Crítica: Dupla Identidade (2014, de Mauro Mendonça Filho)

‘Dupla Identidade’, nova série da Globo, foi exibida em TV aberta no ano retrasado e surpreendeu o público. Com sua audiência alta, ela foi o maior sucesso, principalmente para quem é fã de seriados como ‘Dexter’ e ‘Hannibal’. Vários elementos ali são estereótipos que prendem o espectador até o desfecho.


A história gira em torno de Edu (Bruno Gagliasso), um rapaz visto por todos como bondoso e que por ter o perfil inofensivo, ninguém desconfia que ele seja um assassino frio. Sua profissão é ajudar pessoas deprimidas, de um modo parecido com o que ocorre em serviços de telefone de prevenção ao suicídio, mas não passa de um lobo em pele de ovelha. Desse modo, sua aura de aparente quietude só muda quando envolvido em situações que envolvem grande descarga de adrenalina, caso dos esportes radicais que pratica. Além de gostar do perigo, ele também sabe escolher muito bem suas vítimas. No entanto, para a maioria dos psicopatas, matar não basta. Tanto que aqui, Edu faz um pouco diferente: ele pendura a vítima ainda viva e lança sorrisos macabros ou então as amarra e passa a faca em volta do corpo.


Com o número de mortes crescendo, os detetives Vera (Luana Piovani) e Dias (Marcelo Novaes) investigam a fundo o caso, buscando pistas e testemunhas, a fim de evitar que uma novo corpo surja. Eles pensam estarem um passo à frente do assassino, porém nem imaginam que Edu está mais perto do que acham. Ele começa a trabalhar disfarçado no mesmo local que o está caçando. Dá pra acreditar? Por sinal, é fantástica a criatividade que o diretor teve em fazer isso.


Com uma estratégia sagaz, ele passa a acompanhar tudo o que dizem a seu respeito, guardar detalhes importantes, enfim… Arruinar as tentativas de captura dos policiais. Foi isso que achei interessante, essa tática que eles usaram do mal estar entre o bem. Foi com certeza um ponto forte da série. Para mim, essa dita “versão nacional” dos seriados americanos como ‘Dexter’ e ‘The Fall’ soube manter várias semelhanças. A trilha sonora também é espetacular, são músicas que combinaram perfeitamente com o ambiente em que a série se passa. Palmas para as faixas de Sepultura.


Sobre o elenco, temos aqui o astro Bruno Gagliasso, que se entregou de corpo e alma ao interpretar o assassino em série. Seu personagem é sublime e fez jus ao seu prêmio de melhor ator. Outros destaques que cito são Luana Piovani e Marcelo Novaes, que atuaram como policiais que vivem batendo boca, mas no fundo, se amam. Em flashbacks descobrimos como era o relacionamento pessoal deles. Os demais: Débora Falabella, Marisa Orth, Bárbara Paz e Brenda Sabryna tiveram interpretações plausíveis. Em síntese, recomendo-a para quem curte a temática e tem interesse em saber que séries nacionais também possuem potencial. Queria tanto que houvesse a 2ª temporada; é uma pena que foi cancelada.

Nota: 8

Direção: Mauro Mendonça Filho


Elenco: Bruno Gagliasso, Débora Falabella, Marcelo Novaes, Luana Piovani, Aderbal Freire Filho, Alexandre Mofatti, Bárbara Paz, Bella Carrijo, Bernardo Mendes, Brenda Sabryna, Cris Nicolotti, Gláucio Gomes, Mariana Nunes, Marisa Orth, Igor Algelkorte.


Trailer:
Mais algumas imagens da série:

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