Crítica: Bloodline – a série mais subestimada da Netflix


Em
março de 2015, a Netflix adicionou ao catálogo de séries a sua mais nova
produção original: o drama/thriller ‘Bloodline’, escrito por Glenn Kessler e
produzido pela Sony Pictures Television.


Obtendo
uma série de críticas positivas, o original Netflix garantiu sua renovação logo
após a estréia e, em maio de 2016, a segunda temporada já estava disponível na
plataforma. No entanto, a impressão que tenho é a de que poucas pessoas – mesmo
aquelas fissuradas em séries – já assistiram ou ao menos conhecem ‘Bloodline’. E,
sobre isso, eu só consigo pensar em algo muito importante pra dizer: vocês não
sabem
o que estão perdendo.


(esq) Meg, Sally, Robert, Kevin, John e Danny Rayburn 
Primeiramente,
procurei entender a razão por trás da suposta impopularidade de ‘Bloodline’. Se
analisarmos, é fácil perceber que a Netflix tem uma discrepância com relação ao
marketing e a publicidade de suas produções: séries como ‘House of Cards’, ‘Orange
is The New Black’, e ‘Sense8’, por exemplo, notavelmente receberam maior
esforço do pessoal de marketing do que ‘Master of None’ e ‘Bloodline’. Questão
de investimento? Não sei. Todavia, acho injusto uma série com um roteiro bem
elaborado, um elenco interessante e uma fotografia maravilhosa ser tão
subestimada. Como amante da série, estabeleci que minha missão por meio dessa
crítica é dar a vocês, leitores do Minha Visão do Cinema, os principais motivos
pelos quais vocês precisam dar uma chance à ‘Bloodline’:

A
história:  


We are not bad people – but we did a bad thing” (“nós não somos más pessoas – mas nós fizemos algo ruim”)


Aparentemente,
os Rayburn são uma família bem sucedida como qualquer outra família bem sucedida.
Robert e Sally Rayburn são donos de um popular resort na Flórida e vivem
cercados pelos filhos que optaram por ficar na cidade: o segundo mais velho,
John, um detetive respeitável e pai de dois filhos – Ben e Jane Rayburn, o do
meio, Kevin, e a caçula, a advogada e única filha mulher, Megan.





A
suposta paz e tranqüilidade rotineira dos Rayburn se abala, no entanto, quando
o filho mais velho e ovelha negra da família, o problemático e instável Danny
decide voltar para a cidade e para a vida de seus pais e irmãos. A reputação de
Danny já não era das melhores: anteriormente, ele já havia desaparecido e
retornado incansáveis vezes, envolveu-se em diversos problemas e chegou a ser
excluído do testamento da família por seus próprios irmãos. Logo, sua decisão
de voltar para casa e trabalhar no
resort dos pais deixou todos
desconfortáveis. Por que é tão difícil acreditar que, dessa vez, Danny tenha
mudado e se tornado uma pessoa melhor?



Acontece
que o passado dos Rayburn é marcado pelos mais
complexos e obscuros segredos
de família
. Segredos esses – antes jamais abordados – que somente vieram à tona
com a chegada do irmão mais velho e serão revelados ao longo da série. Se o
slogan inicial de ‘Bloodline’ é “nós não somos más pessoas, mas nós fizemos
algo ruim”, o que de ruim escondem os Rayburn?

A
fotografia:


Visualmente
falando, ‘Bloodline’ é impecável. A fotografia e o modo em que as filmagens
foram realizadas caracterizam um trabalho artístico cinematográfico
maravilhoso. Me arrisco a dizer que, pessoalmente, foi a primeira série a qual
a narrativa visual hiper realística me chamou a atenção tanto quanto o roteiro.
O local das filmagens, claro, também contribui para tudo isso: a série acontece
no arquipélago de Florida Keys, nos Estados Unidos.

A casa dos Rayburn
O
elenco:

Kyle
Chandler foi nomeado ao Emmy em 2015 e 2016 pelo papel de John Rayburn e o australiano
Ben Mendelsohn foi nominado nas mesmas ocasiões ao Emmy pelo papel de Danny Rayburn.
Em 2016, o papel em ‘Bloodline’ também rendeu ao ator uma indicação ao Globo de
Ouro.


Linda
Cardellini, conhecida por seus papéis em ‘Vingadores: Era de Ultron’ (2015), ‘Mad
Men’ (2013-2015), ‘Plantão Médico’ (2003-2009) e ‘Scooby Doo’ (2002) foi a
escolhida para interpretar Megan Rayburn. 
O
papel de Kevin é interpretado por Norbert Leo Butz, conhecido por seus papéis
em ‘Os Desconectados’ (2012), ‘Jogo de Poder’ (2010) e ‘Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada’ (2007).





Nada
é perfeito – ponto negativo:
o único fator que pode ser
ou não um potencial defeito – dependendo do ponto de vista de quem assiste – é a
duração dos episódios: cada episódio tem a duração média de 1 hora, o que pode
ser, em um primeiro momento, desanimador para quem está acostumado ou prefere
séries com episódios mais curtos como eu (no meu caso, talvez eu tenha apenas
sido mal acostumada por ‘Friends’ minha primeira série e até hoje a favorita). No
entanto, apesar de longos, os episódios de ‘Bloodline’ conseguem te prender e, quando
você assusta, lá se foi um episódio completo.




Por
fim, a terceira temporada já foi confirmada para 2017. Até lá, você tem tempo
de sobra pra assistir a primeira e a segunda temporada!
Nota: 9,5


Elenco: Kyle Chandler, Ben Mendelsohn, Linda Cardellini,
Norbert Leo Butz, Jacinda Barrett, Jamie McShane, Enrique Murciano, Sam Shepard,
Sissy Spacek, Katie Finneran, John Leguizamo, Andrea Riseborough.


Trailer: 


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5 thoughts on “Crítica: Bloodline – a série mais subestimada da Netflix”

  1. A série é excelente, a fotografia realmente é um destaque, além da atuação de alguns atores. Mas admito que a 3 temporada poderia ter sido melhor, mais 3 episódios finalizariam com mais clareza. Ainda sim, Kyle Chandler deu show, merecia um Emmy, um globo de ouro e todos os prêmios de melhor ator.

  2. Com um cenário de cair o queixo, essa série te prende por completo. Ao se colocar no lugar de cada personagem, vê-se o quão difícil é se julgar os atos de uma pessoa. Boa narrativa e amarração entre os episódios. De fato, o final da 3a. temporada te deixa meio perdido, pois é assim mesmo que foram as coisas para o então confuso John.
    Merecia mais uma ou duas temporadas.

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