ESPECIAL OSCAR 2013 – Crítica: Moonrise Kingdom (1 Indicação)



Direção: Wes Anderson


Elenco: Bill Murray, Bruce Willis, Edward Norton, Frances McDormand, Harvey Keitel, Tilda Swinton, Bob Balaban, Charlie Kilgore, Jake Ryan, Jared Gilman, Jason Schwartzman, Kara Hayward.


Sinopse: Anos 60, em uma pequena ilha localizada na costa da Nova Inglaterra. Sam (Jared Gilman) e Suzy (Kara Hayward) sentem-se deslocados em meio às pessoas com que convivem. Após se conhecerem em uma peça teatral na qual Suzy atuava, eles passam a trocar cartas regularmente. Um dia, resolvem deixar tudo para trás e fugir juntos. O que não esperavam era que os pais de Suzy (Bill Murray e Frances McDormand), o capitão Sharp (Bruce Willis) e o escoteiro-chefe Ward (Edward Norton) fizessem todo o possível para reencontrá-los.


Trailer:




Fazia um tempo que eu queria falar deste filme. Moonrise Kingdom surgiu na metade do ano passado e se tornou uma pequena e ilustre surpresa. O cinema do diretor Wes Anderson sempre foi de difícil aceitação. Seus excêntricos filmes que misturam toques de dramas e humor sempre foram muito artísticos, caricatos e originais. Trabalhos como A Viagem a Darjeeling, A Vida Marinha com Steve Zissou e O Fantástico Sr. Raposo; tiveram uma ótima recepção da crítica. Mas continuam sendo trabalhos diferentes para o grande público.

Moonrise é bem dirigido, além de ter atuações ótimas. Bruce Willis, Tilda Swinton e Edward Norton entregam papéis coadjuvantes bons, mas o casal Bill Murray e Frances McDormand roubam a cena no quesito “dramaticidade”.  Porém nenhum destes veteranos atores é o destaque. O jovem casal do filme realmente é a melhor coisa do filme no quesito elenco! Jared Gilman e Kara Hayward são novas e originais surpresas para o cinema. Mesmo com pouca idade (filmar crianças sempre é perigoso), eles estão ótimos na pele de crianças que encontram seu primeiro amor. Enquanto o jovem Jared tem carisma, a talentosa Kara é bela e convincente em seu desempenho. Ela concorreria fácil ao Oscar de Melhor Atriz. E de novo eu digo que ela é muito, mas muito linda. Futura estrela de Hollywood.



Mas o filme acabou sendo
esnobado no Oscar, concorrendo apenas em uma categoria: Melhor Roteiro Original.
O roteiro é do próprio 
Wes Anderson, aliado com Roman
Coppola (filho do mestre  Francis Ford Coppola). E realmente é o roteiro que salva o
filme do óbvio. Se não fosse a originalidade de ambos roteiristas, seria apenas
mais um filme sobre “primeiro amor”. Mas aqui não é o caso. O que
recebemos é uma perfeita mistura de agridoce. O filme todo tem cenas ternas
mescladas com azedas. Não é um filme tão leve e familiar quanto se imagina. 


Isto se deve primeiramente por algumas cenas “azedas”. A morte de um cachorro por flechada, a descoberta da traição da mãe, cenas “trash” como a de um raio atingindo um menino e diálogos de leve duplo sentido envolvendo a descoberta da sexualidade e da puberdade; tudo envolve o filme. Há um momento na beira de um lago que nossos jovens apaixonados tiram a roupa e tem um engraçado, porém maduro diálogo. Wes Anderson e Roman Coppola foram ousados em colocar certos aspectos em pauta, mesmo sem apelar. Em segundo lugar, o filme apresenta uma maneira mais complexa de a história ser contada.


Certos momentos assume uma característica dramática, em outros romântica. Há uma dose generosa de humor negro, que permeiam estas cenas quase “trash”. E há o primeiro amor, daqueles inocentes e ingênuos. Mas nem tanto, já que nada é tão puro assim, nunca! Absolutamente genial!

Por fim encerro falando da ótima fotografia do filme, com cenários e céu o tempo todo puxado para o laranja. Direção de arte boa, que mescla a caracterização dos anos 60 com ambientes originais e únicos. E uma trilha sonora inspirada, que varia desde música clássica até as mais recentes. Uma humilde obra que custou apenas 16 milhões de dólares, mas que ganhou um status cult e é um sublime entretenimento. Uma das obras mais diferentes e originais de 2012.

NOTA: 9



  

   

  

  


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