Crítica: A Entidade 2 (2015, de Ciarán Foy)

Em 2012, o primeiro A Entidade pegou o público e os críticos de surpresa, principalmente por trazer uma premissa original e bem desenvolvida. O longa foi elogiado não só pela sua originalidade, mas, também pela incrível atmosfera construída, cheio de tensão e em muitos momentos chegando a ser perturbador. Além disso, outro acerto da produção foi trazer o excelente Ethan Hawke na pele do escritor Ellison Oswalt, que se muda para uma casa que foi palco de crimes terríveis como uma forma de inspirar-se para seu novo livro. Porém na investigação ele descobre que os crimes podem estar ligado a algo sobrenatural.


Com uma boa arrecadação nas bilheterias e com críticas positivas, não demorou muito para uma sequência ser anunciada. Eis que em setembro de 2015 é lançado A Entidade 2 nos cinemas brasileiros. Sua função era apresentar algo no minimo no mesmo nível ou superior ao original, ampliar seus conceitos e arrecadar o suficiente para alavancar uma franquia.


Na trama, acompanhamos Courtney (Shannyn Sossamon), uma mãe superprotetora que para fugir do marido agressivo se muda com os filhos gêmeos Dylan e Zach para uma casa localizada na área rural de uma pequena cidade. Não demora muito para ela descobrir que o lugar foi palco de acontecimentos sinistros e que sua família pode estar correndo perigo. 

Esta sequência como já era de se esperar não superou o original, não que ele seja ruim, mas, vários aspectos ajudaram bastante para a queda da qualidade da produção. A principal delas é a falta de originalidade que marcou o primeiro filme, pois, o original nos prendiam justamente pela curiosidade de saber o que estava acontecendo e a razão de estar acontecendo e como seria o desfecho. Já nesta sequência temos mais ou menos uma noção de quase tudo, de como o demônio ‘Bughuul’ age e de como a trama pode se desenrolar. Neste quesito o roteiro poderia surpreender o público e driblar a falta de originalidade trazendo novas questões ou situações diferentes, bem como investir em sustos eficientes e em personagens cativantes, mas, infelizmente o roteiro segue um caminho errado, preferindo focar em sustos fáceis e em um roteiro interessante porém previsível.




O elenco é composto por alguns rostos conhecidos como James Ransone (que também participou do primeiro filme), seu personagem é que liga as duas produções, aqui ele deixa de ser um personagem secundário e passa a ser um dos protagonistas. Shannyn Sossamon (do filme Uma Chamada Perdida) está bem no seu papel, gosto muito da atriz e ela já é bem conhecida em produções de terror, o que acaba ajudando o público a simpatizar-se com ela. Outra coisa que também ajuda o público a se importar com os protagonistas é o drama familiar que eles vivem, de estarem sendo perseguidos pelo pai/marido autoritário, machista e violento, está parte é bem desenvolvida e dá uma aspecto mais sério ao longa.

É na parte dos sustos e cenas mais aterrorizantes que o filme também perde em qualidade, pois, como já disse o roteiro trouxe sequências totalmente previsíveis, que não assustam e muito menos empolgam o público. ‘Bughuul’ tem um maior destaque nesta sequência, mas para mim isso não é um ponto positivo, pois foi justamente o fato do original mantê-lo em um segundo plano que o deixou mais assustador.


Como na primeira produção, aqui também somos brindados com aqueles filmes caseiros sinistros, mas, diferente do primeiro longa que utilizavam eles como uma forma de atiçar uma investigação e criar tensão, aqui eles são colocados mais para chocar, pois, se for analisar bem eles não agregam em nada. Já na questão de aterrorizar os vídeos cumprem bem seus papéis, pois todos estão bem macabros, principalmente as sequência da pesca em família e a do culto de domingo. O final até nos trazem uma reviravolta nada surpreendente, pois, um bom observador sacará isso bem antes da revelação em si. Não gostei muito do desfecho, esperava mais e achei bem previsível, o roteiro bem que podia ter ousado e surpreendido o público novamente.


Enfim, A Entidade 2 não superou o original ele erra em focar em sustos fáceis e em um roteiro previsível e clichê, mas ainda assim consegue prender o púbico com uma história e personagens cativantes. Recomendo, mas não mantenham as expectativas altas.





Título Original: Sinister 2

Direção: Ciarán Foy

Elenco: James Ransone, Shannyn Sossamon, Robert Daniel Sloan, Dartanian Sloan, Lea Coco, Tate Ellington, John Beasley, Lucas Jade Zumann, Jaden Klein, Laila Haley, Caden Marshall Fritz, Olivia Rainey.
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