicais, mas…” desde quando o filme foi lançado. O fato é que La La Land é um ótimo filme e ainda pode ser um possível início de um novo ciclo do gênero.

Nota: 8,5





*Rodrigo Zanateli:


Fui assistir a La La Land num hype incrível. Tinha certeza que seria um excelente filme, e ele supriu e superou minhas expectativas. O filme de Chazelle é de uma beleza impressionante, muito por conta da fotografia vanguardista que tem em muitos quadros. Os detalhes visuais que a arte deu a muitos dos planos da película foi surpreendente. O filme também tem um ritmo muito bom, alternando momentos com cenas musicais primorosas e ficando uma grande parte apenas como um lindo filme de romance. As atuações dos protagonistas são muito boas também, mas nada muito dignas de Oscar.


La La Land definitivamente não será um filme esquecido da premiação da academia como tantos outros que recentemente ganharam muitos prêmios e não marcaram a história. É um filme inovador e podemos esperar agora por mais grandes filmes de Damien Chazelle, que deve ter alguma carta branca dos grandes diretores, além de uma gama de filmes que aparecerão copiando e ressignificando um elemento ou outro dessa bela obra.


Nota: 9,5






*Yago Tanaka:

La La Land é um filme tecnicamente impecável, tem uma produção milimetricamente perfeita e bons números musicais, mas há algo no filme que vai além e que eu considero o principal. A química de Stone com Gosling, fazia tempo que eu não via um casal com esse entrosamento em cena e isso se sobrepõe há alguns defeitinhos que o filme carrega.


Os números musicais servem apenas para expressar os sentimentos dos protagonistas através das músicas e isso é feito de maneira muito crível. Emma Stone faz aqui a melhor performance de sua vida e faz jus ao prêmio em Veneza. Por fim, La La Land não é o melhor filme da temporada, ainda considero A Chegada o merecedor desse Oscar, mas ainda assim, fazer um filme complexo, com bons números musicais e uma direção de arte extremamente bem feita é algo surreal.

Nota: 10



*Eduarda Souza:


Um musical para conquistar e de certa forma, surpreender! Muitos torcem o nariz quando ouvem falar de musicais, eu mesma, gosto de pouquíssimos, mas quando assisti La La Land: Cantando Estações, me surpreendi positivamente. Um filme que não se serve de clichês para apoiar sua história, muito pelo contrário, tenta ao máximo não utilizá-los, que possui uma lindíssima trilha sonora e cenas maravilhosas com efeitos de encher os olhos!

Emma Stone e Ryan Gosling entregam atuações que estão no ponto certo e possuem um entrosamento visível, o que é possível notar nas danças coreografadas e nos diálogos sinceros que beiram ao natural. O pano de fundo regado ao jazz é a cereja do bolo, que nos permite aproveitar ao máximo a história, bem contada, deste sonhador casal e do destino de sucesso que lhes é reservado, porém que lhes cobra um preço que ambos terão de pagar.

Nota: 9






*Leonardo Costa:


A direção de Damien Chazelle é de uma segurança que poucas vezes se vê. O uso de plano-sequências, sejam realmente inteiras ou editadas e manipuladas, apresentam um cuidado especial e uma maestria ao manipular as lentes da câmera. Existem avanços rápidos, que mostram ambos os lados de um ambiente, podendo assim deixar o público acompanhar tudo que acontece. Como há muita música, o casal principal, muitos figurantes, toda uma direção de arte caprichada feita para encantar os olhos, tudo isso torna importante e difícil da câmera nos mostrar tudo com clareza. Mas Chazelle consegue acompanhar todos os movimentos, com takes que sabem exatamente que tempo durar, sejam longos mostrando todo cenário, ou curtos para dar dinâmica nas cenas. Algumas sequências são de causar espanto, como a abertura musical, muito bem coreografada e filmada, ininterrupta e que impressiona não apenas pela beleza, mas pelo clima contagiante, onde dá vontade de que a vida vire um musical. Outras sequências também são muito bem orquestradas, como uma em que figurantes pulam na piscina, ou toda a belíssima sequência final.

O final pode dividir opiniões. Entendo esta posição, o entretenimento moderno moldou as pessoas a esperarem algo específico e a rejeitar o que não lhe convém. Mas não se engane, o final até pode ser corajoso, realista e azedo, mas ainda guarda sua magia, ela está ali, porém ambiguamente diz-se que a vida não é aquele sonho que esperamos. Mas certamente ainda vale a pena sonhar, cantar e se apaixonar. La La Land é lindo, com uma trilha sonora contagiante e um figurino e direção de arte de encher os olhos, cheio de cores contrastantes a todo momento. Os números musicais dão vontade de viver a vida de maneira mais leve, o que não deixa de ser uma inteligente jogada escapista, para livrar-nos do fardo do dia a dia. Um filme que carrega coração e alma, que fornece uma ode a Hollywood e a vida. Mas que mesmo elogiando estes elementos clássicos, insere sangue novo, uma dose de realismo e momentos agridoce. E o maior presente é que La La Land triunfa justamente onde afundaria; um filme que representa um estilo de obra que já não se faz mais, destinado a um seleto público que talvez já não exista mais: corações apaixonados e sonhadores.

Nota: 10


Leia a crítica completa do filme aqui!






*Tayná Garcia:


“Essa é para aqueles que sonham, por mais tolos que pareçam”. Essa pequena frase extraída de uma das canções cantadas por Mia (Emma Stone) em uma cena musical filmada em um plano-sequência de Damien Chazelle, poderia resumir La La Land: Cantando Estações. Seu enredo realista, entregue por um roteiro competente, é uma surpresa agradável no musical que passa longe do corriqueiro. As coreografias cuidadosas de Mandy Moore, que misturadas com as letras divertidas e tocantes da dupla de compositores, Pasek e Paul, formam maravilhosos takes carregados de sensibilidade e ternura. Como na cena da canção A Lovely Night, onde os protagonistas dançam sob a luz roxo-azulada do céu, que nos remete às icônicas cenas da Época de Ouro de Hollywood, principalmente ao casal Fred Astaire e Ginger Rogers. Todo o uso de referências – não apenas nos diálogos, mas nos cenários e até figurinos – a filmes antigos e clássicos como Casablanca, Cantando na Chuva, Juventude Transviada, O Picolino e até ao não tão conhecido curta francês, O Balão Vermelho, adiciona um ar especial ao filme quando os homenageia, que além de resgatar os sentimentos do cinema antigo, consegue realizar um longa com seu próprio brilho: uma linda e realista história de como é importante sermos sonhadores e nos agarrarmos no amor e na esperança, mesmo em um mundo onde podemos parecer tão pequenos, impotentes e tolos.


A fotografia de Linus Sandgren (Terra Prometida e Trapaça) cai como uma luva nos engenhosos planos-sequências de Chazelle. Sua fotografia intensa auxilia em destacar as cores fortes dos cenários e os figurinos coloridos, fazendo um excelente uso da paleta de cores e dando o toque sentimental preciso em cada cena. O primeiro e segundo ato do longa são levemente mornos, fazendo o espectador submergir aos poucos em sua trama. Alcança seu melhor momento no terceiro ato, quando a dramaticidade aumenta, as letras adquirem uma carga sentimental maior e o rumo da história se torna levemente imprevisível. Algo lindo no cinema, é assistir um filme onde é impossível não perceber quanta paixão foi colocada nele. Damien Chazelle prova que é um diretor proeminente e um dos mais inventivos atualmente, ao ousar com dois poderosos longas sobre temas (e gêneros) não tão procurados no cinema. La La Land: Cantando Estações é um filme mágico, por mais clichê que isso possa soar. Impossível não se encantar por tamanho esplendor.


Nota: 9



*Eduardo Ben Lima:


Em 2015, quando Whiplash – Em Busca da Perfeição estreou no Brasil, quase todo mundo ficou maravilhado com o espetáculo que Damien Chazelle nos prestigiara! Agora, dois anos depois,o diretor resolve nos brindar com mais uma beldade: La La Land: Cantando Estações! Uma película linda, nostálgica, com um elenco incrível e canções cuja sintonia das coreografias foram perfeitamente realizadas pelos atores! Interessante notar que na cena inicial adentramos na história fascinados com tamanha beleza mostrada nas telas e por incrível que pareça, a trilha sonora não é forçada e nem irritante. É por conta desse diferencial que ele acaba se tornando uma exceção como musical. Irá conquistar a simpatia até dos que não curtem o gênero! Já o roteiro foi perfeito. Enquanto o primeiro ato já se mostra fantástico, o segundo e o terceiro nos cativam ainda mais.


No entanto, o final é de dividir opiniões: ao mesmo tempo em que muitos poderão ficar insatisfeitos, haverá quem consiga enxergá-lo com outros olhos, compreendendo que existe um segredo bem guardadinho no grand finale. Com relação às atuações, ambos Ryan Gosling e Emma Stone (que já atuaram juntos em Amor a Toda Prova) “carregam o filme nas costas”, interpretando um Sebastian Wilder e uma Mia Dolan que transmitem um ritmo contagiante e aquele carisma gostoso de ver; sem contar com a presença de J.K. Simmons – que também estava em Whiplash – e rostos como Rosemarie DeWitt e John Legend. Liderando com suas 14 indicações que concorre ao Oscar (incluindo Melhor Filme), La La Land: Cantando Estações prova ser uma daquelas obras-primas que tem seu mérito e vale a pena conferir nos cinemas, pois resgata a bela nostalgia trazida pela sétima arte!

Nota: 10






*Luis Gustavo Bocatios:


Damien Chazelle vai deixando sua marca em Hollywood. Aqui ele faz um filme despretensioso e despreocupado em passar uma mensagem social importante, e é muito gostoso de se assistir. A direção de Chazelle é de uma perfeição técnica impressionante. O plano-sequência de abertura do filme já faz por merecer a indicação a Melhor Diretor que Chazelle recebeu no Oscar. Assim como em Whiplash, ele aborda a temática de alcançar seus sonhos e abrir mão de coisas importantes para chegar aos mesmos. Eu vejo um grande talento e um enorme potencial de grandeza nesse diretor.


As atuações estão em níveis diferentes: Emma Stone dá um show, enquanto Ryan Gosling mostra ser muito carismático (algo que já sabíamos). A atriz carrega o filme, e entrega uma performance digna de Oscar – acredito que ela não vença esse ano, Isabelle Huppert está extraordinária no filme Elle (essa seria minha escolha) e Natalie Portman entra como a favorita por Jackie, mas Emma Stone vêm cada vez mais se mostrando uma excelente atriz, com potencial de se tornar uma lenda de Hollywood se continuar escolhendo bons projetos. Gosling está muito bem, mas não mostrou nada de impressionante aqui – eu prefiro suas interpretações em outros filmes, como Dois Caras Legais e Drive. La La Land é um musical extraordinário que consegue atingir todos seus objetivos e nos presenteia com um futuro clássico que é extremamente divertido, mas nos traz um choque de realidade perfeito.


Nota: 10






*Erica Caetano Roos:


La La Land é uma homenagem a grandes clássicos dos musicais de maneira delicada, com um romance bem escrito e bem executado, tanto pelo diretor Damien Chazelle quanto pelas atuações de Emma Stone e Ryan Gosling. Não é a toa que o longa está disputando 14 estatuetas do Oscar. Tem um roteiro bom, com intervenções musicais ótimas (como grandes destaques, temos a canção City of Stars e a participação especial de John Legend), uma boa fotografia e um ritmo agradável. La La Land é um daqueles filmes que vão te conquistando aos poucos, e conquistam até aqueles que não são fãs de musicais.


Emma Stone está encantadora, belíssima, cantando lindamente e imprimindo uma feminilidade incrível para a protagonista. O romance funciona entre ela e Ryan Gosling, que também se sai bem (mas não se engane, o destaque é mesmo Emma). E o final é lindo, emocionante! Uma grande homenagem que, obviamente não supera clássicos como Cantando na Chuva, mas merece sim muitos aplausos.

Nota: 10





Nota Média Geral da Equipe: 9,5


Trailer:





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