Suspense e Terror: Big Bad Wolves (2013, de Aharon Keshales e Navot Papushado)



Eis o melhor filme de 2013! Pelo menos esta é a opinião de Quentin Tarantino. O infame diretor, que também é um grande crítico e entendedor do assunto, todo ano lança seu TOP 10. Fui então conferir a obra israelense, sob direção da dupla Aharon Keshales e Navot Papushado. Exageros à parte – afinal excelentes obras saíram neste final de 2013 – ‘Big Bad Wolves’ é um dos melhores suspenses de humor negro lançado nos últimos anos. Vencedor de diversos prêmios do cinema israelense, o filme traz a história de três homens, todos interligados ao assassinato de uma menininha. O suspeito, o policial e o pai da garotinha se cruzam numa jornada de vingança, segredos e muitos diálogos estranhos – no melhor estilo “tarantinesco”, como em À Prova de Morte e Bastardos Inglórios.

O roteiro é bem original e o texto é conduzido de uma maneira na qual você não imagina. Quando se tenta adivinhar o próximo acontecimento, algo muda e impede de que você adivinhe o filme. A trama te mantém interessado até seus intensos minutos finais, onde possivelmente você terá um choque. Apesar de forte – afinal é um filme sobre assassinatos de crianças – o longa aposta no implícito. Todo horror está lá presente, mas tudo fica subentendido e camuflado. Algumas loucas cenas, como as de tortura, não são marcadas pela violência em si, mas o sufoco vem da construção de toda uma preparação envolvendo tal cena. Assim o espectador vai ficando apreensivo com o desenrolar dos fatos devido à ótima construção da atmosfera e do que pode acontecer. 

Com uma boa fotografia, boa edição e atuações muito competentes dos protagonistas, o filme ainda conta com um outro personagem que rende boas surpresas ao filme: o avô da menina assassinada. Este time de atores israelenses dão um show de cinismo e de humor disfarçado, elevando ainda mais o nível do filme. Se você já conhece o estilo de Tarantino, poderá não ver nada de novo. Mas certamente verá um thriller muito bem desenvolvido e com um ótimo final. Vale muito a sessão. Pena que uma produção deste nível não chegue aos cinemas, enquanto que a telona é lotada de produções costumeiras e repetitivas. Ainda bem que o respeitável mestre Tarantino apresentou esta humilde e eficaz obra ao mundo. Recomendadíssimo!



Direção: Aharon Keshales e Navot Papushado

Elenco: Dvir Benedek, Guy Adler, Lior Ashkenazi.

Sinopse: uma série de assassinatos brutais colocam as vidas de três homens em uma rota de colisão. O pai da última vítima, decidido a se vingar, e um detetive justiceiro que opera fora dos limites da lei capturam e interrogam o principal suspeito pelos crimes, um professor de estudos religiosos.

                                                                         




                                    Trailer:















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