Crítica: Zerando a Vida (2016, de Steven Brill)






A Netflix segue apostando em material original como séries e filmes próprios. Em 2015 a empresa lançou a comédia ‘Os 6 Ridículos’ com Adam Sandler, que apesar de criticada, teve ampla repercussão e muita gente assistiu no serviço online. Com um contrato para estrelar várias comédias da Netflix, Adam Sandler surge em mais uma parceira com a produtora. ‘Zerando a Vida’ é a nova tentativa de Sandler voltar aos seus tempos de ouro. A notícia boa é que este é um dos melhores dentre os últimos filmes de Sandler. A notícia ruim é que ainda não é bom o suficiente.


Depois de estourar em comédias de respeito como ‘O Paizão’, ‘Como Se Fosse a Primeira Vez’ e ‘Click’, o astro entrou numa maré de longas sem graça e detonados pela crítica, inclusive ganhando inúmeras vezes o prêmio Framboesa de Ouro – que premia os piores do ano. Em 2015 o cara tentou emplacar 3 filmes um tanto diferenciados. ‘Pixels’ trouxe um blockbuster e resgatou a nostalgia dos games dos anos 80. ‘Os 6 Ridículos’ tentou satirizar os faroestes. E ‘Trocando os Pés’ (o menos ruim) tentou misturar uma fábula judaica com morais dramáticas. Mas ambos filmes careceram de um roteiro bom. E no caso das comédias, as piadas recicladas e o mesmo de sempre é que acabaram com os filmes.


Aqui nesta produção não é muito diferente. Temos Sandler interpretando o mesmo personagem pela milésima vez. As piadas continuam recicladas. Talvez no início dos anos 2000 elas funcionassem, mas hoje as piadas ficaram repetitivas e atrasadas, não evoluíram com o mundo e a sociedade. Algumas situações e cenas são apelativas, sendo assim ultrajantes em vez de serem hilárias. As atuações não são lá essas coisas, mas isso não importaria se a história do filme fosse melhor trabalhada. Nas atuações, o parceiro David Spade é quem se sai um pouco melhor, sendo um fracassado bem convincente.

O roteiro brevemente tece uma crítica à manipulação da indústria farmacêutica, pena que isto se dá de forma rasa. O filme carrega algumas piadas de humor negro bacanas e tem breves momentos de ação razoavelmente bem dirigidos. Nada marcante, mas ao menos diverte ligeiramente. Um dos melhores momentos é a luta entre duas mulheres no final, que é inesperadamente violenta. Dentre os últimos filmes de Sandler, poderá ser o mais divertido e menos ruim, mas não é nada que represente a boa fase do ator e que mereça de fato sua atenção. E para quem viu o cara em excelentes atuações em ‘Embriagado de Amor’ e ‘Reine Sobre Mim’, fica a esperança de que um dia ele retorne em um bom papel. 

NOTA: 4


Título Original: The
Do Over


Direção: Steven Brill


Elenco: Adam Sandler, David Spade, Paula Patton, Catherine
Bell, Jackie Sandler, Jared Sandler, Kathryn Hahn, Luis
Guzmán, Matt Walsh, Michael Chiklis, Natasha Leggero, Nick
Swardson, Renée Taylor, Timothy Douglas Perez, Torsten Voges.


Sinopse: dois caras azarados perdem todo seu dinheiro e decidem fingir a
própria morte para começar tudo de novo com outras identidades e o dinheiro do
seguro. No entanto, os novos nomes os colocam em apuros ainda maiores do que
enfrentavam antes.

Trailer: 











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