Crítica: Exorcistas do Vaticano (2015, de Mark Neveldine)

O Exorcista de 1973 é sem sombra de dúvidas um dos melhores filmes de terror de todos os tempos, e partir dele vários outros filmes similares surgiram querendo alcançar o mesmo sucesso, entretanto, nenhuma dessas produções conseguiram alcançar a excelência de ‘O Exorcista, algumas por outro lado até que são interessantes como O Exorcismo de Emily Rose que conseguiu trazer algo de original em um subgênero tão saturado pelos clichês. Neste contexto foi lançado em agosto de 2015 nos cinemas brasileiros este Exorcistas do Vaticano, um filme ruim que me deixou com muita raiva por ter feito desperdiçar meu tempo tão precioso.

Na história conhecemos a jovem Angela Holmes (Olivia Taylor Dudley) que acidentalmente em sua festa de aniversário corta o dedo, porém, o que parecia ser normal começa a ficar estranho quando corte infecciona e Angela começa a agir de forma estranha. Logo eles descobrem que a jovem está possuída. O padre local em uma tentativa desesperada pede ajuda ao ‘Vaticano’, para que ajude Angela e acabe com o mal dentro dela, porém, eles vão descobri que se trata de uma força mais ancestral e mais poderosa do que eles poderiam imaginar.


Nossa, este filme não é só ruim, ele é muito ruim, além de trazer uma história mais do que batida o roteiro ainda tem a cara de pau de pegar as cenas mais clichês dos diversos filmes que já exploraram, abusaram e copiaram este tema. Sério nada nessa produção é diferente do que já foi visto em tantas outras, nada se destaca ou possa ser considerado original, o longa no decorrer de seus 91 minutos usa e abusa das cenas de corpos contorcidos, de pássaros que se arremessam contra os vidros, entre várias outras cenas que já viraram marcas nessas produções.

Mas, o pior de tudo é que esta produção consegue ir além do cúmulo da ruindade, pois, o pior problema em um filme de terror/suspense que tem o objetivo de assustar é não assustar, e é justamente o que acontece aqui, pois não existe em nenhum momento do filme inteiro que faça o telespectador se assustar ou ter medo , a direção é tão falha que nem os manjados recursos de aumento de som foram utilizados para causar um impacto maior.

Desde o início já percebemos que se trata de uma produção de orçamento limitado, mais isso não é desculpa, visto que vários filmes já conseguiram contornar esse problema de forma criativa e bem eficiente. A direção de Mark Neveldine é ruim e em algumas cenas chegam a ser bem armadoras, como por exemplo a cena do ônibus (que porcaria foi aquela!), o cara tinha um desempenho um pouco melhor ao lado de Brian Taylor, com quem trabalhou nos filmes Adrenalina, Adrenalina 2, Gamer e Motoqueiro Fantasma – Espírito de Vingança que também não são bons, mas que são melhores que este.

Além do roteiro ser uma merda outra coisa que afunda ainda mais essa produção são os personagens, que são todos chatos e sem qualquer carisma. Sério é realmente impressionante ver que um roteiro meia boca consegue desperdiçar atores tão conhecidos como Michael Peña (do filme Homem Formiga), Djimon Hounson (do filme Velozes e Furiosos 7) e Dougray Scott (do filme Busca Implacável 3) com personagem tão ruim e sem qualquer destaque em uma trama tão arrastada. Michel Peña simplesmente não consegue convencer como padre, não acho que este tipo de personagem seja o perfil dele. Dougray Scott faz o típico pai que lamenta a condição da filha, nada além disso e Djimon Hounson é apenas um padre que aparece em poucas cenas e não tem qualquer relevância na trama. A protagonista Olivia Taylor Dudley (do filme Atividade Paranormal – Dimensão Fantasma), pode até ser bonita mas está longe de ser uma boa atriz e o pior é que ela não tem o carisma necessário para a personagem, requisito essencial neste tipo de filme.

Além da direção falha, a produção ainda erra na edição, que em vários momentos é bem ruim, os cortes em algumas cenas são tão bruscas que é risível, e o pior é que a história na edição final ficou muito corrida, não dá tempo para o público assimilar, se sensibilizar ou se emocionar com a história.

O filme até que tenta investir em algumas mortes, mas as poucas que acontece são sem destaque nenhum e são muito mal feitas (aquela do desabamento é ridícula).

A ruindade não para por aí, pois o pior está no final, que é de longe um dos finais mais ridículos que já tive a oportunidade de presenciar, o exorcismo da garota é horrível e sem qualquer emoção, senti muita falta dos palavrões e dos atos obscenos. Mas a parte em que ela vira praticamente a ‘fênix’ dos ‘X-Men’, pode até ser interessante, mas no contexto do filme ficou muito ruim, terminando com chave de ouro a produção que começou ruim e terminou ruim.

Enfim, não recomento este filme nem para os meus inimigos, é sem sombra de dúvidas um dos favoritos para concorrer aos piores do ano. Corram dessa porcaria.

Título Original: The Vatican Tapes

Direção: Mark Nevldine

Elenco: Olivia Taylor Dudley, Dougray Scott, Michael Peña, Djimon Hounson, Kathleen Robertson, John Patrick Amedori, Peter Anderson, Michael Paré, Alison Lohman, Daniel Bernhardt, Tehmina Sunny, Cas Anvar, Bruno Gunn, Alex Sparrow, Noemi Gonzalez.

TRAILER:



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