Oscar 2015: Sniper Americano (2014, de Clint Eastwood, indicado a 6 Oscar, incluindo Melhor Filme)

Sniper Americano vem como um polêmico filme do Oscar. Dirigido pelo competente ator e cineasta Clint Eastwood (veterano dos tempos de faroeste), que já nos entregou os ótimos Menina de Ouro e A Troca, este novo filme chega como um sucesso inesperado de bilheteria. Lá nos Estados Unidos o filme liderou bilheteria por três semanas! Mas vem causando falatório pelo patriotismo impregnado, por uma cena onde vemos um boneco no lugar de um bebê e por estas razões as injustas indicações ao Oscar. O filme concorre em 6 categorias, que incluem Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator para Bradley Cooper, Melhor Montagem, Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som. Destas, as três últimas até que são merecidas sim. O filme não é tão ruim quanto dizem, apenas é mais um filme sobre a guerra ao terror.

Em 2010 justamente um filme com este nome foi o grande campeão do Oscar. Então pode-se dizer que a temática está batida. Mesmo assim o filme continua sendo atual, uma ideia bem executada. A história real de Chris Kyle é como a de outros “heróis” americanos, que vieram da guerra sem rumo, traumatizados e mudados para sempre. Por se tratar desta temática, o filme acaba sim sendo um tanto patriota, mas nada além do normal e aceitável para o gênero. Guerra ao Terror também foi, e muito! A jornada de Kyle é interessante e merecia ser contada. O cineasta Clint Eastwood consegue fazer isso muito bem, o diretor tem uma mão muito certeira, muito séria e sóbria para contar histórias frias e firmes. Bradley Cooper tem uma das melhores atuações de sua carreira, mas fica a dúvida se é tão boa a ponto de estar sendo indicado ao Oscar. Parece que teve papéis mais fortes em 2014 e que ficaram de fora. A grande surpresa é a bela Sienna Miller, que nunca agradou os críticos, mas que aqui se sai bem. Quanto ao roteiro, os melhores momentos são as lembranças da infância de Kyle, a pressão de seu pai e o porquê dele ser como é.

Apesar de longo e com momentos tipicamente clichês, o filme é bem montado e editado, não deixando-nos cair no sono. Há uma cena em que no dia da gravação os bebês não puderam estar presentes. Usaram então um boneco bebê, que ficou bem falso e salta aos olhos este erro técnico. Um descuido da produção que já virou piada e viral na internet. Sniper Americano é um filme mediano com bons momentos e alguns erros, que merece ser visto pelo menos uma vez, mas que não devia ser tão importante assim no Oscar. Acredito que dificilmente ele saia vitorioso em alguma categoria. Agora fica a pergunta: está a academia do Oscar se vendendo à temas políticos e que exaltam a nação americana? Em tempos conturbados e em que qualquer nação tem seus pontos fracos e momentos hostis, ter esta atitude não é muito ética. A guerra destrói pessoas, o próprio filme mostra isso. O excesso de patriotismo também.


Direção: Clint Eastwood

Elenco: Bradley Cooper, Sienna Miller, Jake McDorman, Brian Hallisay, Kyle Gallner, Luke Grimes,Brando Eaton, Sam Jaeger, Eric Close.

Sinopse: membro das Forças de Operações Especiais da Marinha dos Estados Unidos, Chris Kyle é enviado para o Iraque com uma única missão: proteger seus irmãos de armas. Sua precisão salva inúmeras vidas no campo de batalha e as histórias de suas corajosas façanhas se espalham até que ele receba o apelido de “Lenda”. No entanto, sua reputação também está crescendo por trás das linhas inimigas, colocando sua cabeça a prêmio e tornando-o alvo principal de insurgentes. Ele também está enfrentando um tipo de batalha diferente à frente de seu lar: se esforçando para ser um bom marido e bom pai mesmo estando do outro lado do mundo. Apesar do perigo e do preço pago pela sua família deixada em casa, Chris serve por quatro angustiantes vezes no Iraque, personificando-se no lema “não deixar ninguém para trás” nas Forças Especiais da Marinha. Mas ao retornar para sua esposa, Taya Renae Kyle (Sienna Miller), e para as crianças, Chris descobre que é a guerra que ele não pode deixar para trás.


Trailer:


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