Crítica: O Hobbit – A Desolação de Smaug (2013, de Peter Jackson)





Já não deve ser novidade para ninguém que a franquia O Hobbit é a pré-sequência, ou seja, se passa 60 anos antes da trilogia O Senhor dos Anéis. O Hobbit pode não ter a inovação que a trilogia anterior teve, mas a saga apresenta um ótimo potencial, isso possivelmente se deve à Peter Jackson. O cara que também dirigiu a trilogia anterior, preparou com a trilogia O Hobbit uma aventura grandiosa pela Terra Média. Não vou fazer muitas comparações com a O Hobbit – Parte 1 ou O Senhor dos Anéis. Para isso leia a crítica de O Hobbit – Uma Jornada Inesperada (crítica aqui). O que posso falar é que O Hobbit – A Desolação de Smaug consegue ser melhor que o anterior e nos prepara para o final épico, que está vindo aí em Dezembro de 2014.

Na trama, o grupo de anões segue viajem para recuperar sua terra. Com o conhecido Gandalf (Ian McKellen) e o pequeno hobbit Bilbo Bolseiro (Martin Freeman); eles precisarão esquecer suas diferenças com os elfos e unir forças, para assim derrotar o temido dragão Smaug. Se aqui a história já parece batida, há elementos que ganham muitos pontos. A cada nova cena de aventura ou descoberta, laços de confiança, honra e amizade são postos à prova. Aliás eu diria que toda a base sólida dos livros de J.R.R. Tolkien é a amizade. Diferentes personagens de diferentes grupos mágicos e com diferentes tamanhos precisam aprender a confiar um no outro e se defenderem mutuamente. Se no filme anterior as personagens se apresentam e iniciam suas aventuras, aqui eles são divididos e a força de alguns é posta em cheque. Como improvável personagem central e grande herói da trama, Bilbo é pequeno em tamanho. Não há ser menor e mais insignificante do que um hobbit. E é nessa suposta insignificância que Bilbo se revela um grande herói de grande coração.



O roteiro e a direção trabalham juntos para que cada cena seja marcante. Alguns rostos conhecidos voltam, como o elfo arqueiro Legolas (Orlando Bloom). É uma aparição que apenas a quem viu O Senhor dos Anéis reconhecerão. Entre as novidades está a atriz Evangeline Lilly (amada pela série Lost) que aqui é a elfa Tauriel (personagem que não consta nos livros). Ela protagoniza um inesperado romance com um dos anões. Mesmo que isso não ocorra na obra literária e não seja muito aprofundado no filme, é bacana ver personagens de diferentes “espécies” ter tal ligação em tela. Outro importante novo personagem é o humano e arqueiro Bard (Luke Evans). O ator que é um dos em ascensão no momento manda bem e seu núcleo que inclui uma humilde cidade e sua família dão características mais humanas à obra. Mas não há nada melhor neste filme do que a personagem do título. O dragão Smaug é arrebatador. O CGI usado no dragão é espetacular. Em anos não se via um animal em computação com tantas excelentes feições faciais. Sua poderosa voz é dublada por Benedict Cumberbatch. O ator, que teve sua estreia como o vilão de Além da Escuridão – Star Trek e participou do ganhador do Oscar 12 Anos de Escravidão é um dos novos queridinhos de Hollywood. Aqui ele transmite toda sua imponência através da voz. O dragão, além de grandioso e cercado de riqueza, é extremamente inteligente. 





Como já mencionado, O Hobbit pode não ter o frescor e o ar de originalidade de O Senhor dos Anéis. Mas fica nítido que as mesmas características estão ali. Mesmo que focado na recuperação da terra dos anões, o filme mostra que o anel está lá, seduzindo e induzindo a sede de poder de todos. O senso de dever e honra das personagens continua brilhando. O senso de aventura do diretor Peter Jackson continua gritando. O diretor não nos poupa de cenas majestosas e efeitos especiais chocantes. Visualmente falando, o filme é perfeito. Grande reinos, castelos, planícies, montanhas e cenários são-nos apresentados. Destaque para a terra élfica, a cidade pesqueira e o castelo de Smaug na terra de Erebor. Basicamente são estes três cenários onde a ação ocorre. A fotografia é surreal, a trilha sonora empolga e os efeitos especiais são chamativos. Tudo é muito grandioso, contrastando o tempo todo com o nosso pequeno herói. A maquiagem e o figurino também são ótimos, contribuindo para o público entrar na trama e aceitar que tudo aquilo existe.

As cenas de ação são incríveis e megalomaníacas. Destaque para a fuga dos anões nas terras élficas. Eles entram em barris, rio abaixo. Nesse instante os Orcs chegam atacando. E os elfos chegam defendendo. Uma das cenas mais loucas de 2013, há machadada, flechada e barril voando por cerca de 15 minutos! E tirando esta cena fantástica, há o impactante final. Se trata da luta do hobbit e dos anões contra o gigante dragão. Parece totalmente injusto, não é? Mas a condução do confronto é feito de maneira perita, com inteligência e honrando a bravura dos pequenos protagonistas. Momentos antes desta batalha, vemos um interessante e longo diálogo entre Bilbo e Smaug. O pequeno hobbit apresenta medo e humanidade, mas um pouco de inteligência e garra. O poderoso dragão também é inteligente, mas peca por ter um orgulhoso ego. E após uma overdose de emoção e efeitos especiais, ganhamos um final totalmente anticlímax, aberto e intrigante; deixando uma imensa vontade de ver o final desta história. E este épico final chega aos cinemas no fim do ano. Não iremos querer perder esta batalha final contra Smaug. E muito além disso, não iremos deixar de ver que a aparente insignificância não importa quando se tem amizade, honra e coragem.







    Bônus: a equipe nas filmagens da cena dos barris.


Direção: Peter Jackson

Elenco: Martin Freeman, Ian McKellen, Bill Nighy, James Nesbitt, Adam Brown, Richard Armitage, Aidan Turner, Rob Kazinsky, Graham McTavish, Elijah Wood, Andy Serkis , Christopher Lee, Ian Holm, Orlando Bloom, John Callen, Stephen Hunter, Peter Hambleton, Cate Blanchett, Hugo Weaving, Doug Jones, Saoirse Ronan, Billy Connolly.

Sinopse: este é o segundo filme da trilogia de adaptação da obra-prima The Hobbit, de J.R.R. Tolkien, e dá continuidade à aventura de Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) em sua épica jornada com o Mago Gandalf (Ian McKellen) e treze Anões, liderados por Thorin Escudo de Carvalho (Richard Armitage), para o Reino dos Anões de Erebor. Bilbo, os anões e Gandalf continuam sua jornada depois de serem salvos pelas águias nas Montanhas Sombrias e se encontram com Beorn, um troca-pele, que pode se transformar em um urso enorme. Depois disto eles continuam até a Floresta das Trevas, onde Gandalf os abandona para tratar de “assuntos pessoais” (na verdade ele e Radagast vão atrás da resposta sobre o Necromante, e acabam achando mais do que esperado). Os anões e o hobbit seguem sozinhos por dentro da floresta escura e assustadora até que são surpreendidos pelas Aranhas Gigantes, mas Bilbo com a ajuda de seu anel os salva, mas acabam sendo capturados pelos elfos da floresta. Eles precisam roubar Smaug, um dragão que há muito tempo saqueou o reino dos anões do avô de Thorin e que desde então dorme sobre o vasto tesouro.





                                 Trailer:
























































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