Crítica: Para Sempre Lilya (2002, de Lukas Moodysson)


Há tempos venho querendo
escrever sobre ‘Para Sempre Lilya’. Para aqueles que não estão acostumados a
ler aqui no blog uma crítica minha em que eu coloco uma visão e um toque mais
pessoais, bom, aqui está uma! E justifico dizendo que o drama em questão marcou
minha vida “cinematograficamente” falando. E pode marcar a sua também.
Acompanhe:


‘Para Sempre Lilya’ (ou ‘Lilja
4-Ever
’, título original) é um drama sueco-dinamarquês dirigido pelo excêntrico
Lukas Moodysson (também diretor de ‘Mammoth‘, 2009 e ‘We Are The Best‘, 2013) e que expõe a cruel realidade do tráfico humano por meio do
sofrimento de uma garota de apenas 16 anos de idade. O filme começa “em algum
lugar da ex-União Soviética” (de acordo com o imdb, o local original dessas
filmagens ocorreu na Estônia), onde a adolescente Lilya vive em um típico
conjunto de apartamentos soviéticos com sua mãe. Ambas sonham com melhores
condições de vida, algo que aquele lugar esquecido, pacato e sem vida onde moravam
jamais as proporcionaria. Sendo assim, a notícia de que o namorado norte
americano da mãe levaria toda a família para morar nos Estados Unidos levou a
jovem soviética a mais extrema alegria.





No entanto, em um ato
cruel e previamente planejado, a mãe de Lilya parte para os Estados Unidos
apenas com o namorado, deixando para a filha apenas algum dinheiro e promessa
de que Lilya viajaria ao encontro da família logo em seguida. E é a partir
desse momento que a vida de uma adolescente comum começa a tomar dimensões cruéis.
Abandonada pela mãe – que jamais entrou em contato ou enviou-lhe mais dinheiro
–  Lilya se vê sem comida e obrigada a mudar
para um apartamento menor. Sua única companhia é o pequeno melhor amigo Volodya,
uma criança também abandonada e maltratada pelos pais. O passatempo preferido
dos jovens desesperançosos é fumar e cheirar cola – afinal, que tipo de futuro
os espera?


A falta de
dinheiro para sobreviver e as más companhias fizeram com que Lilya abandonasse
os estudos – já não havia fiscalização ou incentivo para que a jovem
continuasse a estudar – e entrasse para mundo da prostituição. No entanto, como
visto ao longo do filme, entrar para esse mundo não viria a ser a pior coisa a
acontecer em sua vida. Lilya virá a conhecer alguém que conseguirá a proeza de
tornar sua vida ainda mais difícil.  


Apesar de não ser um filme
“padrão Hollywood” – o que, arrisco dizer, o torna mais atraente aos fãs de
cinema independente – a trama é interessante o suficientemente para conseguir
agradar grande parte dos fãs da sétima arte (recebendo a pontuação de 7.9/10
no imdb, número alto para uma produção independente
). Além da denúncia ao
tráfico humano, algo que infelizmente é comum nos dias de hoje, ainda que não
tão comentado, o filme também carrega várias críticas aos últimos anos do regime
soviético, sobretudo por meio da fotografia: fica claro para quem assiste o quão
triste e sem vida encontrava-se aquilo tudo. Além disso, a trilha sonora não
deixa a desejar, incluindo as russas do t.A.t.U e os alemães do Rammstein. Vale
a pena conferir!


Nota: 10/10


Direção: Lukas Moodysson


Elenco: Oksana
Akinshina, Artyom Bogucharskiy, Pavel Ponomaryov


Sinopse: Aos 16, a jovem Lilya e seu único amigo, o
pequeno Volodya moram na Estônia e sonham com uma vida melhor. Um dia, Lilya
apaixona-se por um homem que está indo para a Suécia e a convida para começar
uma nova vida.


Trailer: 






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