Crítica: The Girl in the Photographs (2016, de Nick Simon)






Em 2015 lamentavelmente perdemos o mestre do terror Wes Craven, vítima de câncer cerebral. O mestre que presenteou o mundo com sagas de peso como ‘Pânico’, ‘A Hora do Pesadelo’, ‘Quadrilha de Sádicos’, dentre tantos outros produtos de suspense e horror. Seu último trabalho de diretor trata-se do ótimo ‘Pânico 4’ em 2011, fechando com chave de ouro sua carreira de cineasta. De lá para cá ele vinha lutando contra a doença e envolvido apenas como produtor de filmes e séries de terror. E seu último trabalho como produtor é este slasher chamado ‘The Girl in the Photographs’. Trata-se de um thriller inicialmente interessante, mas bastante falho. 



A falha não está em Craven, que foi apenas o produtor por um tempo, e caso ele fosse o diretor certamente teríamos um resultado diferente. A falha está realmente no roteiro, direção e escalação de elenco. Inicialmente o roteiro e direção assinados por Nick Simon (roteirista de ‘A Pirâmide’) seria interessante: um slasher movie (filme de assassino em série mascarado) que critica e ironiza o submundo da fotografia amadora. Em breves momentos temos alguns diálogos que satirizam fotógrafos que plagiam, que só querem se dar bem e fotografar mulheres peladas. Temos modelos vazias que só se importam consigo mesmas, seu corpo e sua vida sexual. Alguns diálogos tentam ser irônicos, trazendo uma crítica a este universo. Porém acaba soando um filme prepotente. Como assim?




Bem, tanto neste filme aqui como em ‘A Pirâmide’, o roteiro de Simon tem potencial, inicialmente ele nos coloca em um ambiente não tão comum. Porém acaba caindo em clichês. Em ambos casos ele começa bem e acaba de modo raso. E sua direção aqui neste filme também não ajuda. Começa bem, mas no meio em diante se torna um filme com pouca agilidade, às vezes monótono. Algumas mortes estão bem fortes, mas falta construir um clima de tensão, o que seria essencial. A escolha do elenco também não é das melhores. Os jovens do filme são muito fracos. As garotas até tem rostos e corpos bonitos, mas não tem desenvoltura de atuação, são apenas belos “bifes” prontos para serem devorados. Até a mocinha do filme é fraca. Ela não é das mais “santinhas”. Se a ideia fosse quebrar o clichê e trazer uma protagonista que foge dos estereótipos seria interessante. Mas fica claro que aqui não é o caso.


O rosto mais conhecido é do ator Kal Penn, e isto não é um elogio. Vindo de filmes fracos como as comédias ‘O Dono da Festa’, Penn é forçado e caricato. Seu personagem é um fotógrafo amador mandão que só quer curtir e plagiar. Isto seria interessante se fosse bem atuado, seria um personagem odiável no bom sentido. Mas ele é odiável por ser irritante, chato e vazio. O filme até tem uma premissa boa, potencial há ali e Nick Simon pode vir a ser um roteirista e diretor interessante se lapidar melhor suas ideias. Mas aqui ele decepciona por estragar um bom potencial. O final começa a esquentar e a chocar, os assassinos são bem excêntricos e sinistros; mas logo vem um banho de água fria. Um filme que ligeiramente diverte sem compromisso, mas para a ideia e a crítica que propôs, se tornou pretensioso. Deu um passo maior que a perna. Tentou ser ácido, mas com um roteiro falho e atuações péssimas, soou apenas como bobo. E não representou o legado de Wes Craven.


NOTA: 4



Direção: Nick Simon


Elenco: Christy Carlson Romano, Claudia Lee, Kal Penn, Katharine
Isabelle, Kathryn Kirkpatrick, Kenny Wormald, Luke Baines (I), Miranda
Rae Mayo, Mitch Pileggi, Toby Hemingway, Toby Levins.


Sinopse: Coleen (Claudia Lee) é uma garota entediada por estar em uma
cidade pequena e que tenta se distanciar de seu abusivo namorado. Um dia, sua
foto é encontrada em uma cena de crime brutal. Enquanto isso, Peter Hemmings
(Kal Penn), um fotógrafo viaja para sua cidade natal, Dakota do Sul a fim de
recriar de forma antiga alguns crimes e assassinatos em série para uma campanha
publicitária. Para isso, ele resolve usar Coleen como o centro da campanha em
Los Angeles.



Trailer:












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