Crítica: Força Para Viver (2014, de William H. Macy)


Sabe aqueles filmes que você assiste sem esperar nada e acaba sendo surpreendido positivamente? Pois é justamente o que aconteceu comigo em relação a este filme.


Na história, Sam um ex-executivo de publicidade, tem a vida dilacerada pela morte súbita de seu filho. Agora, ele vive em um veleiro ancorado e passa os dias afogando sua dor no álcool. Quando Sam descobre uma caixa cheia de fitas e letras de músicas do filho, o talento musical do próprio filho é uma revelação para ele, que sempre foi um pai ausente. Sam apresenta as canções em um bar local. Quentin, um jovem músico na plateia é cativado pelas músicas, a dupla improvável forma uma banda de rock que se torna surpreendentemente popular e revitaliza a vida de ambos.


Força Para Viver, é um drama musical, dirigido pelo ator e agora diretor William H. Macy (Shameless e Jurassic Park 3), que também dirigiu outro filme direto para TV nos anos oitenta Lip Service. O filme foi lançado nos Estados Unidos em 2014 e apenas esse ano chegou no Brasil direto em home vídeo, sendo distribuído pela Europa Filmes. O filme recebeu mais dois nomes em territória nacional Sonhos à Deriva e Sem Rumo mas acabou sendo lançado oficialmente como Força Para ViverO longa passou por diversos festivais, inclusive no ‘Sundance’ no qual, chamou a atenção e recebeu diversas críticas positivas. A história, é sobre música, superação, aceitação e amizade, que são retratados de forma tão sensível que é impossível não se emocionar.
As atuações estão simplesmente impecáveis, o destaque fica para Billy Crudup (Watchmen – O Filme) que consegue passar toda a angústia de um pai que perdeu o filho, é excepcional sua transição de um homem bem sucedido para outro que não possui mais nenhuma perspectiva na vida e que recorre ao álcool para esquecer dos problemas. Outro que se destaca é Anton Yelchi (dos remake Star Trek e A Hora do Espanto), que consegue ser o personagem mais carismático do longa, só acho que o passado dele deveria ter sido mais explorado pois, fiquei curioso para saber o que levou ele a ser como é.

Outro ponto positivo é a trilha sonora, que está divina, todas, eu disse todas as músicas estão perfeitas e o que ajuda elas serem ainda melhores são as interpretações dos atores que as tornam mais emocionantes e marcantes. É muito interessante a forma que a música é colocada no filme pois, ela serve como um meio para o personagem de ‘Crudup’ conhecer o próprio filho, assim como serve para o personagem de ‘Yelchi’ como um meio de escapar e esquecer dos seus problemas e do seus medos. A relação entre os personagens ‘Sam’ e ‘Quentin’ é outro ponto que merece destaque, a química entre os atores é muito boa, um vê no outro a oportunidade de mudar, concertar os erros e seguir em frente.

O restante do elenco é composto por Laurence Fishbourne (da série Hannibal), Felicity Huffman (da série Desperate Housewives) que também se destaca por apresentar uma mãe que está tentando se conformar com a perda do filho, destaque para cena em que ela e o ex-marido estão no túmulo do filho, é muito triste e emocionante, William H. Macy, que também faz uma participação e por fim temos a presença de Selena Gomez, que interpreta a ex-namorada do garoto morto.

Existe uma certa reviravolta que simplesmente vão deixar todos de boca aberta, durante  todo o filme nunca imaginei que aquilo tivesse acontecido. Mas, se você for parar para pensar, desde o início do longa são deixadas pistas que indicam que alguma coisa não está certa. Muitos poderão achar ruim, o fato de não haver explicações plausíveis para a revelação em si mas, é importante entender que o filme é sobre a perda de um filho e a forma com que os pais e os demais ligados a ele têm a vida destruída, sendo difícil a aceitação e a superação. No final, o filme nos passa o ensinamento de que não conhecemos as pessoas totalmente, nem mesmo aqueles mais próximas a nós.

Enfim, para quem gosta de filmes de dramas, principalmente aqueles que envolvem músicas, esse filme é perfeito pois, tem personagens bem desenvolvidos e carismáticos, boas atuações, uma reviravolta surpreendente, além de nos brindar com uma excelente trilha sonora.


OBS: Outro filme de drama musical que gostei e que recomendo é o Mesmo se Nada Der Certo, que foi lançado em 2013 e conta com Mark Ruffalo e Keira Knightley no elenco.

Título Original: Rurdderless

Direção: William H. Macy

Elenco: Billy Crudup, Anton Yelchi, Felicity Huffman, Laurence Fishbourne, William H. Macy, Selena Gomez, Jamie Chung.

TRAILER:

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