Crítica: Almost Famous (Quase Famosos, 2001 de Cameron Crowe)

* Crítica cedida pela amiga Erika Melazzo.

Cameron Crowe nunca decepciona.

Seus filmes são sempre recheados de ótimas músicas e humor aguçado.Em Almost Famous (Quase Famosos), uma espécie de autobiografia, ele nos mostra como o rock influenciou a sua vida.

Na realidade, sua irmã foi a grande inspiradora. Quando completou dezoito anos de idade, resolveu que queria ser aeromoça e partiu deixando uma grande surpresa debaixo da cama para o irmão mais novo: discos de grandes bandas como Led Zeppelin, The Beach Boys, Neil Young, Crosby, Stills & Nash, Jimi Hendrix, Bob Dylan, The Who… Como não se tornar amante do Rock’n’Roll com essas bandas? Como?! Ainda com um recado no disco do The Who “Ouça Tommy com uma vela acesa e verás todo o seu futuro”. E foi o que fez.

Aos quinze anos, já escrevia para a revista Cream e logo conheceu Lester Bangs (Philip Seymour Hoffman), um dos mais respeitados críticos de música e o qual se torna seu grande orientador nesse meio. Seu maior lema é: “Não se pode ter amizade com estrelas de rock”. E ainda me pergunto porque ele falou isso. Afinal, ser amigo de um grande ídolo, quem nunca? Recebe a missão de entrevistar o Black Sabbath e nesse meio tempo conhece Penny Lane (Kate Hudson) e a banda Stillwater a qual o considera um inimigo, pois tocam para os fãs e não para os críticos de revistas.

Para sua surpresa recebe a ligação de Ben Fong -Torres, editor de música da Rolling Stone, sugerindo que escreva revista.É aí que começa sua grande trajetória e parte com a banda Stillwater em uma turnê pelos Estados Unidos.

Tudo é muito bem colocado no filme, desde as situações em que Crowe entrevista os integrantes da banda, as horas infindáveis entre um show e outro dentro de ônibus ou avião, a interação entre as groupies e “seus” músicos, as festas regadas com muitas drogas e bebidas e claro, a preocupação de uma mãe (Frances McDormand) repressora que fica atenta aos passos do filho e deseja que aquele momento não passe de um hobbie. Na realidade, sua irmã não conversava com a mãe há anos e assim que o filme terminou houve uma reunião de família e isso tudo foi motivo para as duas voltarem a se entender.


Uma cópia do filme foi levada para Londres e em uma sessão especial com Robert Plant e Jimmy Page foi cedido os direitos de algumas músicas para o longa. Dificilmente Led Zeppelin cede assim tão facilmente seus trabalhos, mas não foi novidade, já que temos também a grata surpresa em Fast Times at Ridgemont High, onde Kashmir nos é apresentada no filme. O diretor tinha planos para Stairway to Heaven, que seria inserida em uma cena específica, mas infelizmente não foi permitido. Mas temos a grata surpresa em um extra numa das edições em DVD, em que somos induzidos a ouví-la enquando visualizamos a cena.

O longa foi indicado ao Oscar de 2001 nas categorias Melhor Atriz Coadjuvante (Frances McDormand e Kate Hudson), Melhor Edição e levou pra casa o prêmio de Melhor Roteiro Original. No Globo de Ouro venceu nas categorias Melhor filme – Comédia ou Musical e Melhor atriz coadjutante (Kate Hudson). Frances Mc Dormand foi indicada para Melhor atriz coadjuvante e Crowe para Melhor Roteiro original. No Bafta (Reino Unido) foi indicado para Melhor atriz (Kate Hudson), Melhor filme, Melhor atriz Coadjuvante (Frances McDormand) e venceu para Melhor Roteiro Original e Melhor Som.

Quase Famosos é obrigatório para os fãs de bandas setentistas, pois reune muita nostalgia de uma época que não voltará! Se Lester Bangs fosse vivo realmente diria: “Cerca de 99% do que se diz ser rock, hoje em dia, prefiro o silêncio”. Naquela época não, mas sim hoje em dia. Concordo!

Título original: Almost Famous

Direção: Cameron Crowe

Roteiro: Cameron Crowe

Lançamento: 2001

Gênero: Comédia dramática

Elenco: Patrick Fugit, Billy Crudup, Kate Hudson, Frances McDormand, Jason Lee, Zooey Deschaneel, Noah Taylor, Michael Angarano

Trailer:

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