CRÍTICA: Uma Noite De Crime (THE PURGE) 2013

Eu assisti a esse esperado filme ontem à noite. Digo esperado não por ser alguma sequência ou um projeto que teve muita conversa sobre ele antecipadamente. Esperado porque ele estreou nos EUA há duas semanas e explodiu em um sucesso inesperado. Claro que o estúdio fez um ótimo trabalho de divulgação, mas certamente nem eles esperavam que esse pequeno terror/suspense que custou US$ 3 milhões tivesse bilheteria de US$ 53 milhões apenas 11 dias depois da sua estreia. Resultado? A sequência já foi oficializada. Para o bem ou para o mal.
E detalhando esse trabalho de divulgação… O que o estúdio fez foi exaltar essa premissa incrível de tão original que é a do filme: Uma noite por ano, 12 horas, quando todo e qualquer crime é legal e

todos os serviços de emergência estão indisponíveis. Em adição a isso, a trama do filme se completa com uma família, que é o que acompanhamos, na segurança de sua casa hiper protegida para tal noite/madrugada, até que o filho decide deixar um homem que pedia socorro lá fora entrar e daí, com esse homem sendo perseguido por um insano grupo que quer a todo custo invadir a casa para apanhá-lo, nada mais é seguro.

Como sempre a tradução do título original do filme para o português foi risível. Traduzindo THE PURGE corretamente teríamos algo como O Expurgo, A Purificação, A Remoção. E é um título que define perfeitamente a ideia do filme. Essa ideia de permitir que o povo tenha 12 horas anuais para se libertar de sua ira acumulada e acertar as contas com aquele inimigo mortal, por exemplo, e isso sem contar os furtos, roubos, estupros. Tudo sem punição durante as 12 horas. 
Quando eu vi o trailer pela primeira vez me interessei muito e fiquei honestamente incomodado. Uma explosão deliberada de violência desse tipo realmente é o tipo de coisa que me incomoda. Mas fiquei feliz com isso. Eu queria um filme que me incomodasse, que me afrontasse, que mexesse comigo. Então a questão é: o filme conseguiu fazer tudo isso comigo? Resposta: Não. O que é lamentável porque uma tardia conclusão minha acaba sendo de que o filme desperdiçou uma extraordinária premissa.
Eu não lembro recentemente de ter sentido reações tão irregulares enquanto assistindo a um filme. Durante os primeiros 20 minutos a base da trama foi se construindo sem NENHUM acontecimento impactante e eu dizia em pensamento “Chato…”. A partir dos 30 minutos é quando o filme realmente começa e teve uma cena que me deixou boquiaberto. Bem inesperado e daí eu fiquei esperançoso quanto ao que viria. Mas tudo foi se desenrolando até os últimos 10 minutos para a minha conclusão definitiva: o filme não consegue sair do mesmo! O mesmo eu digo “os padrões já batidos e pré estabelecidos do gênero”. Os personagens que geralmente não morreriam… Não morrem. A tal violência anunciada… Não é nada disso. Não tem um susto honesto e sabe qual é o grande problema mesmo? O roteiro ou mesmo o diretor não consegue fazer com que a gente se importe com aquelas pessoas, com a sua sobrevivência. Para se ter uma ideia, quando por fim UM personagem estilo “sou do bem, não vou morrer” toma uma facada na barriga de um dos insanos, teve aplauso do público. Isso mesmo! A plateia no cinema ovacionou o triunfo do “vilão” porque no fundo todos nós só estávamos desesperados por algum acontecimento que quebrasse a mesmice naquilo ali, algo que surpreendesse de fato. Fosse novo.
E falando desse mesmo público que assistia ao filme no cinema… Houve MUITAS risadas com a conclusão nos 10 minutos finais. Isso é o maior pesadelo para um filme de horror. É óbvio que não era a intenção de quem fez o filme ganhar risadas ali. Mas isso que dá querer trabalhar alguma “questão social” ao fim de um filme que passou os 75 minutos anteriores indignando de certa forma o seu espectador ao não mostrar nada novo. Não construir nenhuma atmosfera tão assustadora assim. 
Está longe de ser péssimo, mas é pra lá de questionável considerá-lo um produto bom.
Com um inexplicável descaso que as distribuidoras brasileiras estão tendo recentemente com os filmes de terror, ele ainda não tem data definida de estreia por aqui. E sabe que pensei algo interessante? Será que temem que o filme inflame ainda mais essa onda de protestos que se prolifera pelo país? A ideia de uma noite onde a violência corre solta. Só algo no qual fiquei pensando…
NOTA: 6,5 – critério de 0 a 10
TRAILER:


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