Crítica: A Marca da Pantera (1982, de Paul Schrader)



Neste período de filmes de terror que a equipe do blog ‘Minha Visão do Cinema’ estendeu até dia 01 de Dezembro, trazemos este clássico de 1982. ‘A Marca da Pantera’ é um remake do clássico ‘Sangue de Pantera’, de 1942; embora que este seja bem diferente do original. O diretor Paul Schrader  imprime na obra suspense psicológico, boas doses de terror e erotismo, características nas quais sempre gostou de trabalhar em seus filmes, como o bom ‘Marcas da Violência’ e ‘Gigolô Americano’. O filme parece não ter sido tão bem aceito na época, mas com o passar do tempo vem se tornando cult e sendo bem lembrado. Na trama temos a reaproximação de dois irmãos, vividos pelo ótimo Malcolm McDowell (do excelente ‘Laranja Mecânica’) e a sexy Nastassja Kinski. A bela Irena (Nastassja Kinski) começa a descobrir suas origens, e assim como seu irmão, tem um instinto sexual selvagem, onde na verdade são descendentes de um tribo de pessoas que viram panteras. É aí que começa uma trama carregada de sedução e morte.


Embora
o roteiro falhe algumas vezes e a edição não seja das melhores, o filme é um
entretenimento e tanto, com um resultado bem satisfatório. Primeiramente por
ser um ótimo filme saído dos lendários anos 80. Ah, que década incrível para o
cinema! As características oitentistas estão ali, presentes sempre. Os efeitos
especiais parecem bastante atrasados hoje em dia, mas para a época estavam
bons. A maquiagem usada em algumas poucas cenas de transformação é boa e dá um
ar horripilante à obra. Destaco ainda algumas ótimas cenas e ângulos de câmera,
que privilegiam os belos cenários e interiores das casas e da bela mansão dos
irmãos. O diretor filmou muito bem algumas cenas, como algumas tomadas
envolvendo escadarias, piscinas, etc; além de um ótimo aproveitamento de jogo
de luzes e sombras. E como não falar da trilha sonora de 
Giorgio Moroder,
que é incrível e dá um clima tenso ao filme. E ainda temos a presença da
ótima canção ‘
Putting Out The Fire’, de David Bowie. Nostalgia pura!


A atuação de Malcolm McDowell está ótima como sempre, fazendo mais uma vez um papel desequilibrado, perigoso e com cara de louco. Palmas ao cara. E não tem como não falar da estrela e musa do filme: Nastassja Kinski. Absurdamente linda e sensual, ela segura as pontas e surpreende numa performance esforçada. Muito se exige dela no sentido de expor sua beleza e corpo. E por mais erótico que o filme se apresente, inclusive com incesto sutilmente mencionado, em momento algum o filme é vulgar ou explícito. Há sim muita sensualidade, implícita e de ótimo gosto, tornando o filme muito assistível e envolvente. A trama quente, embalada com uma bela trilha sonora e uma bela fotografia são na verdade um tempero à mais neste bom exemplar de suspense e terror.

Há algumas cenas de mortes bem violentas e com desmembramentos, onde as panteras fazem inúmeras vítimas de forma cruel. Mas o mais interessante é o teor psicodélico que o filme tem, com vários sonhos, alucinações, lembranças da tribo e imagens estranhamente coloridas. Tudo isso que eu citei nos parágrafos acima tornam o filme intenso e sinistro do começo ao fim. Pode não ser o melhor exemplar oitentista, mas tem inúmeras cenas e características interessantes. Um filme cheio de charme e sensualidade, com um suspense gritante e ótimas cenas de horror. Nastassja Kinski é uma beldade e esbanja o lindo corpo o filme todo. Mas nunca torna-se explorativo ou sem propósito. Um filme com início, meio e um final em aberto, com algumas questões deixadas para se refletir. ‘A Marca da Pantera’ merece ser visto e revisto por apresentar qualidades inexistentes nos filmes de terror de hoje em dia. Aí está uma ótima dica, uma boa obra de fantasia perdida no tempo, mas reverenciada por quem se aventurar a assistir.

NOTA: 8


Direção: Paul Schrader

Elenco: Nastassja Kinski, Malcolm McDowell, John Heard, Annette O’Toole, Ruby Dee, Ed Begley Jr., Scott Paulin, Frankie Faison, Ron Diamond, Lynn Lowry, John Larroquette, Tessa Richarde, Patricia Perkins, Berry Berenson.

Sinopse: após vários anos Irena Gallier (Nastassja Kinski), uma sensual e jovem mulher, encontra Paul (Malcolm McDowell), seu irmão, e descobre horrorizada que pertencem a uma tribo que, na hora do sexo, se transforma em panteras assassinas. Como está apaixonada, mas ainda é virgem, teme em se transformar quando estiver ao lado do diretor do zoológico Oliver Yates (John Heard), o homem que ama. Paralelamente é assediada pelo irmão, que diz que a única relação sexual possível que diz que ela pode ter um relacionamento incestuoso com ele, assim como aconteceu os pais deles, que também eram irmãos e carregavam a mesma maldição.

Trailer:



Canção Putting Out The Fire, de David Bowie:




A bela Nastassja Kinski:


  

Hoje em dia, Nastassja Kinski continua bela.
Mais fotos e cartazes:

  

  

    

   


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