Crítica 2: Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos (2016, de Duncan Jones)





‘Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos’ vinha com duas difíceis missões. A primeira seria ser uma boa adaptação de um game, onde só o primeiro ‘Terror em Silent Hill’ consegue – e com louvor – ser fiel ao jogo de origem. Tivemos produções médias ou até boas como os dois primeiros ‘Resident Evil’, o primeiro ‘Mortal Kombat’ e ‘O Príncipe da Pérsia’ que são filmes que divertem, mas mudam alguns fatores do material de origem. Mas na maioria dos casos tivemos verdadeiros fiascos como o segundo ‘Mortal Kombat: A Aniquilação’, ‘Super Mário Bros’, ‘Street Fighter’ e uma enxurrada de produções de gosto duvidoso. A segunda missão seria o filme ser um bom representante da mitologia nórdica e druida, com seres élficos, dragões, magos, etc. Tomando como base algumas histórias já consagradas como as trilogias de livros e filmes ‘O Senhor dos Anéis’ e ‘O Hobbit’, ‘Warcraft’ veio para preencher a lacuna de quem procura um bom épico de magia e batalha medieval. Mas infelizmente a crítica não o aprovou, embora tenha tido uma bilheteria boa, se tornando o filme baseado em game que mais arrecadou dinheiro.


Encarar o filme como algo ruim é um engano. O jogo tem renome mundial, mas para os gamers (no qual não me incluo). Seria uma tarefa árdua apresentar este universo a quem não conhece as fases dos jogos. Mas o diretor e roteirista Duncan Jones (filho do grandioso cantor recentemente falecido David Bowie) optou por fazer desta primeira obra apenas o início da jornada. Se baseando no segundo game chamado ‘World of Warcraft’, Jones apresenta as origens da batalha, possivelmente para engrenar com quem desconhece da história. Apesar disto apresentar razoavelmente bem os elementos que serão importantes na trama, um dos erros é ser apressado demais. Há muita história para apenas 2 horas de filme, parecendo assim um tanto corrido demais. O desenvolvimento das características das personagens, assim como as cenas de ação; acabam desprovidas de tempo para serem melhor aproveitadas. Mesmo que com cenas emocionantes (para quem curte este estilo), tudo é tão corrido que chega a cortar um pouco o clima.


O roteiro anda no básico, o velho clichê de batalha e fantasia medieval que você já viu tanto em ‘O Senhor dos Anéis’ como principalmente (devido ao clima jovial) em ‘O Hobbit’. Um inesperado romance também parece apressado por ter pouco espaço de construção. A direção de Jones consegue em alguns momentos fugir do óbvio e trazer alguns ângulos interessantes, com tomadas aéreas caprichadas e sempre com muita estética e dominação de espaço em cena. Também consegue-se sentir o peso dos seres, dos Orcs e das armaduras. No elenco, nenhum entrega uma participação de fato marcante, embora todos sejam apenas razoáveis. Talvez o que mais impressione são os Orcs, que são tão bem trabalhados nas suas expressões faciais, que acabam carregando o filme emocionalmente falando. A computação empregada nos seres é tão fantástica que são eles que passam sentimentos como medo, raiva, dúvida, perda e esperança. Embora a atriz Paula Patton não faça nada de extraordinário, sua personagem mestiça de humano e Orc é interessante e tem potencial de crescer dentro da trama.

Como já comentado, o grande acerto é de fato a ótima computação usada. A fotografia lindíssima também ajuda, trazendo um épico visualmente belo. A trilha sonora varia de momentos interessantes e outros sem marca. Talvez tenha faltado uma melodia mais épica para ajudar a empolgar na ação. Achei o início e o meio (primeiro e segundo atos) mais apressados e mal explicados, afim de começar logo a guerra. Estes atos é que tiram um pouco da força da obra. Mas o terceiro e último ato traz um final cheio de reviravoltas, com mortes ousadas e que confesso que não esperava que tomasse este rumo. Embora não tão sangrento, alguns confrontos são bem selvagens. Fiquei empolgado e fiquei querendo mais. Que os produtores aprendam com os pequenos erros e tragam as continuações mais fortes e amarrando melhor os personagens. Há muito, mas muito potencial, só precisa-se lapidar melhor o material que se tem em mãos. ‘Warcraft’ acaba sendo um filme homenagem ao jogo, uma história de origem que pode facilmente virar uma trilogia cinematográfica. Que o razoável sucesso de bilheteria traga as continuações, e que estas sejam de fato, mais épicas. E esperemos por Dezembro, quando ‘Assassin’s Creed’ finalmente poderá quebrar a regra de que filmes baseados em games sempre são ruins. Rumo a uma nova fase nas adaptações de jogos! 

NOTA: 8







Título Original: Warcraft

Direção: Duncan Jones

Elenco: Travis Fimmel, Toby KebbellBen FosterPaula Patton, Dominic CooperRuth Negga, Robert Kazinsky, Clancy BrownBen Schnetzer, Callum Keith Rennie. 

Sinopse: o reino pacífico de Azeroth está à beira de uma guerra enquanto sua civilização enfrenta uma raça temível de invasores: guerreiros Orcs fugindo de sua casa moribunda para colonizar um novo lugar. Enquanto um portal se abre para conectar os dois mundos, um exército enfrenta destruição e o outro enfrenta a extinção. De lados opostos, dois heróis são colocados em um caminho de colisão que irá decidir o destino de suas famílias, seu povo e seu lar. Então, uma saga espetacular de poder e sacrifício começa, onde a guerra tem muitas faces, e todos lutam por algo.



Trailer: 


























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