CRÍTICA : 007 OPERAÇÃO SKYFALL





Enredo:  a lealdade de Bond a M é testada quando o seu passado volta a atormetá-la. Com a MI6 sendo atacada, o 007 precisa rastrear e destruir a ameaça, não importando o quão pessoal será o custo disto.
Depois do fracasso da última e fatídica missão de Bond, quando a identidade de vários agentes secretos espalhados pelo mundo é revelada, ocorre um atentado à sede do MI6, obrigando M a transferir as instalações do seu quartel-general. Devido a esses eventos, a sua autoridade e posição se verão ameaçadas por Mallory (RALPH FIENNES), o novo presidente da Comissão de Inteligência e Segurança. Agora, com o MI6 sob ameaças tanto externas quanto internas, só resta a M um único aliado em quem ela pode confiar: Bond. O agente 007 desaparece nas sombras – auxiliado por uma única agente de campo, Eve (NAOMIE HARRIS). Juntos, eles seguirão a pista do misterioso Silva (JAVIER BARDEM), cujas motivações letais e obscuras ainda estão por se revelar.


Elenco: Daniel Craig, Ralph Fiennes, Javier Bardem, Bérénice Marlohe, Naomie Harris, Judi Dench, Helen McCrory, Ben Whishaw, Tonia Sotiropoulou.


Diretor: Sam Mendes


Curiosidades: 


* O diretor Sam Mendes cortou do roteiro as exageradas sequências de ação, para dar maior destaque ao desenvolvimento dos personagens e cenas dramáticas, aproveitando o talento dos atores. Com isso, Mendes acredita que o filme terá maiores chances de concorrer a categorias no Oscar que não sejam apenas técnicas. Ainda assim, o filme terá algumas grandes cenas de ação, como as que serão rodadas em Istanbul e no Castelo Duntrune.


Uma das Bond Girls é vivida pela bela francesa Berenice Marlohe, que não possui nenhum filme internacional em seu currículo, apenas participação em shows de TV de seu país natal.

Trailer, para assistir dê pausa no tema de Star Wars ao lado:





Fui ao cinema assistir Skyfall. A expectativa era grande visto que Cassino Royale foi o melhor 007 pra mim e Quantum of Solace fez jus à saga apesar das críticas não muito favoráveis. Skyfall já era a alguns meses um dos filmes mais esperados do ano. Peguei a minha ansiedade e fui logo conferir a mais nova missão do agente secreto mais famoso da história cinematográfica. Aqui digo sem medo que 007 Operação Skyfall é um dos melhores da gigantesca franquia. Mesmo não superando Cassino Royale, afirmo que Skyfall figura entre os melhores filmes de 2012!


Começando pela direção, Sam Mendes faz um trabalho primoroso. Ele ganhou meu respeito com um dos melhores dramas americanos já feito: Beleza Americana. Este é um filme visceral e arrebatador. Depois ele obteve sucesso dirigindo Estrada Para Perdição e recentemente uniu novamente Kate Winslet e Leonardo DiCaprio em Foi Apenas Um Sonho (um drama frio e cruel, simplesmente excelente). Eis que o diretor agora ataca com uma franquia de sucesso. Após recusar a direção de Os Vingadores, ele assume Skyfall. Aqui o diretor diminuiu a ação e temperou a saga de James Bond com uma forte carga dramática. E funciona extremamente bem. Palmas para Sam Mendes que conseguiu fazer um 007 explosivo mas emocionante ao mesmo tempo.





O roteiro aqui, como já mencionado; explora o drama. Aqui há uma relação materna entre Bond (o filho bom), M (a mãe) e o vilão (o filho mal). Essa relação é explorada de maneira incrível. Aqui M tem maior destaque, o que é fundamental para o desenvolvimento da trama. Outro fator interessante é o final. Skyfall na verdade é a fazenda onde Bond cresceu parte da infância. Ainda mora lá o fiel empregado da família, um idoso durão e simples. O vilão aqui quer vingança porque se sente traído pela sua chefe, a já idosa M (como se ela fosse sua mãe). E cabe ao outro agente (filho) protegê-la. Esse final anti-climático na velha fazenda de James Bond, com essa relação quase materna, torna o final melancólico e triste, algo que ainda não havia ocorrido na saga de 007. Outro fator positivo é a abordagem da tecnologia. É  um mundo moderno e ninguém está a salvo. Tudo é na base do computador e internet, e o vilão da vez é um terrorista cibernético. Aqui o agente Q (aquele que dá as estranhas armas pro Bond, como a caneta explosiva) não é um senhor experiente, mas é um jovem rapaz hacker. James Bond chegou na nova era de vez.





O elenco é uma das melhores coisas do filme. Daniel Craig está à vontade no papel e desenvolve muito bem tanto as cenas de ação como de interpretação. Aqui ele não vive à sombra de um amor ou vingança como nos anteriores. Aqui há uma missão e ele deve cumprir. Seu senso de humor está melhor, apesar de ser aquele humor frio típico dos ingleses. Naomie Harris é a bondgirl boa e a linda francesa Bérénice Marlohe é a bondgirl aliada do vilão. Ben Winshaw é um agente Q hacker com cara de nerd, e ganha bastante destaque. Judi Dench é fantástica. Séria e fria, ela tem uma atuação brilhante, porém surpreendentemente emocionante no final. Ela é a chave do filme. O excelente  Ralph Fiennes aparece pouco, porém manda seu recado e se revela uma das grandes revelações ao final. 


  



E pra completar, Javier Bardem rouba a cena. Seu vilão é sem dúvida um dos melhores de todos os tempos. Ele com certeza está como um dos mais impressionantes vilões de 2012. Sua atuação está perfeita. Seus trejeitos   às vezes lembra o Coringa de Batman O Cavaleiro das Trevas. Javier Bardem é o primeiro vilão de 007 com uma sexualidade não definida. Ele aqui tem motivos para atacar. Em certo momento sentimos pena dele e torcemos por sua redenção. Com um visual diferente, ele aparece quase na metade do filme; mas quando aparece simplesmente toma conta e o filme é dele. Enigmático, sombrio e desequilibrado, ele é o maior destaque da trama.





Trilha sonora incrível e efeitos especiais simples mas impecáveis estão presentes. Tem muita ação, mas devido ao longo tempo de duração (143 minutos) e um desenvolvimento de drama, parece que não há tanta ação. Irá decepcionar quem procura somente pancadaria. Mas há cenas de tensão sim, como a do prédio em Xangai ou a do Dragão de Komodo em um Cassino. Sem falar na exagerada e fantástica abertura explosiva. É uma abertura magnífica, com uma sequência de ação de tirar o fôlego, seguida da bela canção da Adele; Skyfall, com um vídeo cheio de imagens psicodélicas cheias de metáforas. Uma das mais impressionantes aberturas do cinema!

Bônus: bela música Skyfall cantada por Adele.





O filme é cheio de extras e surpresas: há essa abertura memorável, uma trama melancólica pelo final, um vilão inesquecível, novos personagens surgem ocupando o lugar dos mais velhos, James Bond aqui explora sua fora de forma (afinal a personagem existe a 50 anos), há tecnologia moderna e piadas com armas à moda antiga (como a caneta explosiva). Além de toda referência à saga de Bond, no fim ainda há uma homenagem aos 50 anos do mais famoso agente secreto britânico do cinema. Em 50 anos foram 23 filmes oficiais e 3 não oficiais. Muita coisa já rolou, muitos foram os vilões e as bondgirls. Muitos carros e aviões destruídos, muitos drinks e cassinos, muitos lugares visitados (Brasil em pleno carnaval em 007 E O Foguete da Morte; aparece o Pão de Açúcar, os bondinhos etc). 


Enfim, 007 Operação Skyfall é inesquecível, forte candidato ao Oscar 2013, já é sucesso de bilheteria e crítica, tem cenas magníficas, um diretor e elenco de peso, um final diferente e arrebatador, além de ser sem dúvida a maior de todas as homenagens à esse incrível agente secreto, que em 50 anos vem trazendo cinéfilos do mundo todo ao charme e a glória da Terra da rainha. Há 50 anos que um homem inglês vestindo smoking, bebendo whisky, matando excêntricos vilões e capangas, dormindo com todas mulheres que quer e salvando o mundo diz sua enigmática frase: Meu nome é Bond, James Bond.


NOTA: 10

Bônus: as bondgirls de Skyfall.


Bérénice Marlohe



Tonia Sotiropoulou



Naomie Harris



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