A nova versão das ‘Tartarugas Ninja’ lançada em 2014 não agradou a crítica e a maior parte dos fãs. Dentre as maiores reclamações estavam a brutalização excessiva dos heróis, que mais pareciam lutadores bombados de MMA, além da direção e roteiro clichê e fraco de Jonathan Liebesman. Foi um filme levemente divertido, mas nada marcante. Confira nossa crítica do filme aqui! Mas o sucesso de bilheteria garantiu a continuação. Com a grana e boa vontade em mãos, os estúdios da Paramount e da Nickelodeon chamaram um diretor novato mas de potencial, David Green, que havia feito o bom ‘Terra para Echo’ em 2014. David parece conhecer e ser fã das Tartarugas e do material de origem, pois faz desta continuação ‘As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras’ um filme bem mais divertido.
Já devemos iniciar falando que estamos diante uma superprodução pipoca, voltada apenas para entreter sem compromisso, tanto as crianças fãs dos novos desenhos das Tartarugas que passam na Nickelodeon, quanto busca trazer nostalgia aos fãs da geração dos anos 90, quando estes personagens tiveram seu “boom” e foram um sucesso. Não devemos ir assistir a um filme destes e esperar reflexões e críticas à sociedade. É entretenimento puro e bobo. Mas se bem feitinho, pode divertir. E este é o grande acerto desta continuação, superar o original não apenas na ação e efeitos especiais, mas em uma história maluca que resgata o espírito jovem de nossos heróis. Os personagens estão mais bem posicionados. A jornalista April O’Neil é mais esperta e bem utilizada. Megan Fox continua atraindo a atenção mais pela beleza, mas aqui está mais bem a vontade no papel. A adição de Stephen Amell como o justiceiro Casey Jones é bacana, mais um herói humano que junto com April detonam com os vilões. O ator se sai razoavelmente bem no papel, lembrando um pouco o seu outro papel de herói na série ‘Arrow’. Todos os outros personagens secundários são bons atores que estão ok, especialmente a ótima Laura Linney que poderia ser melhor utilizada.
Mas o filme é mesmo delas, as tartarugas. É importante dizer que os quatro heróis são muito mais bem utilizados e aprofundados na continuação. Primeiramente porque o roteiro explora melhor cada característica delas. Um é mais inteligente, outro é o líder, outro tem mais força, outro só sabe fazer piadas; todos apresentando nas suas características falhas que os tornam fracos separadamente. Mas juntando estas características em um trabalho de equipe, se tornam verdadeiros heróis. Há conflitos internos, como o fato das pessoas os enxergarem como monstros. Estas características levam a confrontos entre eles, um ponto a favor do roteiro. E a ótima computação também ajuda na criação de seres mais reais. Ao contrário do primeiro que só tínhamos 4 criaturas de CGI bombadas, aqui cada uma tem um visual mais específico. Um tem mais músculos, outro é menor, as cicatrizes de cada um varia. O CGI é muito bem trabalhado nos rostos dos heróis, trazendo sentimentos como alegria, medo, raiva e coragem. A câmera diversas vezes foca nos olhos (alguns azuis), que trazem força de expressão aos seres. Realmente isso as torna mais paupáveis. O Mestre Splinter tem menos participação, mas também é muito bem criado e serve como o guia da jornada dos nossos heróis.
O final pode parecer um tanto exagerado, mas realmente as histórias dos desenhos de fato são. Porém é negável que diverte fácil. O filme é definitivamente melhor que o primeiro, traz diversas piadas bem sacadas e muitas referências a quem conhece os desenhos, HQ’s e games. O filme é bem mais fiel ao material clássico e agradará aos fãs. E foi muito bacana ir no cinema e ver a criançada torcendo por Leonardo, Rafael, Michelangelo e Donatello. Tinha um menino que gritava “pow” cada vez que tinha ação, ele realmente torcia pelos heróis. Acho que não preciso dizer mais nada. É um filme para se desligar o cérebro e curtir.
NOTA: 7