Crítica: Os Últimos Cavaleiros (2015, de Kazuaki Kiriya)


Muitas vezes as distribuidoras tentam vender determinadas produções como algo que elas não são, os recursos utilizados geralmente são os títulos, que principalmente no Brasil são os mais genéricos e chamativos possíveis e as capas, que curiosamente quando mais bem feitas e elaboradas mais ruim são os filmes, levando constantemente os mais ingênuos ao erro. Entretanto, isso não é regra, só comecei explicando isso porque eu acredito que todos já tenham passado por esse tipo de situação e isso meio que acontece com este filme pois, quem acaba se interessando por ele acha que irá assistir um filme de ação medieval com várias lutas envolvendo espadas, cavalos e etc., conforme a própria capa acima tenta passar porém, o filme não é exatamente assim.


Na trama, um grupo de guerreiros perde seu lorde após ele ser assassinado por um imperador tirânico. Juntos, os soldados partem em uma jornada por vingança.

O filme foi lançado Abril nos cinemas americanos e teve seu lançamento no Brasil restrito a home video, sendo distribuído pela Universal. Conforme disse acima este filme não é exatamente uma ação, ele possui algumas cenas mais movimentadas mas, não são o foco e nem o propósito do longa, seu objetivo principal é o desenvolvimento dos personagens e seus dramas, além de outras questões como a honra, o dever, a lealdade e a vingança e é por isso que algumas pessoas ao terminarem de assistir acharam a produção decepcionante.

A produção é dividida em dois momentos, o primeiro é focado na relação dos personagens de Morgan Freeman (Lucy) e Clive Owen (Rei Arthur), que apesar de clichê é bem desenvolvido. Esta primeira parte é finalizado com a morte do lorde ‘Bartok’ (Freeman) e com a expulsão do seus súditos pelo ministro ‘Gezza Mott’ interpretado por Aksel Hennie (Hércules) das suas terras. A partir daí começa a segunda parte do filme, que mostra a decadência de um respeitável líder para um bêbado sem coração e a construção de um plano de vingança.

A trama apesar de ser clichê e em alguns pontos previsível, ela consegue acertar mais do que errar. Como pontos positivos, destaco as atuações que estão bem acima da média, principalmente as cenas envolvendo Clive Owen, que consegue passar todo o sofrimento e ressentimento do seu personagem por não ter conseguido salvar seu lorde, outro que atua bem é Aksel Hennie, que consegue interpretar um vilão cruel e sem escrúpulos de forma convincente. As ambientações estão bem feitas, conseguindo retratar de forma satisfatória o período medieval. Outro acerto é a fotografia, que está bem caprichada, a coloração ou melhor a falta dela, deixa o filme com um tom mais obscuro e dramático. Por fim temos toda a sequência final, que é parte mais empolgante da produção, recheado de ação e reviravoltas, que para mim foram bem interessantes e creio que vá pegar muita gente de surpresa.

Como pontos negativos destaco o fato de o roteiro não ter dado mais espaço aos personagens secundários, com por exemplo a esposa de ‘Rainden’, interpretado pela ótima Ayelet Zurer (Demolidor), que é desperdiçada com uma personagem sem carisma e sem relevância para a trama. A cena final deixa um gancho para uma possível continuação, que se acontecer será bem vinda, pelo menos por mim.

Enfim, Os Últimos Cavaleiros, não tem uma trama inovadora ou excelentes cenas de lutas mas, é um filme bem feito que acaba ficando acima da média, ele consegue prender a atenção dos expectadores, com algumas cenas de ação, com boas atuações e com uma história agradável. Possui um elenco conhecido e competente e bons efeitos especiais. Só é importante ressaltar que a carga dramática do filme é bem maior e mas importante do que a ação em si.

Título Original: Last Knights

Direção: Kazuaki Kiriya

Elenco: Clive Owen, Morgan Freeman, Aksel Hennie, Cliff Curtis, Ayelet Zurer, Shohreh Aghdashloo, Noah Silver.

Trailer:


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