CRÍTICA: GRAVIDADE (Gravity – 2013)

Antes de mais nada eu digo: Vá assistir Gravidade no cinema! Em cada um dos seus momentos, sem exceção, o filme é bom, mesmo nunca sendo ótimo.
Os – poucos – críticos que não subiram nas partes mais altas de telhados de vilas para aplaudir o filme com todo seu vigor, culparam a “alta expectativa”, dizendo que isso prejudica o filme e… Certo. Até que eu posso ir nesse barco. De repente explodiu esse hype muito grande sobre ele (mesmo incorreto, ao menos temos que dar o merecido crédito ao marketing pra lá de eficiente da produção). Comparar ao clássico eterno “2001 – Uma Odisseia No Espaço”? Espera lá, né? Críticos disseram “Ainda não me recuperei totalmente”. Não se recuperou de quê?! “Tão intenso, que alguns passarão mal”. Passaram mal por conta de quê?! Devido ao tal do exagerado hype eu esperava que ele beirasse o perfeito, mas ao mesmo tempo que saí do cinema com uma mochila cheia de elogios, também tinha uns descontentamentos pelo meio, então… Nada de chegar perto de ser perfeito.
Falo do Oscar porque é a forma perfeita de citar os pontos positivos. Efeitos Especiais, Mixagem de Som e Edição de Som são categorias em que será indicado, com a vitória em Efeitos já garantida! Hum… Edição, talvez. Seria justo. Talvez até mesmo Fotografia. Então chegamos as categorias importantes, que ao mesmo tempo são os elementos chaves que sustentam um filme. Sua atriz principal, Sandra Bullock, de fato tem a melhor atuação de sua carreira como foi dito e será indicada. Ganhar… Não. O diretor será indicado? O filme será indicado? Muito, muito provavelmente… Sim. O reconhecimento (só indicação. Vitória não) para o diretor Alfonso Cuarón seria perfeito. Eu tenho realmente apenas quatro momentos favoritos desse filme e dois são por conta de suas “escolhas de direção”. Primeiro quando ele faz a câmera entrar dentro do capacete da astronauta de forma genial e, segundo, quando ele opta por mostrar as expressões da atriz, em um momento importante, apenas pelo reflexo no vidro. Meus outros dois momentos favoritos vêm da atuação de Sandra. Quando a personagem fala pela primeira vez sobre a filha e lá para o fim com o monólogo “Eu sei que todos vão morrer. Mas eu vou morrer hoje…” 
Mas Cuarón também erra (ele perdeu meu interesse por alguns minutos ligeiros). Sandra erra (houve risos na sala porque ela ofegava tanto. Tá. Tá legal. Provavelmente é exatamente assim que seria na realidade, mas ainda assim… Enfadonho depois de um tempo observar). O roteiro erra.
O roteiro. O ponto que me traz de volta a questão “porque não ser indicado a melhor filme” para que eu encerre aqui. Um filme para vencer o Oscar precisa ser colossal, mesmo tendo uma embalagem pequena. A mensagem, o seu núcleo precisa ser colossal. Essa grandiosidade no “o que queremos transmitir”, o roteiro de Gravidade não entrega. Já foi dito que ele é uma grande alegoria/metáfora sobre a morte/vida. É tão discutível… Baseado em um punhado de diálogos que citam morte e vida, classificar que essa seja a ambição poética alcançada pelo filme é como pegar rabiscos e forçar alguma interpretação de que aquilo é arte suprema. 
O filme é visualmente empolgante e mesmo que com uma enxurrada de acontecimentos que em certo ponto passa a sentir forçada (tudo dá errado com nossa heroína, hein?), depois do decepcionante Círculo de Fogo e do não tão perfeito quanto o primeiro, Star Trek, Gravidade É a melhor ficção científica do ano. Com os melhores efeitos visuais do ano. É bom. Pode até ser memorável. Assista! Só não vá com muita sede a esse pote que indiscutivelmente tem suas rachaduras. 
NOTA 8 de 10
 

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