Crítica: Shaun, O Carneiro (2015, de Richard Starzak, Mark Burton)




‘Shaun, O Carneiro’ foi uma das maiores surpresas do cinema 2015. Sem grandes pretensões, a “simples” animação fez um enorme sucesso de bilheteria em muitos países onde foi lançada (pena que no Brasil passou batida) e incrivelmente agradou a crítica com unanimidade, tendo uma aprovação de 98%. Ainda concorreu ao Oscar de Melhor Animação e embora fosse difícil ganhar de ‘Divertida Mente’ da Pixar (que é ótimo), no fundo eu tinha uma certa preferência por este daqui. E não é para menos, o filme é um dos mais divertidos e bonitinhos do cinema atual. Feito com as difíceis técnicas com massinha em stop motion, o trabalho visual e até mesmo na condução de sua narrativa demonstram uma perfeição absurda da parte dos seus criadores e artistas.


‘Shaun’ é baseado em uma série de mesmo nome, que mostra as trapalhadas de um grupo de ovelhas lideradas pelo personagem título e os demais habitantes de sua fazenda. Série e filme foram produzidos pela Aardman Studios, produtora e estúdio inglês que outrora já nos encantaram com ‘A Fuga das Galinhas’, ‘Piratas Pirados’, ‘Operação Presente’, ‘Por Água Abaixo’ e ‘Wallace e Gromit: A Batalha dos Vegetais’. E me atrevo a dizer que este ‘Shaun’ seja juntamente com ‘Wallace e Gromit’ um dos melhores trabalhos desta irrepreensível e imaginativa equipe.




A direção e o roteiro fluem naturalmente em 1 hora e 25 minutos de duração. O
humor é puro e ingênuo mas extremamente inteligente. Nesta questão o filme é
melhor que muita comédia atual, que andam decepcionando. O humor é pastelão e
inocente e lembra o ‘Mr. Bean’, ‘O Gordo e o Magro’ ou ‘Os 3 Patetas’. O filme
também traz aventura na dose certa, sem nunca exagerar ou perder a leveza.
Assim como na série, o roteiro é de uma originalidade sem tamanho. Um dos
acertos é o filme ser sem diálogos, apenas alguns sons e grunhidos dos animais
e humanos. Os detalhes da história e os sentimentos das personagens ficam por
conta do visual e de alguns letreiros e plaquinhas. E mesmo sem os diálogos,
este sons e a trilha sonora conseguem passar tudo que é preciso para se entender.
Toda a parte técnica, direção de arte, criações ricas em detalhes, a
iluminação, tudo é tão minuciosamente elaborado que se torna impossível não
dizer que a equipe que está por trás é brilhante e perfeccionista. Tudo é de
encher os olhos.


Mesmo que infantil, encanta facilmente os adultos, tem seus momentos
emocionantes e traz a mensagem sobre não maltratar os animais e a lealdade
entre amigos. Com algumas referências à elementos da cultura popular e
entretenimento, além das críticas ao estilo de vida dos humanos, o longa faz
seu dever de casa em também ser pop. No final é impossível não perceber que é
um filme completo, emociona e que diverte com astúcia sem nunca deixar de ser
uma das produções mais sinceras e puras que surgiu recentemente. É daqueles
filmes que te deixa com um sorriso no rosto e uma sensação gostosa após
assistir. Os personagens são carismáticos e fofos. É impossível não se derreter
pela ovelhinha filhote (que no seriado se chama Timmy) ou com a cadelinha de
rua lá nos momentos finais do filme. ‘Shaun, O Carneiro’ é um entretenimento
belo e perfeito para toda família. Imperdível, uma pequena obra de arte.



NOTA: 10



O fofo Timmy curtiu o filme e esta postagem!
Direção: Richard Starzak e Mark Burton

Elenco: vozes no original de Justin FletcherJohn SparkesOmid DjaliliRichard WebberKate HarbourTim Hands.

Sinopse: o filme traz para as telonas a primeira passagem de Shaun, um carneiro superinteligente e criativo que é líder de seu rebanho, pela cidade grande. Quando ele decide tirar um dia de folga para se divertir, no entanto, as coisas acabam saindo do controle. Além de entrar em uma confusão, ele precisa guiar todo seu rebanho em segurança até a fazenda.

Trailer:


Os bastidores da criação stop motion de ‘Shaun’:







Imagens do filme:



  







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