O Maníaco (original de 1980) e O Maníaco (remake 2013) – Crítica Dupla





O Maníaco (original de 1980)

Direção: William Lustig
Elenco: Joe Spinell, Caroline Munro, Gail Lawrence, Kelly Piper, Rita Montone, Tom Savini, Hyla Marrow, James Brewster, Linda Lee Walter, Tracie Evans, Sharon Mitchell, Carol Henry, Nelia Bacmeister, Louis Jawitz, Denise Spagnuolo, Billy Spagnuolo, Frank Pesce, William Lustig.

Sinopse: Desequilibrado mental assassina inúmeras garotas e guarda seus escalpos para adornar os inúmeros manequins que lhe fazem compania, até o dia em que uma mulher tira uma fotografia sua no Central Park.


Trailer: 




O Maníaco é um dos filmes slasher mais interessantes saídos dos dourados anos 80. Algumas das regras deste tipo de filme é a nudez das mocinhas, um assassino amedrontador e boa quantidade de sangue. Mas este filme aqui acaba se tornando um dos melhores do gênero por alguns motivos peculiares. Ao contrário de Jason ou Michael Myers, que usam máscara e matam desgovernadamente, aqui o assassino é um cara comum, que somente mata após conhecer ou escolher pessoalmente suas vítimas. Suas perturbações o tornam mais imprevisível que qualquer outro. Após matar suas vítimas (sempre belas mulheres), ele escalpela elas (tira o couro cabeludo). Então ele usa os cabelos em sua coleção de manequins.



Sim, o assassino é mais comum e humano na presença física, porém é bem mais insano no seu método comportamental. O filme consegue ser mais violento e sangrento que os demais filmes da época. Mesmo que com certa precariedade, afinal estamos falando de 1980; o filme tem um gore bem pesado e realista. As cenas de carnificina são chocantes e “realistas” dentro do possível. O diretor William Lustig soube trabalhar com o potencial bizarro do protagonista, sem deixar de apresentar o seu lado vítima. Diretamente ligado com traumas de infância envolvendo sua mãe, o assassino Frank Zito (muito bem interpretado por Joe Spinell) surpreende na pele do vilão. Sua interpretação facial em algumas cenas dá medo.



Ainda no elenco temos a ilustre participação especial de Tom Savini, que se você não sabe, já foi o maior maquiador de filmes de terror. Machucados, monstros, zumbis, cenas nojentas e com gore; o cara já foi o mestre nisso. Como ator pode ser visto em vários filmes do estilo, como o ótimo Um Drink no Inferno. Como diretor, fez o bom remake de A Noite dos Mortos Vivos, em 1990 (remake do clássico de 1968). Há também neste filme a presença de uma das mais lindas mulheres na época: Caroline Munro. A bela ficou conhecida como bond girl em 007- O Espião Que Me Amava (tenho o DVD original, minha relíquia!). Ela também fez diversos filmes de terror e ficção científica, muitos da ótima produtora inglesa Hammer. Recentemente assisti o clássico Drácula em 1972 (também conhecido no Brasil como Drácula no Mundo da Mini-saia), onde ela está mais linda do que nunca. Pode-se dizer que é uma musa do cinema de fantasia e terror, nas décadas de 70 e 80. 


O Maníaco tem um desfecho anti-climático genial, cenas bem violentas para a época e um elenco competente. Mesmo que tenha ficado desconhecido devido à gigantescas sagas de Sexta-Feira 13 e Halloween, O Maníaco não fica devendo em nada, pelo contrário, pode ser até melhor. Nos transporta para dentro de uma mente perturbada e triste. Uma doentia satisfação em cuidar de suas manequins, substituindo um afeto que nunca recebeu. Um clássico bem difícil de achar, mas vale a pena ver este que é um dos mais interessantes slashers da clássica era de ouro do cinema de horror. A 33 anos atrás nascia O Maníaco, mas continua extremamente atual em nossos dias.



NOTA: 9


Bônus: O Maníaco (1980) completo legendado:







O Maníaco (remake 2013)





Direção: Franck Khalfoun



Elenco: Elijah Wood, America Olivo, Nora Arnezeder, Morgane Slemp, Liane Balaban, Sammi Rotibi, Sal Landi, Genevieve Alexandra, Akbar Kurtha, Megan Duffy.



Sinopse: trama de O Maníaco acompanha a vida de Frank Zito, um desequilibrado mental dono de uma loja de belos manequins femininos, um verdadeiro psicopata que ataca em uma pequena cidade norte-americana. O principal foco deste assassino frio são as garotas, as quais são encontradas pela internet e posteriormente brutalmente assassinadas. Após acabar com suas vítimas o seria killer ainda retira seus escalpos para que adornem os inúmeros manequins que fazem companhia ao psicopata solitário. Tudo parece muito bem na vida do Maníaco, principalmente porque ele consegue conduzir seus crimes sem que ninguém o descubra, mas as coisas se complicam depois que uma mulher tira uma fotografia sua no Central Park, o que ameaça seriamente seus planos e o coloca em risco. Para complicar ainda mais a situação Frank se apaixona por uma jovem ingênua, que acaba confundindo suas criações macabras com obras de arte e acredita que o homem na verdade é um artista.




Trailer:



Quando se fala em remake, muitos tem um frio na espinha. Ou o remake resgata um pouco da magia (caso do remake de Sexta-Feira 13) ou destrói a imagem da saga (caso de A Hora do Pesadelo). Para a suspresa de muitos, o remake é satisfatoriamente bom. O enredo dispensa comentários né? Então vamos para a parte  crítica. O roteiro segue e mesma linha do antigo. Mas aqui há um elemento que não deve passar despercebido: o jogo de câmera. Simplesmente o filme inteiro se passa nos olhos do assassino. Mergulhamos mais a fundo na mente doente de Frank Zito. É como se a câmera fosse os olhos do assassino, então o tempo todo vemos pela perspectiva dele. Em alguns momentos pode até parecer que estamos em primeira pessoa, ou seja; nós somos os assassinos. Quando o rosto dele aparece, é em algum momento em que está diante de um espelho, ou interagindo com uma pessoa ou uma de suas alucinações. Mas logo, principalmente nas cenas em que ele persegue suas vítimas, passamos a ter o olhar do assassino. Foi uma sábia e genial escolha de mostrar o ponto de vista dele.

Elijah Wood andava meio sumido, mas entrega um assassino de respeito. Sua atuação é muito boa e assim como no antigo, aqui também sentimos medo de suas caretas e feições desequilibradas. O trauma causado pela mãe é mostrado mais friamente. Sua mãe era realmente uma vagabunda, motivo de talvez ele fazer o que faz com as mulheres. Todas suas vítimas são belas, mas principalmente nos cabelos que ele se concentra. A mocinha aqui é a linda Nora Arnezeder, que entrega uma atuação boa. O fascínio que Frank cria por ela leva a um final inimaginável. O final aqui tem mais correria, mas poderá fazer alguns torcer o nariz. Eu gostei, mesmo sendo mais ágil, culmina como o filme original.

O diretor é Franck Khalfoun, que fez o básico mas bacana P2 – Sem Saída. Aqui ele mostra talento ao filmar mortes e cenas eletrizantes. O cara não nos poupa em mostrar couros cabeludos arrancados, tornozelos cortado, vítimas agonizantes, sangue jorrando, e tudo com classe e técnicas de filmagem diferentes. Na cena em que uma moça tem o tornozelo cortado, ela imediatamente cai ao chão. Há o rastro de sangue e você sente como se você fosse a vítima. Outro fator interessante e lógico é a presença de moscas nas manequins. Com couros cabeludos crus nas bonecas, além de ter um aspecto horrendo e sujo de sangue, as moscas ficam na volta. Frank constantemente usa veneno para matar as tais. É bem nojento e uma ideia bizarra. 

Possivelmente a qualidade se manteve devido a presença do diretor do original como produtor. Outro produtor e também roteirista é Alexandre Aja, que fez Viagem Maldita (remake de Quadrilha de Sádicos) e Piranhas (o remake). Sim, este remake pode não ser melhor que o original e não ter aquele fator surpresa, mas é um filme sangrento e eficiente. Respeita o filme original e amplia os horizontes do que pode ser feito. Também merece ser visto e é um dos melhores filmes de terror em 2013 até aqui. Recomendo assistir ambos filmes, pois valem a pena e apresentam bizarrices que amantes do terror irão apreciar. Bom, pelo menos se você é mulher já sabe: nunca confie em caras que trabalham com manequins. Ele pode estar querendo te escalpelar. 

NOTA: 9


Tom Savini – um dos maiores maquiadores dos filmes de terror.



William Lustig – diretor do original e produtor do remake.




Bônus: Caroline Munro, a musa de O Maníaco (1980)
























Bônus: as mulheres de O Maníaco (2013)

Nora Arnezeder




Megan Duffy




Morgane Slemp





Liane Balaban




Genevieve Alexandra






America Olivo









Mais fotos e cartazes do filme 1980:






















Mais fotos e cartazes do filme 2013:


































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