Crítica: O Sétimo Filho (2015, de Sergey Bodrov)


Finalmente estreou o atrasado e “azarado” O Sétimo Filho, filme que inicialmente iria estrear em 2013, depois em 2014 e apenas agora chegou. O longa também trocou de estúdio, da Warner para a Universal. Com regravações complicadas e outros transtornos, já era de se esperar que este filme de início de ano não fosse lá essas coisas (algo similar como o recente O Destino de Júpiter). Com um grande orçamento, o filme já é um dos maiores fracassos do ano, com aprovação de apenas 10% dos críticos e bilheterias fracas. Qual o problema desta produção afinal? Simples, parece que realmente o pessoal não gostou do amontoado de clichês.

Se o atual Cinderela acerta em possuir uma trama clichê, mas simples e cuidadosa, aqui em O Sétimo Filho são dezenas de clichês mal cuidados lançados a cada minuto em cena. Não que o filme será o pior que você verá este ano. Mas fica muito aquém do que realmente poderia ser. Embora eu desconheça os livros, sei que se trata de uma bem conceituada saga literária. A partir disto, diz-se que esta é uma das piores adaptações literárias já feita. Não sei se é para tanto, mas como cinema realmente sinto que faltou algo. E este algo chama-se originalidade.

O filme até tem um potencial para ao menos divertir, com cenas de ação e efeitos especiais realmente grandiosos (justificando o altíssimo orçamento). Porém o filme não vai além disso. O veterano Jeff Bridges até tenta, sendo o único ator do filme que passa algum peso. Ben Barnes (ele mesmo, o Príncipe Caspian de As Crônicas de Nárnia) não empolga muito como o herói, embora o moço não seja tão ruim assim. A recentemente oscarizada Julianne Moore parece não estar bem no papel de bruxa cruel. A mocinha Alicia Vikander é bastante “sem sal”, por assim dizer. E até Kit Harington (de Pompeia e o seriado Game of Thrones) dá as caras numa participação muito rápida. Todo elenco prejudicado por papéis rasos e roteiro furado.

O grande erro do longa é mesmo o roteiro, que parece ter copiado ideias de diversos outros filmes e sagas, como: O Senhor dos Anéis, As Crônicas de Nárnia, Harry Potter, João e Maria – Caçadores de Bruxas e até o também fracassado Eragon (outra obra literária que não vingou nos cinemas, mas este é bem mais divertido). No final, fica a sensação de que poderia ser bem mais. Nem mesmo as cenas de ação ou aquelas mais obscuras e que tentam ser assustadoras no início do filme salvam do fato de que você já viu aquilo antes – e viu melhor. Um ou outro momento irá agradar, como uma cena bem dirigida onde uma carroça é arremessada longe e a câmera acompanha tudo rolando barranca abaixo. Ou o estranho ser coadjuvante que ajuda os heróis, gerando algumas cenas de humor negro (afinal fazem piada com o fato dos vilões não conseguirem matar o coitado.

O Sétimo Filho é destes filmes muito genéricos, que vale a sessão numa tarde chuvosa em casa e com guloseimas. Mas não vale o caro ingresso do cinema. Como eu já falei antes, não é o pior filme do ano e pode ser visto uma vez. Gosto de ser justo. Mas com direção, roteiro e atuações preguiçosas, é um filme que passa rápido e não marca. Esperemos então por melhores superproduções daqui para frente. Até seus lançamentos teremos este filme aqui, que tinha potencial, mas é bem mediano. Bem mediano …

Direção: Sergey Bodrov

Elenco: Julianne Moore, Olivia Williams, Jeff Bridges, Kit Harington, Ben Barnes, Antje Traue, Alicia Vikander, Lilah Fitzgerald.

Sinopse: em um tempo de encantamento em que lendas e magias se colidem, o único guerreiro remanescente de uma ordem mística (Jeff Bridges) viaja para encontrar um herói profetizado que nascera com poderes incríveis, o Sétimo Filho (Ben Barnes). Arrancado de sua vida tranquila de colono, o improvável jovem herói embarca em uma aventura ousada com o seu mentor para combater a rainha da escuridão (Julianne Moore) e o exército de assassinos sobrenaturais que assombram o reino.

Trailer:


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