Está aí um filme que alguns poderão dizer que é ruim. Respeito as opiniões alheias quando bem baseadas, ok. Mas também me baseio para defender a minha. E a minha aqui é dizer que este é um slasher movie de respeito! Não é um clássico absoluto do terror, mas sem dúvida merece certa atenção. Ao contrário de 95% dos filmes de terror que não entregam metade do que poderiam, A Casa de Cera entrega quase tudo do que se pode esperar de um filme deste tipo. O diretor Jaume Collet-Serra (de Desconhecido e A Órfã) consegue um grande sucesso neste remake. Nunca vi o original, o remake de 1953 com o eterno Vincent Price e nem a pseudo-continuação italiana dos anos 90. Mas esta obra aqui consegue ser mais divertida do que aparentava.
O tempo de duração são de 2 horas, coisa rara em filme de terror. Há alguns interessantes diálogos, como o fato da piada mais inteligente ser lançada pela patricinha número 1 no mundo: Paris Hilton! Quem diria, não é? Em determinada cena a mocinha do filme diz que precisa entrar no meio da floresta para saber de onde vem aquele cheiro horrível, e Hilton indaga um ‘por que?’. Genial! Justamente a pessoa que poderia ter afundado o filme como muitos apostavam, fazer esta piada, que debocha dos clichês quando o assunto é a curiosidade (sempre em filmes de terror alguém vai investigar algo e se mete em fria). A estória é construída de maneira básica, mas crível. Com o passar do tempo as coisas esquentam a ponto de culminar de maneira eletrizante. Sim, o final é de uma correria e desespero incrível. Muita luta, chute, morte e coisas derretendo por todo lado, afinal tudo literalmente é de cera.
Nos papéis centrais temos a linda Elisha Cuthbert (a mesma de Show de Vizinha) e seu irmão badboy Chad Michael Murray (da série One Tree Hill). Diferente e bacana o fato dos heróis, assim como os vilões; serem irmãos. O filme acaba lidando com este lado família, seja para sobreviver ou matar e transformar corpos em obras de arte (de cera, claro). Além da polêmica e excêntrica Paris Hilton (esta seria a única vez que eu sentiria carisma por ela, pois afinal de certa modo metalinguístico ela interpreta ela mesma, até no quesito ‘filmes caseiros’), temos a participação do Jared Padalecki (queridinho do seriado Sobrenatural, ou Supernatural para os mais familiarizados). Os assassinos deste filme funcionam muito bem e conseguem até mesmo ser bem construídos. As doses de terror e tensão são generosas e há muito gore e mutilação.
Quando entra o terror entra também o ponto mais positivo do filme: sua parte técnica. As maquiagens e os efeitos de computação são ótimos, dignos de mestre do cinema de horror, fazendo valer assim os 40 milhões de dólares que o filme custou (valor alto para um terror). Há uma cena em que um pedaço do rosto de alguém é arrancado, aparecendo bem os nervos e a musculatura. Trabalho impecável! E a cena ainda passa angústia, pois o coitado está “encerado” e não pode fazer nada. Tudo criado pela equipe é incrível, cada detalhe, cada boneco, cada utensílio. Quando se é bem feito, por mais impossível que pareça; o filme consegue nos transportar para o local. E realmente aqui neste filme você embarca nesta misteriosa e ‘derretedora’ aventura. As cenas finais de tudo vindo à baixo são fantásticas e extremamente bem produzida.
A Casa de Cera é um daqueles filmes bobos, porém ótimo. Divertido, sádico e eletrizante. O cuidado com a parte visual foi fantástico, além de ter uma boa trilha sonora, como a louca canção Helena dos excêntricos e autênticos My Chemicam Romance. O filme traz duas horas de um bom entretenimento de terror moderno. Cumpre bem seu papel de divertir e tem um cuidado acima da média. Ao contrário de remakes que tendem a ser uma nova visão, uma nova roupagem, este aqui segue o caminho oposto: toma liberdade criativa, abusa de um fetichismo incrível e consegue homenagear alguns clássicos, como o do próprio Vincent Price. Realmente recomendado!
NOTA: 8
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| O elenco reunido: |
Direção: Jaume Collet-Serra
Elenco: Elisha Cuthbert, Chad Michael Murray, Paris Hilton, Jared Padalecki, Brian Van Holt, Jon Abrahams, Robert Ri’chard e Paul Richman.
Mais fotos e cartazes do filme:
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