Crítica: Grandes Olhos ( Big Eyes, 2014, de Tim Burton )

Tim Burton, é aquele diretor que nos dias atuais, o que por as mãos, algo no mínimo bom vai sair. Seus fãs querem mais e mais filmes com seu incrível estilo visual e narrativo, parece ser algo incansável para as pessoas, que percorrem a décadas, desde os lançamentos de seus ‘Batmans’ como também ‘Edward Mãos de Tesouras’ e ‘Os Fantasmas se Divertem’.  Sendo assim, quando é lançado a notícia de mais um filme, as expectativas são extremas e das mais felizes. Seu trabalho mais recente não foi diferente, a não ser quando se trata de uma história real e com um orçamento bastante reduzido em comparação as suas ultimas produções.





‘Grades Olhos’ deu a Burton, a oportunidade de expressar uma história da maneira mais realista possível, e mesmo assim, ainda conseguir imprimir a sua assinatura deixando-o preso as suas características inconfundíveis. Mérito de um ótimo diretor que soube realizar um trabalho seguro e bem feito. Mas ai, vamos a análises para poder avaliar a obra com seu resultado final.



Atuações dignas, Amy Adams melhor impossível interpretado a Margaret e sua vida sofrida. Suas expressões são de deixar o espectador conectado com muito pouco tempo em cena. A atriz demonstra total segurança, e sabe o que esta fazendo. O mesmo nível posso encontrar em Christoph Waltz interpretando Walter Keane, que consegue exprimir de dentro para fora a maldade de seu personagem. Outra atriz prazerosa de se ver em tela, é a linda Krysten Ritter, que parece ser a cereja do bolo, estando ali para dar aquele complemento sutil e importante. 

A trama vai sendo bem narrada, a todo momento sentimos juntos de Margaret seus sofrimentos, sentimos o tamanho da sua inocência, sua ingenuidade, e nos apegamos a cada passo que dar na sua trajetória. Ela mergulha de cara nas oportunidades que surgem, para tentar a felicidade, e não teme a mal que possa acontecer, não consegue enxergar as partes negras das pessoas, sempre as achando perfeitas. No entanto, as coisas vão mudando, deixando-a se sentindo sufocada, se envolvendo em mentiras que cada vez mais parecem maiores, chegando a cenas de alta tensão que nos deixam aflitos tanto quanto ela. Desejamos que ela consiga dar a volta por cima, que saia vitoriosa daquela situação, que ela seja feliz, e não podemos esperar tanto para isso.  
Até certo ponto o filme prometia e cumpria com eficiência ser o grande filme do Burton nos últimos anos, parecia estar assistindo a um clássico, a uma obra perfeita lançada nos últimos tempos. Mas tudo muda, infelizmente, muda, muda tanto, mas muda muito mesmo.




Clássicos do próprio diretor fazem muito isso, mistura comédias, com romance, suspense, terror, aventura, e tudo mais possível. Mas isso soa perfeito como momentos de alívio cômico, em diversos filmes por ai, mas um filme, que inicia de um gênero, e segue sendo fiel até quase seu final, dai chega no terceiro ato, aquele drama, aquela sensação pesada que definia o filme desde o início, se esvai de maneira fácil. O filme torna-se leve demais, praticamente troca de gênero, a ponto de deixar o espectador fora da história, perdendo todo o envolvimento que tiveram com a protagonista. Isso acaba soando como um erro dos mais graves, deixando a película toda perdida. Uma pena.


Duração: 105 minutos


Nota: 8,0


Direção: Tim Bruton


Elenco: Amy Adams, Christoph Waltz, Danny Huston, Emily Fonda, Jason Schwartzman, Jon Polito, Krysten Ritter, Stephanie Bennet, Terence Stamp.


Sinopse: No final dos anos 1950 e início dos 1960, o pintor Walter Keane ( Christoph Waltz ) alcança um sucesso além do que imaginava, revolucionando a comercialização da arte popular com suas pinturas enigmáticas de crianças abandonadas com grandes olhos. A verdade bizarra e chocante seria eventualmente descoberta: os trabalhos de Walter não eram criados por ele, mas por sua mulher, Margaret (Amy Adams ). Os Keane, ao que parece, viviam uma mentira colossal que enganou a todo o mundo. 


                                                   Trailer:





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