Crítica: Maze Runner – Prova de Fogo (2015, de Wes Ball)

Em tempos de Jogos Vorazes e Divergente, sagas adolescentes distópicas baseadas em best-sellers vem ganhando mais espaço. Em 2014 o primeiro Maze Runner – Correr ou Morrer trouxe um filme misterioso, eletrizante e bem dirigido. Agora em 2015 o cineasta Wes Ball retorna na aguardada continuação. Acontece que esta continuação acerta até sua metade, derrapando dali pro final. Na trama, os sobreviventes do labirinto e da organização C.R.U.E.L. são resgatados por uma resistência, mas logo se descobre intenções dúbias, gerando assim uma nova fase de desafios, onde mais uma vez os jovens terão que correr muito. E haja fôlego! Se percebermos bem, os protagonistas correm todo primeiro filme e toda metade inicial deste, em cenas frenéticas e ininterruptas. E é nesta primeira metade que Prova de Fogo acerta.

À deriva no mundo destruído e desértico, os jovens precisam fugir da organização que os persegue, além de lutar contra as criaturas transformadas que tentam devorá-los (no estilo zumbi de The Walking Dead). Ao encontrar outros sobreviventes e resistências no mundo externo, o grupo vai ficando dividido e sem saber o que fazer. Temos a apresentação de uma nova personagem, interpretada pela atriz Rosa Salazar, que rouba a cena nos momentos em que aparece. Há cenas escuras sufocantes, há correria, momentos de tensão bem executados e dirigidos. Os efeitos especiais estão bons, mostrando e explorando bem um mundo desolado. O protagonista Dylan O’Brien se esforça pra carregar o filme, até que consegue. Há vários atores veteranos que fazem coadjuvantes importantes, como Giancarlo Esposito, Nathalie Emmanuel, Patricia Clarkson, Barry Pepper e Lili Taylor.

O problema começa na metade do filme, onde um excesso de personagens e excesso de clichês típicos de filmes adolescentes pós-apocalípticos se amontoam. Tudo começa a ficar um pouco vago, apenas apresentando situações, dilemas e mais personagens. Tudo isso é para “render assunto” para futuras continuações. Infelizmente o roteiro e o filme se apegam demais à necessidade de ter continuações e faturar dinheiro. Isso causa uma quebra no ritmo e na ação. O final não tem um combate muito bom e o longa fica inacabado. Sem falar que a atriz Kaya Scodelario (que tem um “pé” aqui no Brasil) atua bem mal, sem muita expressividade, lembrando até mesmo Kristen Stewart. Mesmo que com grandes reviravoltas em torno dela, sua presença não é marcante.

No saldo geral, este Maze Runner – Prova de Fogo é quase tão bom quanto o primeiro, sendo muito eletrizante por uma hora, mas que cai na mesmice das atuais sagas adolescentes no seu final, deixando muita coisa aberta para as continuações. Wes Ball provou ser um bom diretor de ação, com ritmo frenético e bons ângulos de câmera. Só esperamos que o terceiro filme que sai em 2016 seja melhor e não nos enrole demais. A saga tem potencial, basta explorá-lo corretamente.

Direção: Wes Ball

Elenco: Dylan O’Brien, Thomas Brodie-Sangster, Kaya Scodelario, Ki Hong Lee, Aidan Gillen, Katherine McNamara, Giancarlo Esposito, Nathalie Emmanuel, Patricia Clarkson, Barry Pepper, Lili Taylor, Rosa Salazar.

Sinopse:
Thomas e seus companheiros Clareanos vão encarar seus maiores desafios até agora: procurar por pistas sobre a misteriosa e poderosa organização conhecida como C.R.U.E.L. Sua jornada os leva até O Deserto, um cenário desolado repleto de obstáculos inimagináveis. Unindo-se com lutadores da resistência, os Clareanos desafiam as forças superiores da C.R.U.E.L e descobrem seus terríveis planos para todos eles.

Trailer:


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