Crítica: A Série Divergente: Insurgente (2015, de Robert Schwentke)


As adaptações literárias para o cinema se tornaram viral após o sucesso da franquia Harry Potter e da porcaria de Crepúsculo. A partir daí várias foram as tentativas de lançar mais um hit de bilheterias, mas, muitas falharam, como Os Instrumentos Mortais, A Hospedeira, Percy Jackson, As Crônicas de Nárnia e Eu Sou o Número Quatro. Atualmente existem três principais adaptações de livros no cinema, são eles Jogos Vorazes (um sucesso de crítica e de bilheterias) que é de longe uma das melhores adaptações da atualidade, Maze Runner que particularmente eu gosto muito e Divergente.

Divergente foi a primeira adaptação para o cinema da trilogia de livros escrito por Veronica Roth, o filme lançado em 2014 foi uma inesperada surpresa do ano, visto que, conseguiu arrecadar o suficiente para garantir a adaptação dos outros livros. Um ano depois é lançado nos cinemas brasileiros A Série Divergente – Insurgente, um dos filmes que eu mais aguardava, pois já havia gostado do primeiro e o trailer desta sequência é simplesmente sensacional.

A história começa exatamente onde o anterior tinha acabado, com ‘Tris’, ‘Quatro’, ‘Calleb’ e ‘Peter’ sendo considerados fugitivos e agora caçados por ‘Jeanine’, líder da erudição. Correndo contra o tempo, eles precisam encontrar aliados e uma maneira enfrentar este mal. Além disso, ‘Tris’ terá que enfrentar seus medos e erros do passado.

Antes de mais nada é preciso informar que eu não li os livros, então não será possível comparar as duas mídias nesta resenha. A decepção que tive com este filme foi muito grande, não que ele seja ruim, mas, esperava bem mais dele. Infelizmente esta sequência não superou o original (que também não foi grandes coisas). Um dos grandes problemas dessa adaptação é o roteiro, que deixa a história, os diálogos e as cenas muito artificias. Nada, parece ser real ou verdadeiro, parece que os personagens são vazios e com propósitos já definidos, um exemplo disso é o personagem ‘Caleb’ interpretado por Asel Elgort (A Culpa é das Estrelas) que muda de opinião e de atitude de uma hora para outra, sem qualquer explicação ou desenvolvimento, além de ser um dos personagem mais sem graça e sem qualquer carisma. A vilã ‘Jeanine’ interpretada pela ótima Kate Winslet (Titanic) também sofre do mesmo problema, pois, sua vilã é contida demais, educada demais, ou seja, é mais passiva, age mais pela razão do que pela emoção e isso faz com que não tenhamos uma simpatia por ela. Eu queria ver ela descendo do salto e surtando. Shailene Woodley (A Culpa é das Estrelas) apesar de ser uma excelente atriz, não está tão bem nesta sequência, sua personagem não tem o mesmo carisma que tinha no longa anterior e isso prejudica muito no resultado final. Outro grande problema do longa é a quantidade enorme de personagens, que acabam ficando para um segundo plano e sem um desenvolvimento descente e pior de tudo desperdiçando um ótimo elenco, formando por rostos bem conhecidos e com muito talento que não se destacam muito, dois exemplos disso é Naomi Watts e Octavia Spencer, que aparecem em pouquíssimas cenas. Miles Teller (do reboot Quarteto Fantástico) é uma das únicas exceções e é de longe um dos melhores personagens dessa sequência.

Como pontos positivos destaco os efeitos especiais, que evoluíram muito em relação ao primeiro filme, assim como a fotografia que está bem mais elaborada, dando uma qualidade a mais ao longa. Outra coisa que foi bem ampliada nesta sequência são as cenas de ação, que estão bem mais frenéticas, algumas que valem a pena mencionar é uma perseguição em uma floresta, que é muito bem dirigida e uma cena em que a ‘Tris’ tem que salvar sua mãe (a melhor cena de todo o filme), também temos no decorrer do longa lutas, tiroteios e várias outras cenas que agradarão os amantes de ação.

Também gostei do fato de o roteiro não focar muito no romance como aconteceu no anterior, aqui a preocupação principal é com a sobrevivência. O longa também traz algumas cenas mais pesadas como uma envolvendo uma espécie de ‘suicídio’, o clima construído e o desfecho é bem sombrio, um diferencial neste tipo de produção.O final é bem legal, o desfecho em relação aquela caixa era mais ou menos o que eu esperava, então não me surpreendeu tanto, pois, tava na cara que era alguma coisa naquele sentindo (até pelo fato de só um divergente ser capaz de abri-la), mas ficou muito emocionante, principalmente com a cação de M83 no fundo.

Enfim, esta sequência não é tão boa quanto o filme anterior, visto que, desperdiça um bom elenco com personagens sem graças e sem carismas e o pior, não consegue trazer uma história envolvente que nos emocione ou que nos empolgue, preferindo focar mais na ação e nos efeitos especias. O último livro como já é de costume em ‘Hollywood’ será divido em dois filmes, o primeiro está previsto para 17 de março de 2016, o trailer já foi divulgado e não me empolgou tanto quanto o deste filme. Mas, vamos ver a onde está história vai parar.

Título Original: Insurgent

Direção:
Robert Schwentke

Elenco:
Kate Winslet, Shailene Woodley, Theo James, Miles Teller, Ansel Elgort, Jai Courtney, Mekhi Phifer, Octavia Spencer, Zoe Kravitz, Ben Lloyd-Hunghes, Tony Goldwyn, Ashley Judd, Ray Steverson, Jonny Weston, Naomi Watts, Keiynan Lonsdale, Suki Waterhouse, Emjay Anthony, Rosa Salazar, Maggie Q, Kendrick Cross, Daniel Dae Kim.


TRAILER:


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