Crítica: Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível (2015, de Brad Bird)

Que a ‘Disney’ é um dos maiores e mais famosos estúdios cinematográfico de ‘Hollywood’ não é novidade, que seus filmes na maioria das vezes são garantia de sucesso e bilheterias também não é novidade, porém uma vez ou outra algumas produções acabam afundando em bilheterias e nas críticas, gerando um prejuízo enorme para sua produtora. Os estúdios ‘Disney’ já colecionam de 2011 para cá quatro enormes fracassos, são eles Marte Precisa de Mães de 2011 (acho que é a única animação da ‘Disney’ a afundar nas bilheterias), John Carter – Entre dois Mundos de 2012, ‘O Cavaleiro Solitário de 2013 e o mais recente Tomorrowland – Um lugar onde nada é impossível lançado nos cinemas em junho de 2015.

Na trama conhecemos Casey Newton (Britt Robertson) uma adolescente com enorme curiosidade pela ciência. Certo dia, ela encontra um pequeno broche que permite que se transporte automaticamente para uma realidade paralela chamada ‘Tomorrowland’, repleta de invenções futuristas visando o bem da humanidade. Ela logo busca um meio de chegar ao lugar e, no caminho conta com a ajuda da misteriosa Athena (Raffey Cassidy) e de Frank Walker (George Clooney), que esteve em ‘Tomorrowland’ quando garoto mas hoje leva uma vida amargurada.

Uma questão que foi levantada pelas crítica e que gerou muita polêmica é o fato de o filme ter uma mensagem embutida referente aos parques ‘Disney’, meio que incentivando as crianças a conhecerem o mundo mágico da ‘Disney’, além disso, o que mais foi criticado é a maneira agressiva que isso é mostrado no filme, com claras referências as atrações dos parques, dentre outras coisas. Sinceramente, esta resenha não é destinada a essas questões, ela será restrita apenas ao filme em si, só mencionei isso porque foi algo que gerou muita polêmica, algo que eu não concordo muito, pois desde de o início os produtores já afirmavam que o longa seria inspirado nos passeios dos parques ‘Disney’.

O longa é dividido em dois momentos, a primeira parte (que foi duramente criticado) foca na infância de Frank Walker, interpretado inicialmente por Thomas Robinson. Confesso que gostei dessa primeira parte, que foge dos inícios convencionais das maiorias do filmes, não entendi muito bem porque as críticas não gostaram, talvez seja por ser fantasioso demais, mas, foi justamente essa fantasia misturada com ficção científica que me fez gostar tanto, além disso, o ator que interpreta ‘Frank’ é muito carismático e atua bem, facilitando a empatia do público com o personagem, assim como a misteriosa ‘Athena’ que é interpretada por Raffey Cassidy (do filme Branca de Neve e o Caçador) que tem uma química legal com o ator acima mencionado, além de ter uma excelente atuação.

Já na segunda parte conhecemos ‘Casey’ interpretada pela ótima Britt Robertson (do filme Uma Longa Jornada), uma adolescente inteligente, bonita, carismática, persistente e acima de tudo otimista. Não tem como não simpatizar com a personagem, que é sem sombra de dúvidas juntamente com ‘Athena’ as melhores personagens do filme, provando mais uma vez que o cinema está cada vez mais investindo em protagonistas femininas que não sejam aquelas típicas mocinhas que precisam ser salvas ou que sejam donas de casas.

O longa acerta por misturar vários gêneros em um filme só, pois além de ter um tom fantasioso, ele ainda traz ficção científica, aventura, ação , suspense, comédia e umas pitadas de drama, deixando o filme bem diversificado, claro que isso não irá agradar todo mundo, mas eu gostei. O mistério envolvendo aquele pin também é bem interessante, as cenas em que ‘Casey’ toca nele e é transportada para ‘Tomorrowland’ são bem legais, além de serem bem executadas, destaque para a cena em que ela conhece a cidade de ‘Tomorrowland’, o desfecho dessa cena é bem engraçado.


O filme Também possui várias cenas de ação, que são realmente boas, aquela que acontece em uma loja (que é cheio de referências a cultura pop) é muito interessante, além de ter uma pegada nerd e ser bem coreografada. Outra cena que gostei bastante é uma que acontece na casa de ‘Frank’, que é muito louca (no melhor sentido é claro).

Apesar de o filme trazer algumas situações clichês como o manjado blá blá blá do ‘escolhido’ não é nada que prejudique no resultado final. A direção de Brad Bird (diretor de Missão Impossível – Protocolo Fantasma) é bem segura, e ele consegue prender o público até o final, seja com os personagens carismáticos, ou com o clima de suspense ou mesmo com o tom de aventura e até nos presenteando com ótimas cenas de ação e diálogos bem engraçados.

George Clooney e Hugh Laurie apesar de serem excelentes atores não se destacaram muito nesta produção, ambos estão mais contidos e são apagados pelas protagonistas femininas. Muitos não vão gostar do final que para mim não foi ruim, porém ficou muito a desejar, por ser confuso demais, porém ganha pontos por trazer a questão ecológica e que devemos salvar o mundo.

Enfim, Tomorrowland está bem longe de ser um filme ruim, não merecia ser o fracasso que foi, o longa além de ser engraçado é repleto de ação, aventura, com uma pegada mais nerd e voltada para ficção científica. Sei que ele não agradará a todos mas, recomendo para que vocês tirem suas próprias opiniões.

Título Original: Tomorrowland

Direção:
Brad Bird

Elenco:
George Clooney, Hugh Laurie, Britt Robertson, Raffey Cassidy, Tim McGraw, Kathryn Hahn, Keegan-Michael Key, Chris Bauer, Thomas Robinson, Pierce Gagnon, Matthew MacCaull, Judy Greer.

TRAILER:



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