Crítica: Pânico na Floresta (2003, de Rob Schmidt)


‘Pânico na
Floresta’ foi um dos filmes de terror mais badalados de 2003. Dirigido por Rob
Schmidt, o longa causou certas controvérsias entre o público, o que
sinceramente não entendo, pois muitos preferem gostar e falar menos mal das fracas e
desnecessárias continuações. Entretanto, para uma produção do gênero,
ele arrebentou! Com uma história pra lá de insana, seu desenvolvimento é capaz de te
manter “grudado” na cadeira do início ao fim.


A trama acompanha Chris
Flynn, sujeito que está indo de carro para uma entrevista de emprego em
outra cidade. Porém, um acidente envolvendo um caminhão que transportava
produtos químicos bloqueia a passagem e Chris procura uma rota alternativa por
meio das montanhas do Oeste da Virgínia, para chegar a tempo. Devido à falta de
atenção, ele bate em outro carro estacionado no meio da estrada, com os pneus furados. Ao conhecer um grupo de cinco amigos que pretendem acampar na
floresta, ele decide junto com eles deixar o casal Francine e Evan no local, enquanto
Chris, Jessie, Carly e seu noivo Scott tentam buscar ajuda. Encontram então uma
estranha cabana no meio do nada, onde vive uma família de canibais, que
possuem o rosto desfigurado devido a diversas gerações consanguíneas terem
nascido e que a qualquer momento estão prestes a voltar. Os dois
casais logo tentam escapar dos monstros da montanha,
enquanto são implacavelmente perseguidos pelos mesmos na mata. Desesperados,
eles querem apenas fugir daquele lugar o mais rápido possível. Com uma história
dessas já dá pra imaginar a sensação que o espectador terá que passar, né?
Afinal, a partir do momento em que os canibais voltam pra casa, o grupo precisa fazer silêncio absoluto, pois não consegue escapar a tempo (típico
do gênero). Um por um começa a lutar pela sobrevivência a qualquer custo e que levará ao
tenso e macabro final.



É incrível o
quão “vexado” (desculpem-me a expressão) foi esse filme. Sério,
quando sua sequência oficial estreou em 2007, com distribuição da Fox Film, até
aí tudo bem; ela trouxe cenas bem mais violentas e sanguinárias que seu
antecessor e denomina-se ‘Wrong Turn 2 – Dead End’. O problema é que no mesmo ano, a Play Arte fez a “burrada” de lançar o longa ‘Timber Falls’
com o título em português ‘Pânico na Floresta 2’. O resultado? Muita gente
confusa e revoltada com o mal-entendido. Isso obrigou a Fox a mudar o nome da
real continuação de ‘Pânico na Floresta’ para ‘Floresta do Mal’, a fim de resolver o problema. No fim das contas nem todo mundo sabia que a verdadeira continuação entrecorre os eventos do primeiro e consequentemente o restante da franquia acabou beirando ao ridículo de tão ruim, tais como:
‘Floresta do Mal – Caminho da Morte’, ‘Pânico na Neve 4: Origens Sangrentas’,
(notem que o nome foi alterado mais uma vez), ‘Pânico na Floresta 5’ e ‘Pânico
na Floresta 6’. Todos fraquíssimos e que apesar de alguns rostos conhecidos no elenco, não deixam de ser grotescos. Com relação à trilha sonora, ela é
 composta por Elia Cmiral e as faixas também são arrepiantes, uma vez que transmitem todo o clima tenso ao longo da fita. A melhor de todas é música que abre os créditos finais: ‘Wish I May’, da banda Breaking Benjamin.


Vamos ao
elenco: começando por Eliza Dushku, de ‘Buffy – A Caça-Vampiros’ e ‘True Lies’,
como Jessie Burlingame. Sua protagonista foi sensacional e o desempenho da
atriz fez jus a seu destaque, pois ela não fica naquela “lenga-lenga de
donzela em perigo” e faz com que o espectador crie empatia pela personagem. Já Desmond
Harrington, de ‘Demônio de Neon’ faz o papel de Chris Flynn, rapaz simpático
que à primeira vista demonstra insegurança, mas depois dá a volta por
cima e você se interessa pela determinação dele. Temos ainda Jeremy Sisto, da
série ‘The Returned’ e Emmanuelle Chriqui, de ‘Entourage – Fama e
Amizade’ incorporando o casal Scott e Carly, cuja atuação não deixou a desejar. Contamos ainda com a presença de Kevin Zegers, de ‘Os Instrumentos Mortais –
Cidade dos Ossos’ e ‘Lindy Booth’, como o casal Evan e Francine, que geram os
momentos cômicos da fita. Os demais atores, inclusive os que interpretaram os
monstros: Julian Richings, Garry Robbins e Ted Clark estão bizarros. Naquela época eles metiam mais medo comparado a hoje em dia, em minha
opinião. Todavia, mesmo assim a aparência física deles ainda é tenebrosa e para isso, a equipe de
maquiagem (distribuída por cerca de doze pessoas) também está de parabéns! O
roteiro obviamente tem chavões (hoje em dia é difícil dizer qual não tem). No entanto, o público consegue deixar eles de lado tranquilamente, sem se incomodar; eles
souberam trabalhar bem essa questão. Por se tratar de um slasher,
vários clichês ali presentes terminam por não ser suficientes para torná-lo uma obra ruim. A
duração que está em torno de 1 hora e 25 minutos (relativamente curta) inclusive não foi
problema algum; muito pelo contrário: o diretor nos entrega uma película sem
enrolações, que vai direto ao ponto, independente do curto tempo. A meu ver,
isso foi um ponto positivo. Afinal, aprecio filmes com sinopses objetivas e este
aqui tem elementos que trazem uma originalidade a ele, um marco para os jovens
daquela época.

Por fim, recomendo o filme pra quem gosta do gênero. Afirmo que embora possua pequenas falhas, vale a pena ver pelo quesito entretenimento e enredo. Portanto se você, caro leitor, curte um terror de
qualidade (melhor que muitas “bombas” lançadas nos últimos anos),
este filme é inevitável! Corra conferi-lo caso ainda não tenha visto, porque
certamente será uma grata surpresa! Vai por mim, Rob Schmidt prova ser mestre
quando se trata de entreter o telespectador.

Nota: 9



Título Original: Wrong Turn


Direção: Rob Schmidt


Elenco: Eliza Dushku, Desmond Harrington, David Huband, Garry Robbins, James Downing, Jeremy Sisto, Joel Harris, Julian Richings, Kevin Zegers, Lindy Booth, Ted Clard, Wayne Robson, Yvonne Gaudry.


Sinopse: um grupo de amigos percorre uma trilha na floresta, em pleno estado da Virgínia. Após pegarem o caminho errado, eles se deparam com uma família de canibais, que possui o rosto desfigurado devido a diversas gerações cosanguíneas terem nascido. Desesperados após serem capturados, os amigos agora só querem saber fugir do local, se conseguirem.

Trailer:
Mais imagens do filme:




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