Crítica: Romeu e Julieta (clássico de 1968)



Diretor: Franco Zeffirelli



Elenco: Olivia Hussey, Leonard Whiting, Milo O’Shea, Pat Heywood



Sinopse: Em Verona, Romeu (Leonard Whiting) fica apaixonado e é correspondido por Julieta (Olivia Hussey), uma donzela que pertence a uma família rival. No entanto este amor profundo terá trágicas conseqüências.



Curiosidades:



*Vencedor de 2 Oscar: Melhor Fotografia e Melhor Figurino.



*Algumas cenas fizeram polêmicas e foram consideradas ousadas para a época (1968), devido à nudez do casal protagonista.



*A atriz que interpreta Julieta, Olivia Hussey, não pode assistir ao filme em sua estreia, pois não tinha idade para isso, tinha apenas 15 anos!



Trailer:





Porque nunca houve história mais triste do que esta de Julieta e de seu Romeu.”

Sempre é uma tarefa de extrema responsabilidade falar de um marco da história. E este marco não é apenas no cinema, mas na literatura mundial, em todos os romances já contados e no imaginário de absolutamente todos os jovens apaixonados. Romeu e Julieta já foi adaptado diversas vezes para o cinema. Algumas boas versões, como Romeu + Julieta (de 1996, com Leonardo DiCaprio), dentre outras surgiram, mas nenhuma fez tamanho alvoroço como esta versão de 1968. A mundialmente famosa obra de William Shakespeare parece ser o romance mais lido, discutido e imitado de todos os tempos. Exala beleza, tristeza, melancolia e juventude. Então o famoso diretor italiano das antigas, Franco Zeffirelli, faz sua obra prima.


A história todos conhecem, então vou pular esta parte. Acontece que aqui neste filme, o roteiro usa e abusa de poesia. Muito fiel ao livro, quase todo filme é falado em versos, dando a impressão de que você está lendo a obra de Shakespeare. Cada cena parece ter sido pensada exatamente como o escritor imaginou na sua época. Os prêmios em que levou Oscar, Figurino e Fotografia; foram altamente merecidos. Linda fotografia e utilização de paisagens. O figurino é extremamente fiel à época, dando credibilidade à trama. 





Claro que nem tudo é perfeito. Parece que em certos momentos há uma utilização desnecessária de cenas, como a de Benvolio (da família de Romeo) perturbando a ama, e esta por sua vez grita e xinga. Parece desnecessário à trama algumas cenas de personagens secundários, isto talvez aconteça para dar tempo de duração ao filme. Algumas atuações, como a dos jovens das duas famílias (tanto Capuletos como Montecchios), não foram muito boas. Mas isso são pequenas coisas que em nada estragaram o filme. Conforme ele se concentra na relação dos jovens amantes, tudo entra nos eixos. 



A bela e jovem Olivia Hussey atua muito bem, e Leonard Whiting também dá seu recado, embora brilhe menos do que ela. Vi outro ótimo filme com ela, Noite de Terror; um suspense clássico de 1974. A química dos desconhecidos jovens é incrível, transbordando romance na tela. Você acredita de verdade que eles são apaixonados.



Para destacar, tenho duas cenas em especial. Primeiro, a cena do baile, onde eles se conhecem. É uma cena tecnicamente perfeita e visualmente arrebatadora. O encontro deles é lindo e cheio de nostalgia. Assistindo ao filme não tem como não lembrar de algum amor repentino que já tenhamos tido. Outra cena é a trágica cena final. Não vou falar muito mas aposto que vocês já conhecem. Trágica, indigesta e triste; esta cena remete-nos na mente um grande amor que tenhamos perdido (seja para morte ou para a vida mesmo).






E como não falar  na impressionante trilha sonora? Esta melodia te captura pelos ouvidos, e continua atual, encantando até hoje. É uma das mais espetaculares que já ouvi, e na época encantou plateias de todo o globo. Duvida? Então confira:



Apenas a melodia:


Cantada no original:


Nova versão cantada:




O talentoso diretor Franco Zeffirelli nos encanta e emociona com sua belíssima obra. Mesmo que bem antiga e longa (2 horas e 10 minutos), o filme continua universal e imperdível. Este foi um dos maiores sucessos da história do cinema, sendo até hoje apresentado em canais de TV pagos. Aqui no Brasil, em plena ditadura; o filme serviu para suavizar a dura realidade. Aliás, o mundo inteiro nesta época estava em crise, devido à guerra fria, guerra do Vietnã, corridas armamentistas e espaciais, além de todos os movimentos Hippie que estavam ocorrendo. O mundo vivia com medo da terceira guerra mundial ocorrer, e precisava de um alívio, uma forma de suavizar a tensão. Esta válvula de escape eram as formas de arte. E Romeu e Julieta mostrou isso, trazendo um pouco de poesia e inocente amor ao mundo.



No fim, fica na memória este lindo filme, que é eterno e sempre será uma expressão da tragédia Shakespeariana,  regada com uma incontrolável e inocente história de amor universal.



NOTA: 9,8



O filme em uma frase: A mais pura, bela e poética visão da tragédia Shakespeariana.





Filme completo no Youtube




Bônus:

Frases clássicas de Romeu e Julieta

“Amor é uma fumaça que se eleva com o vapor dos suspiros; purgado, é o fogo que cintila nos olhos dos amantes; frustrado, é o oceano nutrido das lágrimas desses amantes. O que mais é o amor? A mais discreta das loucuras, fel que sufoca, docura que preserva.”

“No céu o olhar de minha amada flutuaria pelo éter, tão brilhante que os pássaros começariam a cantar, pensando que era dia.”

“Se o amor é cego, não pode acertar o alvo.”

“Ah, ela ensina as tochas a brilhar! Parece estar suspensa na face da noite, tal qual jóia rara na orelha de uma etílope; beleza incalculável, cara demais para ser usada, por demais preciosa para uso terreno!” 

“Meu coração amou antes de agora? Essa visão rejeita tal pensamento, pois nunca tinha eu visto a verdadeira beleza antes dessa noite.” 

“Estas alegrias violentas, tem fins violentos, falescendo num triunfo como fogo e póvora ,que num beijo se consomem.”

“E Julieta disse a Romeu : De que vale um nome, se o que chamamos rosa, sob outra designação teria igual perfume?”

“Só ri de uma cicatriz quem nunca foi ferido.”

“De ciúmes morreu Julieta, de amor morreu Romeu. De tanto gostar de ti, quem irá morrer sou eu!”

“A despedida é uma dor tão suave que te diria Boa Noite até o amanhecer.”


“Mas qual luz abre a sombra deste balcao? Eis o oriente é Julieta, e o sol!….Oh, e a minha mulher e o meu amor!”

“Agora Romeu e Julieta nunca se sentiriam do jeito que nos sentimos.”

Confira uma reportagem do lançamento do filme e entrevista com  Olivia Hussey e Leonard Whiting



Fotos do filme:



















































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